Os jogadores mais subestimados da NFL

Recentemente, Jon Gruden – comentarista da ESPN americana e ex-head coach da equipe de Tampa Bay vencedora do Super Bowl XXVII – disse que Chris Harris Jr., cornerback do Denver Broncos é o jogador mais subestimado da liga. Ele destacou a eficiência da dupla formada por Harris e Aqib Talib, e seu comprometimento com um estilo de jogo agressivo, que faz com que a secundária dos Broncos seja uma das mais temidas pelos coordenadores ofensivos da liga.

É difícil discordar de alguém com o currículo de Gruden, mas Chris Harris Jr. já deixou de ser subestimo há algum tempo. Ele já foi selecionado para dois Pro Bowls e foi um dos jogadores mais aclamados da equipe que venceu o Super Bowl na temporada passada. Pergunte a qualquer fã da NFL quem são os melhores cornerbacks da liga e o nome de Harris invariavelmente surgirá na conversa. Talvez eu e Gruden tenhamos definições diferentes para “subestimado” Para mim, um jogador subestimado é aquele que desempenha um papel fundamental no sucesso de seu time e é desconhecido pela maioria dos fãs de futebol americano. Ou aquele que tem jogado em um nível bem superior ao que lhe é atribuído pela percepção pública. Ou ainda um jogador que está entre os melhores  de sua posição em toda a NFL, mas recebe reconhecimento apenas dos torcedores de seu time. Para exemplificar estas possibilidades, analisarei hoje três jogadores, cada um representando uma delas. É impossível quantificar o quanto um jogador é subestimado, já que isto depende da sua análise do jogador e das opiniões que você ouve a respeito dele, que podem variar imensamente dependendo de seu círculo de convivência e fontes de informação, mas eu acho que é indiscutível que esses jogadores têm recebido menos reconhecimento do que merecem.

Ah, só mais uma coisa antes de passarmos para a lista. Matthew Stafford merecia figurar em um texto com esta temática. Ele está sendo muito subestimado em 2016, mas meu amigo Eduardo Miceli já está cuidando para que esta injustiça seja retificada. Por isso deixarei ele de fora e trarei um outro quarterback para substituí-lo.

Andy Dalton, quarterback do Cincinnati Bengals

Sim, parece que estou sendo contraditório, afinal Andy Dalton, assim como Chris Harris, já foi selecionado para dois Pro Bowls. A diferença é, que se pedirmos para alguém uma lista dos melhores quarterbacks da temporada, ninguém vai citar Andy Dalton, a menos que seja uma lista bem longa. Mas a realidade é que Dalton vem tendo uma das melhores temporadas de sua carreira, ainda que a maioria dos fãs ainda o veja como um jogador mediano.

quarterback dos Bengals vem demonstrando um ótimo crescimento como jogador, especialmente no quesito presença de pocket. Sua movimentação dentro do bolsão de proteção tem lhe dado mais tempo para desenvolver suas leituras, compensando a notável queda de produção de sua linha ofensiva. Em 2015, nas 13 partidas que disputou, Dalton foi derrubado atrás da linha de scrimmage 20 vezes. Este ano, em apenas sete partidas, já foram 22 sacks. E mesmo sob toda esta pressão, atuando com o pior grupo de recebedores de sua carreira, ele tem completado 67,5% de seus passes. Em cincos dos sete jogos disputados, Dalton não cometeu um único turnover. E não é porque ele tem jogado de forma conservadora. Ele é o terceiro da liga em jardas por tentativa, e quarto em jardas totais.

Infelizmente, Dalton é um jogador que vem sendo constantemente subestimado, e não parece que isto vai mudar tão cedo. Isto é, a menos que ele reescreva sua história nos playoffs deste ano.

Justin Pugh, guard do New York Giants

As posições da linha ofensiva são repletas de jogadores subestimados. Por serem mais difíceis de avaliar por um observador não treinado, e por não produzirem estatísticas uteis para medir o desempenho individual, poucas pessoas conseguem citar, por exemplo, quem é o melhor guard da NFL. Este ano, o título vem pertencendo a Justin Pugh. Dominando tanto em bloqueios de corrida quanto na proteção de passe, Pugh é o mais consistente jogador ofensivo dos Giants.

Durante sua carreira, Pugh foi utilizado em diversos pontos da linha ofensiva em New York – left guard, right guard, left tackle, right tackle – e ainda que ele seja um jogador acima da média em todas elas, é em sua posição de origem, a de left guard, que ele é realmente excepcional. E nesta temporada ele tem atuado lá com exclusividade.

Tenho certeza que para o torcedor do New York Giants nada disto é novidade. Eles têm acompanhado a carreira de Pugh de perto, vendo em primeira mão a maneira como ele domina as linhas defensivas adversárias. Mas para os torcedores dos outros times, Justin Pugh é apenas mais um nome em uma daq1uelas posições que quase ninguém repara. Ossos do ofício.

A.J. Bouye, cornerback do Houston Texans

Richard Sherman? Aqib Talib? Não, para este que vos escreve, o melhor cornerback da NFL em 2016 é A.J. Bouye. Um undrafted free agent que levou algum tempo para se acostumar ao estilo de jogo da NFL, Bouye parece ter se encontrado três anos após ter assinado com os Texans.

Quarterbacks têm um passer rating de apenas 64,2 quando lançando passes na direção do jogador coberto por Bouye. São mais de 20 pontos a menos que a média da liga. O cornerback anulado o principal wide receiver dos ataques adversários e ainda não cedeu um único touchdown na temporada. Na derrota dos Texans para o Denver Broncos, Trevor Siemian decidiu testar Bouye, e acabou se frustrando. O jogador de Houston teve dois passes defendidos e 11 tackles. E isto porque ele ficou de fora de alguns snaps, com uma câimbra na perna. Alto, forte, rápido e dono de um estilo de jogo agressivo e de uma excelente impulsão, Bouye vem aproveitando bem a oportunidade que lhe foi dada, e tem sido o destaque dos Texans neste começo de temporada. Se conseguir manter o nível que vem apresentando, Bouye será um dos mais disputados free agents  da próxima offseason.

Quer uma oportunidade para assinar nosso site? Aproveita, R$ 9,90/mês no plano mensal, cancele quando quiser! Clique aqui para assinar!
“odds