Os Chiefs foram eliminados – mas isso não apaga a excelente temporada de Cairo Santos

Num gramado castigado pelas temperaturas ruins que mudaram o horário da partida, Cairo Santos não teve a chance de fazer muita coisa para ajudar o Kansas City Chiefs no playoff divisional contra o Pittsburgh Steelers. Com um ataque inepto e com Chris Boswell fazendo história do outro lado ao chutar 6 field goals, Cairo viu boa parte do jogo através da sideline.

De toda forma, a eliminação do Kansas City Chiefs não ofusca a bela temporada que Cairo teve em 2016. Ele se tornou o kicker mais preciso da história dos Chiefs – ou, se preferir, o mais preciso em 57 temporadas da franquia. Considerando que ele sequer foi draftado em 2014, os números são positivos em impressionam. Mesmo se lembrarmos que ele foi eleito All-American e venceu o Lou Groza, prêmio dado ao melhor kicker universitário.

Com 84% de field goals acertados na carreira profissional, Cairo passou de um free agent não draftado a elemento crucial do plano de jogo dos Chiefs, Na primeira partida da franquia do Missouri contra o Denver Broncos nesta temporada, Cairo acertou o field goal da vitória numa prorrogação que outrora em 2016 havia reservado empates por conta de erros bizarros (pergunte aos torcedores de Washington, Cincinnati, Seattle e Arizona sobre o assunto).

O mais importante em relação a Cairo é a evolução

Como há algum tempo você deve saber, não falo bem de Cairo “porque sim” e o fato dele ser brasileiro em absoluto faz com que minha visão fique distorcida. Ele não foi o melhor kicker da Conferência Americana no ano passado, por exemplo – o ano mágico de Justin Tucker acabou por merecer mais a vaga no Pro Bowl.

O grande ponto aqui é a evolução de Cairo. Em 2014, ano de calouro, era nítido como havia problemas em relação a obter touchbacks. No ano seguinte isso foi trabalhado. A força na perna, tão crucial para kickers na NFL, ficou em foco e o trabalho deu resultado. A título de comparação, Cairo teve 50% de aproveitamento em 2015 quando o assunto foi chutes para mais de 50 jardas. Neste ano, ele acertou os dois que tentou, obtendo, também, o mais longo da carreira (54 jardas) contra os Texans.

A acurácia em chutes de média-longa distância – os entre 40 e 50 jardas – também aumentou. Cairo errou apenas um chute, para essa distância, neste ano. No ano passado havia errado dois e em 2014 foram três errados. Para um kicker, é extremamente importante que haja evolução – dado que um ano ruim ou regressão muitas vezes importam em corte por parte do general manager, dado o kicker ter um salário menor do que os outros jogadores e não acarretar muito dinheiro preso no teto salarial.

Cairo apareceu em momentos importantes, como na vitória fora de casa contra os Broncos ou na virada contra os Panthers, e foi capaz de colocar 129 pontos no placar. Em se tratando de um ataque que tem severos problemas na red zone (apenas 47% das campanhas de Kansas City nas 20 jardas finais do campo acabaram se tornando touchdown, 26ª da liga no quesito) é importante haver um kicker confiável como de fato Cairo foi.

Num ano em que os kickers viraram motivo de preocupação, empates e derrotas, a temporada do camisa 5 de Kansas City foi bastante satisfatória e inspira confiança para a próxima temporada. Ufanismo a parte, é a realidade. Ele ainda não é o melhor kicker da NFL – mas nada impede de sê-lo se continuar evoluindo assim.

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