Os principais matchups e as chaves para a vitória em Patriots e Broncos

Manning vs Brady XVII.

Pode ser o último, dadas as lesões na carreira de Peyton Manning. É o quarto em final de Conferência Americana, valendo vaga para o Super Bowl 50. Para o New England Patriots, vale também como vingança da derrota na Semana 12, em 28 de novembro, contra os Broncos – na ocasião Denver venceu na prorrogação.

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Você já sabe tudo o que esperar fora de jogo. Você já sabe todo o hype em cima de uma partida de Brady vs Manning. Agora vamos aos duelos principais na partida e como as dinâmicas da partida podem se desenvolver neste domingo.

Ataque dos Patriots vs Defesa dos Broncos

Hm. Como parar o ataque do New England Patriots com o Brady Bunch saudável? Se você marca Rob Gronkowski, aparece Julian Edelman. Se você marca Julian Edelman, aparece Rob Gronkowski. O grande ponto é que com Edelman no elenco, o time dos Patriots é um animal completamente diferente. Ele se torna um animal, literalmente, completo. Na partida da Semana 12, Edelman não estava no elenco. Em nenhuma das derrotas da temporada dos Patriots ele estava em campo.

Aí já temos um dos primeiros duelos interessantes da partida: quem marca Julian Edelman e como? Aí que tá. Ele não pode ser objeto principal das atenções defensivas de Denver. Suponha que o ataque de New England é 100% com Gronkowski em campo – de fato é um ataque dominante. O principal é o tight end e o acessório é Edelman (com ambos o ataque fica 200%). Se você neutralizar o principal (Gronkowski) o acessório perde poder (Edelman). Aí vai depender de como os Broncos executarão isso. Marcar em zona ou homem-a-homem é difícil, de modo totalmente puro, porque o jogo aéreo curto é efetivo contra ambas – e é a filosofia dos Patriots. Caso seja homem-a-homem, se Gronkowski alinhar como wide receiver o responsável deve ser Aqib Talib. Se alinhado na linha de scrimmage, resta saber se os Broncos optaram por marcar em zona ou se Talib acompanha – ou mesmo se algum linebacker ficaria responsável por isso, como Von Miller e seu atleticismo.

Na Semana 12, mesmo se lembrarmos que Tom Brady não tinha Julian Edelman, os Broncos fizeram um trabalho decente em conter o ataque patriota. Na época, Denver usava bem mais a marcação homem a homem em oposição à zona – ela contém melhor o jogo terrestre. Depois do massacre que sofreu, ainda na temporada regular, contra os Steelers, optou em marcar mais em zona para conter avanços aéreos mais contundentes dos oponentes. Deu certo. Talvez o segredo contra os Patriots seja abrir o plano de jogo o máximo possível com homem-a-homem e zona. Mas algo a mais.

Pressionar Tom Brady.

Este é o maior segredo para derrubar o titã patriota. Sempre que Brady fica desconfortável no pocket a coisa começa a andar melhor para o adversário. Talvez de todas as equipes da NFL que sejam capazes disso, a do Denver Broncos seja a mais capaz. Líder em sacks nesta temporada (52), os Broncos têm múltiplas armas para tornar a vida de Brady um inferno. Von Miller, DeMarcus Ware, Derek Wolfe –  só Deus sabe como pará-los. Se livrar da bola rápido é o segredo. Para Denver, será necessário confundir Brady – para que ele não se livre da bola tão rápido, para que ele fique errático no pocket. 

Ataque dos Broncos contra Defesa dos Patriots

Uh. Por onde começar. Novamente aquela pergunta de sempre: quão saudável estará Peyton Manning? Já endereçamos esse assunto. Antes, da mesma maneira que acima, temos que nos ater ao principal. E no ataque com filosofia terrestre que tem Denver, o principal é como seu jogo terrestre irá se portar contra o front seven patriota. Retomando o primeiro jogo entre as equipes – o qual, a bem da verdade, pode ser totalmente diferente de hoje, dado que foi sem Manning e sem Edelman – Denver viu C.J Anderson e Ronnie Hillman correrem para 172 jardas em 29 tentativas (mais dois touchdowns, um deles sendo o decisivo da prorrogação).

Não quer dizer que, por Denver ter corrido bem pelas extremidades da linha ofensiva, o fará bem de novo hoje. A equipe terá – a exemplo de sua abordagem defensiva – ter que equilibrar as coisas. Correr por entre os offensive tackles será essencial também – até porque nas extremidades haverá Rob Ninkovich, um dos melhores contendo a corrida na liga (e do outro, Chandler Jones, igualmente sólido jogador).

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Se o jogo terrestre funcionar, as coisas funcionam para Denver – a defesa ficará reativa e não agressiva. Se já no início da partida os corredores dos Broncos não conseguirem se desenvolver e tiverem média de jardas/carregada inferior a 3,8, a equipe do Colorado estará numa enrascada, uma vez que precisará contar com Peyton Manning em terceiras descidas longas. O ideal é colocar Peyton na posição de game manager, com passes curtos e fazendo seus audibles para explorar eventuais fraquezas da defesa dos Patriots. Esse é o caminho.

O jogo aéreo tem que aparecer em situações nas quais ele não seja tão óbvio, com rotas rápidas e horizontais para Emmanuel Sanders e Demaryius Thomas. Sanders, aliás, teve bela partida contra os Patriots em novembro – foram 113 jardas recebidas. Outro cara que pode se destacar bastante – e talvez ele seja o elemento X desta partida – é Owen Daniels. Desde a época de Kubiak-Texans, Daniels aparecia bastante no play action. Se o jogo terrestre ir bem, já sabe: Daniels apareceria forte no play action.

Usar Peyton com seu cérebro, não com seu braço. Se o jogo terrestre funciona, múltiplas coisas podem ser feitas nas segundas e terceiras descidas curtas. É aí que os Broncos podem vencer essa partida.

Previsão

Talvez seja um dos jogos mais difíceis de se prever ao longo de toda a temporada. São muitas incógnitas, muitos jogadores de talento nos dois lados e muitas dinâmicas/matchups difíceis de saber o resultado – até porque, como dito, são jogadores acima da média.

De toda forma, as coisas pendem ligeiramente para o ataque dos Patriots e para a defesa dos Patriots. Se New England marcar 35 pontos, é difícil vislumbrar os Broncos mantendo esse ritmo (a única hipótese plausível seria o ataque terrestre ficar forte). Ou então que o jogo esteja pegado até o último quarto. Aí pode aparecer a home field advantage da altitude e do cansaço do oponente em Denver, como tantas vezes já vimos. De toda forma, será um grande jogo.

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