Os 5 times da NFL com mais dinheiro para gastar no mercado em 2016

O ano novo é dia 1º de janeiro. Para quem cobre NFL, é o dia depois do Super Bowl. Na China, é em fevereiro. E para as franquias da liga, o novo ano começa em março – em 2016, especificamente, dia 9.

Eis o dia no qual o mercado de agentes livres – ou seja, de jogadores sem contrato com nenhuma franquia da liga – podem negociar com quem bem entender. A única restrição é que esses negociadores, ou seja, as franquias, estejam dentro de um limite: o teto salarial da NFL. Para os times e para os jogadores a boa notícia é que o teto salarial está mais alto do que nunca: 155 milhões de dólares.

Nesse teto, há times com pouco espaço, médio espaço e muito espaço. Em tese, se você pensar de forma análoga com o futebol – o que, indiretamente, é o que acaba acontecendo pelo fato do brasileiro conhecer aquele antes do futebol americano – ter muito espaço no teto salarial é uma maravilha: você pode forrar o mercado com os principais jogadores e se tornar o Barcelona.

Bom, não é bem assim. Ter muito espaço no teto salarial geralmente indica que ou a) Você tem muitas necessidades a serem preenchidas no elenco ou b) Você tem muitos contratos importantes de calouros que terão de ser renovados em breve. Daí a necessidade de ter um espaço equilibrado e, sobretudo, possuir um elenco composto por veteranos e jovens promessas.

Em resumo, a Free Agency serve para reforçar seu time de modo pontual. Um campeão, com raríssimas exceções, é construído através de boas escolhas no Draft. Com efeito, o agente livre é a peça que falta no quebra-cabeça, não sua estrutura.

Dito tudo isso para uma contextualização necessária, abaixo listamos os times com mais “espaço” na folha de pagamento e que poderão ser um pouco mais agressivo a partir de 9 de março, quando os times podem se reforçar. Confira.

5: Tampa Bay Buccaneers

Aproximadamente 54 milhões em espaço no teto salarial

Considerada a franquia com um dos elencos mais promissores (e jovens) da NFL, os Buccaneers ainda têm algumas necessidades para preencher caso queiram causar mais estrago na Conferência Nacional. No ano passado, a equipe chegou até a brigar por vaga de repescagem (Wild Card) no meio da temporada – mas a falta de uma defesa mais sólida acabou fazendo a diferença, negativamente falando.

Os Bucs precisam de um jogador que pressione o quarterback adversário. Sem um atleta desse calibre e geralmente marcando em zona, Tampa Bay sofreu defensivamente no ano passado. Neste, Oliver Vernon pode ser uma boa pedida e o time teria dinheiro disponível para tanto. Os Dolphins colocaram a transition tag no pass rusher – que teve 25,5 sacks nas últimas três temporadas. Teriam, portanto, o direito de tentar ao menos igualar a proposta feita por Tampa Bay – mas se ela for boa o suficiente, ele pode ir para o norte na Flórida.

4. San Francisco 49ers

Aproximadamente 56 milhões de espaço no teto salarial

Problemas de Colin Kaepernick no pocket a parte – e nem sabemos se ele continuará em San Francisco em 2016 – ficou bem nítida a necessidade dos 49ers na linha ofensiva. Os 49ers foram o segundo pior time da liga em sacks cedidos, com 53 – apenas Tennessee teve mais. Ou seja: é necessário reforçar o setor.

Com a chegada de Chip Kelly e seu sistema up-tempo, é necessário que haja algumas adaptações no pessoal empregado pela franquia. Uma dessas adaptações é o uso de linhas ofensivas mais atléticos, capazes de rapidamente irem para a linha de scrimmage após a jogada anterior. Anthony Davis, tackle, parece querer voltar de seu ano sabático-quase-de-aposentadoria. Alex Mack optou por não jogar o último ano de seu contrato em Cleveland, fazendo com que o center esteja no mercado. Mesmo com 30 anos, Mack é atlético e de longe pode ser considerado como uma das melhores “pedidas” neste mercado de 2016.

Mostrar esta foto para um torcedor dos Bears é o equivalente a mostrar a foto da ex-namorada para seu amigo na fossa.
Mostrar esta foto para um torcedor dos Bears é o equivalente a mostrar a foto da ex-namorada para seu amigo na fossa.

3. Chicago Bears

Aproximadamente 58 milhões de espaço no teto salarial

É até irônico (e doloroso para o torcedor) que a maior virtude de Chicago em sua história – e na década passada – tenha sido o jogo de linebackers no meio do campo – e que nos últimos dois anos tenha sido sua maior desgraça. Depois de uma era de louros com Brian Urlacher e Lance Briggs (foto acima), os Bears precisam reforçar a posição – seja no Draft, seja na Free Agency.

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Caso a segunda opção seja escolhida – assim, Chicago poderia endereçar a linha defensiva com a 11ª escolha do recrutamento de 2016 – existem algumas opções interessantes no mercado. Considerando que Denver não tenha cacife para pagar a Franchise Tag de Von Miller, renovar com Malik Jackson, Brock Osweiler e ainda sim manter outras peças, Danny Trevathan pode chegar ao mercado (em realidade, é o que deve acontecer). Trevathan é jovem, com apenas 25 anos, e foi treinado por John Fox em suas três primeiras temporadas na liga. Além disso, é um dos poucos linebackers disponíveis e do sistema 3-4 que teriam um impacto imediato numa defesa carente da posição.

2. Oakland Raiders

Aproximadamente 72 milhões de espaço no teto salarial

Lembra aquele negócio de ter necessidades vários contratos de calouro em posições importantes? É o caso de Oakland. A franquia tem o principal jogador defensivo (Khalil Mack), o quarterback (Derek Carr) e o principal playmaker ofensivo (Amari Cooper) em contratos de baixo custo, fixados para calouros da liga. Assim, não espanta haver tanto espaço disponível – depois de seguidos erros em recrutamentos, Oakland vem fazendo um excelente trabalho no Draft.

Talvez a necessidade mais latente dos Raiders seja na secundária, especificamente na posição de cornerback. Dentre os sucessos do Draft, D.J. Hayden acabou não sendo um deles e não correspondeu  às expectativas. Assim, seria interessante pensar em reforços. Como Josh Norman não vai ao mercado por ter sido “taggado” por Carolina, as outras opções disponíveis no mercado podem não ser tão interessantes – Janoris Jenkins e Prince Amukamara – mas olhar não custa nada (embora acredite que seja melhor focar no Draft).

1.  Jacksonville Jaguars

Aproximadamente 78 milhões de espaço no teto salarial

E rufem os tambores, nosso grande campeão é o Jacksonville Jaguars. A equipe tem um ataque interessante em construção e pode surpreender bastante no quesito “número de touchdowns” para 2016 – fique de olho nisso para seu fantasy. Mas o problema, aqui, é a defesa: especificamente a secundária.

Claro, num sistema embasado no Cover 3 como o de Gus Bradley, pressionar o quarterback adversário é mais do que essencial. Daí, o fato da escolha de primeira rodada dos Jaguars em 2015 – Dante Fowley Jr. – finalmente vir a campo na próxima temporada é algo que anima o torcedor. A secundária, contudo, ainda precisaria ser enderaçada. Na verdade, isso não vem de hoje: na Free Agency do ano passado o time tentou agressivamente algo com o safety Devin McCourty, mas não deu em nada.

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Neste ano, com a franchise tag aplicada em Eric Berry (safety, Kansas City Chiefs) sobra somente outro jogador de calibre na posição: Eric Weddle, que dificilmente deve renovar com o San Diego Chargers. É verdade, ele tem 31 anos – mas um pouco de experiência não faria mal algum a esse time, no lado defensivo da bola. Weddle também raramente se machuca – ele perdeu apenas sete jogos nas últimas nove temporadas. Seria uma estabilidade muito bem-vinda no norte da Flórida.

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