Os 5 jogadores mais prováveis de receberem a Franchise Tag em 2017

Imagine que você vai tomar um gigantesco pé-na bunda de seu namorado ou namorada. Mas aí pode chegar para ele/ela e falar: calma, vamos ficar mais um ano junto para ver como as coisas se desenrolam. E seu parceiro é obrigado a topar porque, bem, a NFL quer que seja assim e a Associação dos Namorados assim determinou.

Bom, já tive analogias de relacionamento melhores, mas na prática é assim que funciona a franchise tag. É um instrumento que “força” um Free Agent Irrestrito a ficar mais um ano com uma dada equipe – a peso de ouro, claro. Durante esse período, para não virar bagunça, a equipe que usou a tag tem que tentar assinar um contrato de longa duração. Digamos que a tag evita o vale night – isto é, o jogador em questão não pode testar o mercado.

O instrumento surgiu no início dos anos 90 quando as equipes foram forçadas a adotar o modelo atual de free agency. Até 1994, os jogadores não podiam ser agentes livres de verdade. Na prática, geral era agente livre restrito e qualquer proposta de outro time poderia ser igualada. Obviamente, isso facilitava muito mais a vida – até porque não havia teto salarial restrito como hoje. Times cujos donos tinham uma grana violenta podiam manter elencos intactos por anos e anos (tal qual aconteceu com Steelers, 49ers, Raiders, Giants, Cowboys e tantos outros entre 1970 e 1994). As poucas movimentações que aconteciam – Charles Haley dos 49ers para os Cowboys, por exemplo – eram via trocas.

Bom, agora que fizemos este contexto inicial, vamos aos jogadores que podem ser tagados neste ano. No ano passado, nomes importantes receberam a tag: Alshon Jeffery (WR, Chicago), Kirk Cousins (QB, Washington), Eric Berry (DB, Kansas City) e Josh Norman (CB, Carolina, depois com a tag retirada) são alguns exemplos.

Kirk Cousins, quarterback, Washington

A campanha final contra Nova York na semana 17 tirou alguns milhões de dólares da conta bancária de Kirk Cousins. Com a interceptação que matou as chances de Washington de ir para a pós-temporada, Cousins muito provavelmente terá que se contentar com a tag. Não que isso seja ruim;

A questão aqui que fica é: caso o instrumento seja aplicado, a franquia utilizará a tag exclusiva ou a não exclusiva? É algo a se pensar. Conforme explico neste texto, a exclusiva é mais cara – mas impede que outras franquias cheguem perto do jogador. Caso a não-exclusiva seja usada, uma outra equipe poderia hipotecar a vida pelo quarterback.

O exemplo mais possível seria o San Francisco 49ers – que, além da grana para Cousins no contrato longo, teria que compensar Washington com escolhas do Draft (muito provavelmente coisa de duas escolhas de primeira rodada). Dinheiro não seria problema em SanFran, dado que a equipe é uma das que mais espaço tem no teto salarial. E com a chegada do guru ofensivo, Kyle Shanahan, não é de se jogar fora. Explica-se: em 2016 o time teria que investir num quarterback e a classe de 2017 do Draft não é “pronta”. O time gastaria a escolha deste ano num quarterback de qualquer forma, portanto.

De toda forma, esse cenário é mais difícil de acontecer justamente porque Washington deve aplicar a tag exclusiva em Cousins – tal qual New Orleans fez em Drew Brees em 2012. Neste caso, ele receberia coisa de 24 milhões de dólares em 2017; Sendo, por tabela, um dos jogadores mais bem pagos da posição enquanto o time avalia bem se ele merece um contrato longo ou se continuam no “aluguel” ao invés de comprar uma casa própria.

Le’Veon Bell, running back, Pittsburgh Steelers

Se eu tivesse que apostar dinheiro em alguma tag, seria nesta. Le’Veon Bell é indiscutivelmente um dos melhores corredores da liga. A questão é que ele tem problemas de lesão e, bem, extracampo (tendo sido suspenso nos três primeiros jogos da temporada passada). Assim, o caminho costuma ser a tag. Se ele ficar longe de problemas e saudável na próxima temporada, os Steelers devem assinar um contrato mais longo.

Cabe salientar que a prioridade de Pittsburgh no momento é renovar com Antonio Brown. Assim, a tag em Bell ajuda a “aliviar” as obrigações e faz com que o foco esteja no recebedor. Ademais, a tag não exclusiva (a mais comum) tem salário composto pela média dos 5 maiores de uma dada posição. Os salários dos 5 running backs mais bem pagos são cócegas perto de outras posições. Com efeito, usar a tag num corredor é bem mais tranquilo do que em outros jogadores.

Eric Berry, safety, Kansas City Chiefs

Eis outro jogador que recebeu a tag no ano passado e que muito provavelmente receberá o instrumento em 2017. Berry já falou publicamente que não quer jogar com tag em 2017 – mas a questão é que a franquia não tem muito o que fazer aqui. Por mais que seja jovem, ainda podem pairar dúvidas sobre a saúde do jogador (ele batalhou contra um linfoma em 2014, felizmente se curando depois).

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Em 2016 ele foi um dos melhores atletas do plantel, sendo novamente eleito All-Pro e também para o Pro Bowl. É indiscutível seu protagonismo na campanha dos Chiefs no ano passado. O problema é que também é indiscutível que a franquia tem pouco espaço no teto salarial (5 milhões de dólares). Tal como ano passado, a melhor saída para o time seria colocar a tag, dado que de qualquer forma Berry receberia um contrato gordo. Assim como Cousins, resta saber se os Chiefs colocarão a tag exclusiva ou não. Berry é um dos melhores safeties da liga e as últimas classes da posição no Draft não vem sendo tão talentosas. Assim, seu valor no mercado seria bastante alto caso ele se torne free agent em março.

Como Berry disse que “não jogará” com tag neste ano, as negociações serão duras em Kansas City. Vale lembrar que ele só se apresentou no elenco no ano passado, com tag, no final de agosto.

Kawann Short, defensive tackle, Carolina Panthers

O “corte” de Josh Norman no ano passado indicou que a diretoria de Carolina pretendia focar na linha defensiva e ter cap para tanto no ano seguinte. Ron Rivera, técnico do clube, indicou que os Panthers provavelmente vão colocar a tag em Short – discutivelmente um dos melhores defensive tackles 4-3 da liga.

Não tem muito lero-lero aqui. Os Panthers não têm tanto espaço no teto salarial (12 milhões, hoje) e precisam reforçar a linha ofensiva e secundária. Ademais, já renovaram com Star Lotulelei no ano passado (o outro defensive tackle titular). Manter esse núcleo para a temporada seguinte é essencial no sistema de Rivera.

Chandler Jones, outside linebacker/defensive end, Arizona Cardinals

“Chandler não vai a lugar nenhum, nós iremos colocar a tag nele”, disse o técnico dos Cardinals, Bruce Arians. Bom, sendo assim, ele facilita bastante meu trabalho aqui.

De maneira bem quieta – até porque houve problemas em outros setores de um time que terminou o ano com campanha negativa – os Cardinals lideraram a NFL em sacks forçados no ano passado (48). Manter Jones a um preço que não é fora de cogitação faz com que essa base do elenco se mantenha praticamente intacta para a próxima temporada.

Jogadores que provavelmente devem receber a tag, mas que não tenho tanta certeza assim:




  • A.J Bouye (CB, HOU): Uma das gratas surpresas do ano passado. Em ascensão, os Texans não podem perdê-lo
  • Jason Pierre-Paul (DE/NYG): Com os cortes de Victor Cruz e Rashad Jennings, os Giants pretendem renovar com Pierre-Paul por mais de um ano. Se não conseguirem, tag nele.
  • Melvin Ingram (OLB, LA Chargers of San Diego): Vários times estão se coçando para contratá-lo. Os Chargers devem tentar mantê-lo com a tag.

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