Os 15 maiores busts (farsas) da história do Draft da NFL

O Draft da NFL tem muita coisa boa. Mas em todos esses anos também trouxe jogadores que achávamos que eram ótimos. Achávamos – mas foram péssimos profissionais. A isso se dá o nome de “bust“, termo que poderia ser traduzido como “farsa” para o português. 

O que eles têm em comum? Demoram para assinar contrato (quando ainda havia possibilidade de livre negociação com os calouros), vieram com um hype muito alto no Draft, eram tidos como os melhores de todos os tempos antes mesmo de entrar no campo e o principal: desapontaram a todos. Para cada jogador que chega ao Pro Bowl temos aqueles que desapontam e deixam a liga sem deixar saudade. Esta é a terceira versão deste texto: a primeira escrevi em 2009, a segunda em 2012 e agora posso atualizar para 2016. Não tenho a menor dúvida que haverá necessidade de atualizarmos ainda mais para 2020. Podemos até combinar em atualizar a cada ciclo olímpico, que tal? 

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Para considerar um atleta como uma farsa, vamos ser cautelosos: pelo menos duas temporadas na liga, dado que elas são aquelas nas quais os jogadores irão “se acostumar” com o futebol americano profissional. Antes de ser o primeiro running back a correr para 2000 jardas, por exemplo, O.J Simpson teve uma terrível temporada de calouro com o Buffalo Bills. A adaptação muitas vezes demora e esse tempo é necessário. De toda forma, seguimos este critério para todos. Vamos à lista.

15) QB Jim Druckenmiller (Virginia Tech)

Draftado pelos: 49ers, primeira rodada, número 26 geral, 1997

O ano era 1997, Steve Young não era mais nenhum jovem e era necessário um quarterback para substituí-lo em algum futuro. Os 49ers fizeram teoricamente a coisa certa: Draftou um quarterback num round alto do draft, iriam prepará-lo, e quando Young se aposentasse Jim Druckenmiller seria o homem da franquia. Mas às vezes as coisas não saem de acordo com o planejado. Naquele mesmo ano Young se machucou e Druckenmiller teve seu primeiro jogo com titular. Jogou seis jogos e teve um desempenho ruim. Passou para apenas um touchdown e teve quatro interceptações, com um índice de produtividade (rating) menor do que 30, de 158,3 possíveis. Jim seria trocado para os Dolphins em 1999 e cortado do elenco de Miami ao final do mesmo ano. Depois disso jogou na AFL, na XFL (uma liga bem fraca tecnicamente) e ainda chegou a participar do time de treino do Colts em 2003, onde também seria cortado.

14) WR Charles Rogers (Michigan State)

Draftado pelos: Lions, primeira rodada, número 2 geral, 2003

Uma das muitas trapalhadas de Matt Millen no comando dos Lions. Millen se deslumbrou com um tempo de 4.28 nas 40 jardas no Combine, ignorando o caráter do jogador. Propenso a contusões, Rogers quebrou duas vezes a clavícula, sendo que na primeira a contusão o tirou do resto da temporada. Quando voltou em 2005 foi punido pela liga por usar substâncias ilegais. Dias depois um jornal local de Detroit publicou que Rogers utilizou anabolizantes durante todo o tempo que jogou por Michigan State em sua carreira universitária. Ao início da temporada 2006 o Lions cortou o jogador. Charles viria a vagar por vários Training Camps, mas nenhum time o contratou. 


13) RB Blair Thomas (Penn State)

Draftado pelos: Jets, primeira rodada, número 2 geral, 1990

Thomas jogou quatro temporadas e nunca ultrapassou a marca das mil jardas num mesmo ano – e não é o tipo de coisa que você espera da segunda escolha geral do Draft. Ele depois esteve nos Patriots, Cowboys e terminou a carreira nos Panthers. Blair correu para 2.236 jardas e 7 touchdowns em todos seus anos na NFL. Havia muita expectativa em volta dele, afinal de contas, ele era uma estrela em Penn State. Mas o que faz dele uma farsa não é apenas isso. Ele foi escolhido na frente de um homem que teria 18,355 jardas em sua carreira: Emmitt Smith. Portanto a péssima atuação de Thomas, em contraste com a de um jogador que foi preterido pelo Jets na época, faz dele um bust.

12) P/PK Russell Erxleben (Texas)

Draftado pelos: Saints, primeira rodada, número 11 geral, 1979

Sim, temos um punter na lista. É bem difícil e até triste listar um punter como bust, pois são os jogadores mais esquecidos do time. Fale a verdade: você sabe o nome do punter do seu time?

Expliquemos o porquê de colocar Erxleben aqui. Os Saints tentaram imitar Al Davis, escolhendo um punter na primeira rodada. Até que os Raiders haviam escolhido Ray Guy na primeira nos anos 1970, costumeiramente os punters vinham da quarta para frente. O fato de Guy ter se destacado e de certa forma ajudado a defesa de Oakland por posicionar os ataques adversários contra a parede fez com que o interesse de New Orleans surgisse por Russell na primeira rodada.

O problema é que o tiro saiu pela culatra. Só para exemplificar: em seu primeiro jogo, na prorrogação, ele lançou uma interceptação – sério – retornada para touchdown. Erxleben jogou cinco temporadas com o Saints, sendo que em nenhuma delas ele mostrou que valia aquela escolha de primeira rodada.

11) DE Reggie Rogers (Washington)

Draftado pelos: Lions, primeira rodada, número 7 geral, 1987

Nosso primeiro jogador de defesa na lista. O Detroit Lions tem fama de ter várias escolhas horríveis no draft, mas, acreditem, esta é a pior. Ele jogou apenas dois anos com os Lions e entrou em onze partidas. Nestas onze teve apenas um sack. Só para comparar: Julius Peppers, também escolhido na primeira rodada pelos Panthers, teve 12 sacks em sua temporada como calouro. Em 1986 Reggie foi preso por dirigir embriagado e matar três adolescentes num acidente automobilístico. Sua escolha foi falha da diretoria do Lions (mais uma para a conta), já que Rogers já havia sido acusado de direção perigosa enquanto jogava no College Football em Washington. Escolha mal feita, problemas com a polícia = Bust, uma equação muito simples que Detroit não se importou em usar.

10) LB Keith McCants (Alabama)

Draftado pelos: Buccaneers, primeira rodada, número 4 geral, 1990

Considerado o terror dos quarterbacks adversários enquanto jogava em Alabama, McCants chegou ao draft com grande hype (moral). Foi escolhido para reforçar a defesa do Tampa Bay Buccaneers, mas se revelou uma falha total de planejamento. Ele é um bust genuíno (ou seja, não joga no nível esperado). Os técnicos e Tampa Bay, então, após desastrosas atuações na temporada de 1990, decidiram colocar McCants para jogar como defensive end. Os resultados foram ainda piores: Keith ficava perdido em campo e não sabia para onde correr, qual gap atacar. Sua velocidade diminuiu, bem como seu nível de jogo, e ele foi cortado pela franquia ao final da temporada de 1992. Acabou passando por Oilers e Cardinals, tendo apenas 13.5 sacks durante toda a carreira, sendo esta encerrada após seu último ano por Arizona, em 1995.

9) Os Quarterbacks do Bengals na Década de 1990

QB David Klingler (Houston)– primeira rodada, número 6 geral, 1992

QB Akili Smith (Oregon) – primeira rodada, número 3 geral, 1999

Até acertar com Carson Palmer, os Bengals sofreram no Draft escolhendo quarterbacks. Ambos em nossa lista desapontaram tanto que não poderíamos deixar nenhum dos dois de fora, um empate técnico aqui.

David Klingler foi escolhido no draft com números faraônicos em Houston e sua missão era a de substituir uma lenda em Cincinnati, Boomer Esiason. A linha ofensiva estava virando pó, os recebedores eram péssimos e ele teve o pior jogo de sua vida contra Pittsburgh. A cortina de ferro o sackou dez vezes. A confiança em si mesmo ruiu junto com a linha de Cincinnati, bem como sua saúde ao longo dos anos. Bust.

Akili Smith, era tido como um dos melhores quarterbacks no Draft de 1999, e só não foi escolhido pelo Browns na primeira escolha geral por conta de seu desempenho psicológico no Combine. Ele fora muito mal no Wonderlic (uma espécie de teste de QI) e nas entrevistas, demonstrando ter pouco conhecimento do jogo e de como um ataque mais complexo funciona. No final das contas teve 17 jogos como titular no Bengals. Seus números? 5 touchdowns e 13 interceptações. Números horríveis para uma promessa de primeira rodada. Após ser cortado pelo Bengals, sumiu da liga.

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8) QB Todd Marinovich (University of Southern California)

Draftado pelos: Raiders, primeira rodada, Número 24 geral, 1991

Marinovich é filho de um ex-linha ofensiva da NFL e foi criado desde seu nascimento para ser o melhor quarterback de todos os tempos. Sua mãe só lhe dava alimentos saudáveis, o levava em museus, não deixava o garoto assistir violência na TV, entre outras coisas que uma mãe super protetora faria. Graças a isso Todd era chamado de Quarterback Robô pelos críticos – eu prefiro a expressão “leite com pêra”.

Era óbvio que toda essa preparação não iria adiantar de nada, o garoto foi iria começar a pirar e foi exatamente isso o que o país inteiro viu. Após a derrota num Bowl ele gritou com seu técnico em frente de uma audiência nacional. Um mês depois foi preso com cocaína. Mas Al Davis seguiu em frente com sua folclórica teimosia e o draftou. Dentro do campo ele foi um bust e tanto, venceu 3 jogos e perdeu 5.

No ano seguinte, Todd começou a ser odiado pela torcida, e o favorito desta, Jay Schroeder, voltou a ser titular. Marinovich nunca mais jogou uma partida na NFL. Ele voltaria a ser um problema – mas para as autoridades, já que foi acusado de (segure o fôlego, leitor): Plantar maconha, posse de heroína, resistir à prisão (sendo que para isto, roubou uma bicicleta de uma criança e fugiu) e estupro.

7) DE Mike Mamula (Boston College)

Draftado pelos: Eagles, primeira rodada, número 7 geral, 1995

Todos os anos quando o Combine começa todos se perguntam uma coisa: Quem será o próximo Mike Mamula? Mike veio desconhecido para o Draft de 1995, mas seu desempenho nos exercícios do combine foi tão espetacular que ele foi draftado com a sétima escolha. 26 repetições no supino com 100 kg e o tiro de 40 jardas em 4,62 segundos. Porém… Desapontou dentro de campo, nunca se entrosou nem como outside linebacker, tampouco como defensive end. Teve uma carreira de seis anos, pouco notável. Desapontando assim, aqueles que o chamavam de o “Guerreiro do Combine”.

6) LB Aundray Bruce (Auburn)

Draftado pelos: Falcons, primeira rodada, número 1 geral, 1988

Numa das piores classes de draft de todos os tempos, os Falcons draftaram o linebacker Aundray Bruce. Tive a oportunidade de ver alguns highlights dele (e contra universidades fortes, como USC) e confesso que não dava para prever que Aundray era um bust. Possuía braços longos, antecipava o snap, um jogador perfeito para um esquema 3-4. O problema, porém, é que ele veio com uma das maiores hypes de todos os tempos no draft, chegou a ser tido como o próximo Lawrence Taylor (um dos melhores outside linebackers da história do esporte).




Mesmo sendo a primeira escolha do draft, Bruce foi titular em apenas 42 jogos nos seus 11 anos de carreira, o que o torna um bust, já que é inadmissível uma primeira escolha de draft ir para o banco por mau desempenho em campo (e em tão pouco tempo). Aundray terminou a carreira no Raiders, após assinar com estes em 1992.

5) QB Tim Couch (Kentucky)

Draftado pelos: Browns, primeira rodada, número 1 geral, 1999.

Temos mais um quarterback na lista. De longe é a posição com mais busts, por exigir liderança, inteligência, reflexos rápidos e um bom nível de jogo. Alguns jogadores não sabem lidar com a pressão de ser o líder do time por anos e Tim Couch é um desses exemplos. A maioria dos leitores deste artigo já devem ter ouvido falar dele, mas mesmo assim irei resumir a história: Após a franquia original do Browns ser movida de Cleveland para Baltimore e se transformar no Ravens em 1996, a cidade de Cleveland ficou sem time.

Em 1999, entretanto, o “novo” Browns voltava à liga e tinha a primeira escolha no Draft. Imediatamente a franquia pensou num “franchise quarterback” (jogadores que serão titulares da franquia por anos. Pense em homens como Joe Montana, Dan Marino e Peyton Manning). O problema de Couch foi que as pessoas (leiam torcedores, analistas e todo mundo, literalmente) tentam criar uma lenda antes mesmo de ele ser uma. O Browns tinham duas opções: Akili Smith e Couch. Escolheram Couch e este veio a ser um bust. Várias coisas colaboraram para isso: uma franquia nova em suas mãos, um elenco novo e inexperiente e creio que a principal: Não ser bom no nível profissional. Simples assim.

4) LB Brian Bosworth (Oklahoma)

Draftado pelos: Seahawks – primeira rodada, draft suplementar, 1987

Com toda certeza o jogador mais famoso do College até Tim Tebow chegar na década passada. Imagine seu jogador no Madden, aquele que você mesmo cria. Você coloca todos os acessórios nele, tudo mesmo. Dá entrevistas, é popular, usa uma chuteira personalizada e usa aquele cabelo com mulletts descolorido bem típico dos anos 80. Esta era a descrição de Bosworth. Vencedor por duas vezes do prêmio de melhor linebacker do país no jogo universitário, Bosworth ficou famoso não só por seus cortes de cabelo, mas pelas críticas à entidade que controla os esportes universitários no país, a NCAA.

Seu ego era tão grande que Brian chegou a mandar cartas para times da NFL, e estas diziam que se a franquia o draftasse, ele não jogaria um jogo sequer. E os absurdos continuaram: Brian continuava a chamar a atenção da mídia e teve a brilhante ideia de chegar de helicóptero em seu primeiro treino nos profissionais após ser draftado pelos Seahawks. Brian assinou com Seattle, em 1987, o maior contrato da história da NFL até então: 10 anos e 11 milhões de dólares. “The Boz” se machucou na temporada de 1989 e não voltou a jogar profissionalmente. Bosworth se torna um bust por ter criado toda uma expectativa em torno de si, uma aura de super herói, que na verdade não existia. A última vez que o jogador vestiu um shoulder pad foi atuando como um dos guardas da prisão, no filme Golpe Baixo, com Adam Sandler.

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3) RB Lawrence Phillips (Nebraska)

Draftado pelos: Rams, primeira rodada, número 6 geral, 1996

Se você acha que Adam “Pacman” Jones é o jogador que foi mais vezes preso na história da NFL, se engana. Lawrence Phillips o supera. Ele vem tendo problemas com a polícia desde a faculdade. Em 1995, Lawrence voltava tarde da noite do jogo contra Michigan State e decidiu procurar por sua ex-namorada. Encontrou-a no apartamento de outro jogador. Bateu nela, a arrastou pelos cabelos e acabou sendo preso. A notícia foi comentada por todo o país e ele foi suspenso pelo técnico da equipe.

No ano seguinte Phillips voltaria a ser o jogador que era antes, levando a equipe a vitória no Fiesta Bowl de 1996. Após o fim de seu terceiro ano na faculdade, Phillips decidiu se tornar elegível para o draft. Escolhido com a sexta escolha por St Louis, que ignorou qualquer desvio de caráter de Lawrence, ele se mostrou um jogador apenas mediano (para não dizer ruim). No seu primeiro ano as previsões de muitos se tornariam verdadeiras: Lawrence foi preso três vezes e multado em trinta ocasiões pela franquia.

Ao final de 1997, após uma coletiva de imprensa tristíssima com o técnico Dick Vermeil tendo lágrimas nos olhos, Phillips foi cortado. Dick dizia que ele era o melhor halfback com quem ele já havia trabalhado. Phillips veio a jogar pelo Dolphins, 49ers (sendo famoso por ter falhado em um bloqueio crucial que veio a resultar num tackle, acabando com a carreira de Steve Young), CFL e na NFL Europa. Após sua aposentadoria foi preso e condenado a 10 anos por assalto a mão armada. Estava na cadeia até ano passado, quando cometeu suicídio.

2) OT Tony Mandarich (Michigan State)

Draftado pelos: Packers, primeira rodada, número 2 geral, 1989

2 metros de altura e 142 quilos. Assim se define o segundo maior bust da história recente da NFL. No resumo da ópera: acusações de esteróides (que 20 anos depois se provaram verdadeiras), Green Bay chamada de “vila” (é sério), litros de café todo dia e um artigo da Sports llustrated onde esta lhe dava a alcunha de The Incredible Bulk (uma alusão ao personagem Hulk), com uma chamada sensacionalista dizendo que Mandarich era o melhor calouro jogando na linha ofensiva em todos os tempos.

A sua classe de draft é considerada uma das melhores já vistas: tinha Deion Sanders, Troy Aikman e Derrick Thomas. Talvez isto o faça uma das piores escolhas, já que ele foi escolhido a frente de jogadores excelentes. Somente Aikman foi escolhido antes de Mandarich. No campo, Tony se mostrou um jogador horrível, lento, confuso. Uma cena antológica aconteceu contra o Eagles, quando Tony foi humilhado por Reggie White. O Incredible Bulk (grandão) virou o Incrível Bust.

1) Empate entre os três maiores quarterbacks em termos de bust. É impossível escolher um só.

QB Ryan Leaf (Washington State): Draftado pelo: Chargers, primeiro round, Número 2 overall, 1998

O homem que revolucionou o termo bust em 1998. Um dos piores quarterbacks de todos os tempos. Esta é a definição de Ryan Leaf, que é considerado por praticamente todos os analistas de futebol americano o maior bust que existiu na história. Leaf era tido com o salvador do ataque dos Chargers, aquele que levaria o time ao Super Bowl. Sobre as esperanças da torcida, Ryan comentou: “Eu espero uma carreira de 15 anos, algumas idas ao Super Bowl e uma parada no centro de San Diego”. Mal sabia a torcida o que viria.

Leaf era considerado, junto de Peyton Manning, um dos melhores quarterbacks disponíveis no draft de 1998. O Chargers chegou a trocar sua escolha com o Cardinals (que possuía a segunda escolha geral) para ter certeza que poderia pegar Manning ou Leaf. Os Colts selecionaram Manning e o resto da história deste é feita de glórias. Leaf, então, foi para San Diego. O alerta, porém, deveria ter acendido na semana após o draft: Peyton Manning foi treinar; Ryan Leaf foi para Las Vegas.

Leaf jogou bem na pré-temporada e nos dois primeiros jogos de 1998, mas, após uma atuação pífia contra o rival de divisão Kansas City, com um passe completo de 15 tentados, para 4 jardas, e 3 fumbles, Leaf se tornou o bust que conhecemos hoje: Brigas nos vestiários, discussões com a mídia, contusões (algumas falsas, já que no meio da recuperação de uma delas foi fotografado jogando Flag Football numa praia) e fim de carreira. Um resumo de sua turbulenta carreira em números seria mais ou menos assim: 4-17 como titular (4-14 com os Chargers e 0-3 com os Cowboys), 14 touchdowns, 36 interceptações, 65 sacks. Isso tudo em 25 jogos nas quatro temporadas que esteve na liga. 

QB JaMarcus Russell (LSU): Draftado pelos: Raiders, primeira rodada, número um geral, 2007

Este está na “mente” da maior parte dos que acompanham a NFL atualmente, dado que sua epopeia começou e terminou mais ou menos na mesma época em que o futebol americano começou a crescer em popularidade. Em realidade, não é nenhuma surpresa que JaMarcus esteja aqui. Em 2007, os Raiders escolheram JaMarcus com sua primeira escolha (número um geral) naquele recrutamento. O objetivo era fazer com que um único homem resolvesse todos os problemas da franquia.




Três temporadas depois, sem qualquer elenco de apoio e sendo um quarterback extremamente cru na parte mental do jogo (algo essencial para ser bem sucedido na NFL), Russell tinha 18 touchdowns e 23 interceptações. Assim como outros exemplos na lista, o que mais dói no coração do torcedor é o panteão de sólidos jogadores escolhidos depois de JaMarcus: Adrian Peterson, Patrick Willis, Marshawn Lynch, Darrelle Revis e Joe Thomas. Nem mesmo o Detroit Lions, que vinha numa sequência de erros no Draft, errou naquele ano – dado que escolheu Calvin Johnson.

O grande “legado” de Russell não é dentro de campo: é fora dele. Muito por conta do holdout e do posterior contrato do quarterback, absurdos 32 milhões de dólares garantidos, o acordo coletivo trabalhista de 2012 da liga com o Sindicato dos Jogadores praticamente pré-fixou os contratos para calouros. Nem tudo é negativo, então.

QB Johnny Manziel (Texas A&M): Draftado pelos: Browns, primeira rodada, número 22 geral, 2014

Bom, para alguns pode ser muito cedo colocá-lo aqui. Mas a bagunça foi tão grande que não tem como. Somando a isso o fato de que Manziel foi para uma franquia já em terra arrasada e terminou de destruir tudo, ai fica difícil MESMO não colocá-lo numa lista de busts.

Escolha número 22 no Draft de 2014, Johnny Manziel vinha com muitas pompas e estilo pirotécnico para a NFL. Isso seria problema na década passada – mas o bom paradigma de mobilidade e precisão em passes estabelecido por Russell Wilson com Seattle na temporada 2013 fez com que Manziel tivesse o que se chamava de “teto alto” de talento. Depois de uma primeira temporada ruim, ele mostrou alguns sinais de maturidade para o ano seguinte, 2015. Em seis partidas, teve 1500 jardas lançadas e mais touchdowns do que interceptações.

O grande problema sempre foi fora de campo. Era praticamente impossível passar um mês sem vermos fotos bombásticas de Johnny em redes sociais ou em sites de fofoca. Ele simplesmente não tinha o nível de foco necessário para ser bem sucedido no nível profissional. Mais do que a badalação por si mesmo, ele teve problemas com drogas – tendo inclusive passado tempo numa clínica de reabilitação na intertemporada do ano passado. Pior: há envolvimento de Manziel em caso de violência doméstica, no qual ele está sendo processado com julgamento pendente. Os Browns resolveram “abortar” a missão e Manziel agora pode assinar com qualquer time – embora seja bastante difícil que algum arrisque.

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