Os melhores dias dos Titans ficaram no passado?

Equipe comandada por Mike Vrabel chegou aos playoffs nas últimas 3 temporadas, mas com o envelhecimento de algumas peças, em especial no ataque, deixa a dúvida se ainda pode conseguir algo maior.

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É estranho olhar para um time que vem de 3 playoffs consecutivos, com direito a melhor campanha da AFC em 2021, pouco mudou seu elenco e mesmo assim se perguntar se os melhores dias já ficaram para trás. Todavia, essa é a grande interrogação em torno do Tennessee Titans, que não conseguiu transformar os bons resultados dos últimos anos em um título ou sequer em uma ida ao Super Bowl. Com peças-chave envelhecendo e perdendo o brilho, fica a dúvida: a melhor fase dos Titans se foi?

Não dá para confiar em Ryan Tannehill

A afirmação acima parece dura com um quarterback que ano passado conseguiu manter o time na cabeça da AFC, mesmo após a lesão de Derrick Henry. Todavia, quando paramos para olhar de forma mais criteriosa, fica evidente que não Tannehill o fator que manteve o time vivo e sim a boa defesa dos Titans. Após a semana 8, última partida de Henry, a defesa cedeu 25 pontos ou mais em apenas 2 jogos. Em 4 deles foram menos de 20 pontos dos oponentes, sendo que em 2 nenhum touchdown foi sofrido. Desempenho estelar.

Já o quarterback mostrou todas suas limitações, ficando evidente que precisa de todo suporte ao pleno vapor. Para deixar isso ainda mais cristalino, nesse mesmo lastro temporal o camisa 17 foi: 19° em jardas por tentativa de passe, 17° em jardas por tentativa quando pressionado e 20° no mesmo quesito quando oponente não enviou blitz. Além disso, foram apenas 8 passes completos para mais de 20 jardas aéreas, uma das piores marcas da liga. O decréscimo no jogo aéreo foi de 250 para 192 jardas de média por partida, uma queda de 23%.[foot]Pro Football Focus[/foot]

O apogeu desse desastre veio nos playoffs. Mesmo com Henry de volta – claramente longe de suas melhores condições -, Tannehill entregou a paçoca fortemente na semifinal diante do Cincinnati Bengals: foram 3 interceptações, sendo que 16% de seus passes foram considerados “lançamentos ruins”. Mesmo com a defesa colocando Joe Burrow no chão por 9 vezes, o quarterback não conseguiu conduzir levar seu time a condição de pontuar, ainda cometendo um turnover na campanha final, que culminou no field goal da vitória dos Bengals.

Acreditar em Ryan Tannehill em 2022 só tem uma explicação: fé de torcedor. Motivos lógicos não existem e olhando para curva de performance, é mais fácil a coisa piorar que melhorar.

Levanta a cabeça ou a coroa cai, rei

Demorou, mas aconteceu: após receber o novo contrato, Derrick Henry teve um ano de jogador ofensivo da temporada de 2020, mas em 2021 não escapou de se lesionar, algo que assola a ampla maioria dos running backs em segundo vínculo. Aos 28 anos, Henry terá uma missão complicada: retomar o bom nível e se manter saudável. Esse ataque de Tennessee depende de seu volume terrestre e sem seu principal running back, depende de…Ryan Tannehill, o que já vimos não ser uma boa ideia.

Todos os prognósticos jogam contra o corredor. Desde 2018 nenhum jogador que está na liga a mais de 5 temporadas consegue pelo menos 1100 jardas corridas – Henry está no sétimo ano. Usando o mesmo parâmetro de jardas e tempo, outro dado que preocupa: nenhum dos que atingiram a marca tinham nem sequer 1000 carregadas na carreira, enquanto o camisa 22 já tem mais de 1500. Para fechar meu momento mensageiro do caos, vale a lembrança que a linha ofensiva foi somente a 24° em vitórias em bloqueios para corrida em 2021.

Não tenho pretensão de ser o Walter Mercado da NFL e dizer que garanto o futuro. Todavia, também não estou aqui para sentar em cima do muro e ficar olhando o horizonte enquanto as coisas se desenrolam. Toda pergunta merece uma resposta e para essa a minha convicção é grande em dizer: sim, os melhores momentos dos Titans já ficaram para trás. Isso não quer dizer que o time é um saco de lixo e que não pode conseguir alguns bons resultados. Contudo, esperar que esse time possa dar um salto e chegar aonde não chegou nos últimos anos é questão apenas de fé. E fé fica bem apenas e tão somente em torcedor.

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