Demorou, mas o Jacksonville Jaguars finalmente decidiu quem vai ser o novo head coach. Doug Pederson, que tirou um ano sabático após sua dispensa do Philadelphia Eagles, está incumbido da missão de lapidar o talento de Trevor Lawrence e fazer dos Jaguars um time competidor novamente depois de dois anos sendo a pior equipe da NFL.
Não será uma missão tão fácil depois da terra arrasada que Urban Meyer deixou, porém Pederson já mostrou em trabalhos anteriores que é um bom técnico pra recuperar o terreno perdido e é capacitado para desenvolver Lawrence – ele já foi quarterback na NFL, trabalhou como treinador de quarterbacks e ainda ajudou no desenvolvimento de Carson Wentz nos Eagles.
Lawrence é o ponto chave – mas e a comissão técnica?
Quando Pederson chegou ao Philadelphia Eagles no ano de 2016, ele foi apontado como a pior contratação de técnicos naquele ano. O nível de suas críticas aumentou no ano seguinte, com um ex-general manager da NFL dizendo que Pederson “era provavelmente a pessoa menos qualificada pra ser um técnico que eu já vi”.
Nenhuma dessas críticas pode ser repetida agora. Tudo foi dissipado quando o treinador liderou os Eagles ao primeiro título de Super Bowl da história da franquia ainda em 2017, e Philadelphia se manteve um time competitivo nos anos seguintes. Ele chega com um histórico vencedor e seu nome é provado na liga; justamente o oposto de Meyer.
É importante fazer essa comparação com Meyer porque Pederson é justamente o oposto dele – enquanto o primeiro é mais conhecido por uma personalidade dura, o segundo é conhecido por se conectar melhor com seus jogadores. Meyer acha essencial ter controle do elenco, Pederson não se importava em ter a palavra final. Cultura é um conceito importante no futebol americano, e vimos bem o que aconteceu justamente nos Jaguars em 2021.
O mais importante, evidentemente, é o desenvolvimento de Lawrence, e é por essa ótica que a contratação ganha a maior nota. Pederson foi quarterback na NFL por 12 anos e, até assumir os Eagles, esteve presente na comissão técnica de Andy Reid, então ele sabe uma coisa ou duas sobre ataques e desenvolver quarterbacks. Até a lesão de Carson Wentz, ele vinha fazendo um trabalho magnífico moldando o jogador. A esperança é que, sob a tutela do novo treinador, Lawrence tenha o mesmo salto de produção.
Agora, não quer dizer que essa foi uma contratação perfeita e sem nenhum risco. Existem algumas questões que o novo treinador precisa responder em relação ao que se viu no final da sua passagem por Philadelphia. A principal delas é a sua comissão técnica, especialmente no lado ofensivo: serão nomes capazes e inovadores com funções definidas ou será a mesma salada onde todo mundo faz do seu jeito e não se constrói uma identidade? Seu ataque vai apresentar coisas novas ou vai se mostrar insosso e parado no tempo como nos Eagles de 2020?
