Os Raiders precisam se impor, fora de casa, contra os invictos Ravens

Duas campanhas positivas e questionáveis. Dois times com muitas mudanças, que sofreram nas primeiras semanas e que possuem muitos incrédulos. Baltimore Ravens e Oakland Raiders vão se enfrentar em um momento crucial para tentar entender o que cada equipe quer na temporada. Este jogo pode, até mesmo, se transformar no famoso “jogo de seis pontos”, visto que Pittsburgh Steelers e Denver Broncos ainda são os favoritos na AFC North e West, respectivamente. Por causa disso, as duas franquias podem acabar dependendo do Wild Card para disputar os Playoffs – e este jogo pode virar o tira-teima de tudo.

Tanto Raiders quanto Ravens vem oscilando bastante na temporada – em setores completamente distintos, é bem verdade. Enquanto Oakland está tendo sérios problemas defensivos (que foram aliviados no último jogo por causa do ataque terrestre de Tennessee), Baltimore vê o seu ataque ter dificuldades para se impor durante a partida. Enquanto é pouco esperado que o placar cheio de pontos do ano passado não ocorra (Oakland venceu por 37 a 33), o final deve ser o mesmo: extremamente apertado e decidido nos últimos minutos, como foi durante a temporada inteira para estas duas equipes.

O motivo de tanta dificuldade defensiva e ofensiva

Oakland entrou na temporada como um sleeper. E este clima de “agora vai” acabou contagiando as pessoas e mascarou um pouco um simples ponto: as coisas demoram para acontecer. Não é só juntar as coisas – basta lembrar dos bad boys Edmundo e Romário. Era totalmente esperado que a unidade defensiva tivesse que passar por uma curva de aprendizado neste início de temporada, visto que as perdas foram extremamente profundas no setor.

Perder Aldon Smith para a temporada já foi ruim para um front seven que depende muito da versatilidade de seus componentes. Com Mario Edwards Jr. indo para a Injury Reserve (basta lembrar da importância dele no esquema de Jack Del Rio), ficou óbvio que este front seven iria ter dificuldades no início do ano – tanto é que, até agora, foram apenas três sacks conquistados e uma média de absurdas 5,1 jardas cedidas por corrida (lembre-se que eles enfrentaram os Titans).

Além disso, a perda de Charles Woodson também seria extremamente importante – e não é somente pelo lado técnico. Dois aspectos extremamente subvalorizados pelos “analistas” e que faz muita diferença no futebol americano são entrosamento e liderança. E Woodson trazia os dois. Ele entendia a franquia como ninguém e, por causa disso, era o líder em campo que conseguia alinhar todo mundo. Hoje em dia, mesmo com Karl Joseph fazendo a função de maneira sólida, é visível que a secundária está tendo problemas. Sean Smith é uma peneira ambulante que todo mundo quer explorar – todo jogo ele é queimado – e não existe um ajuste sequer dentro de campo. Esta falta de liderança deve ser resolvida ao longo do ano (como deu sinais no último jogo) e a unidade deve avançar bem mais. Os Raiders só estão 2-1 por causa de seu ataque e isto não é um bom sinal contra uma das defesas que mais rouba a bola na liga – até agora Baltimore teve cinco interceptações e nove sacks.

Durante o Power Ranking da AFC da semana passada, muita gente reclamou de Baltimore estar tão alto. Aliás, muitos comentaristas estão dizendo que este é o pior 3-0 da história – talvez um pouco exagerados. Eles não devem ser o pior 3-0 da história e mesmo que percam no domingo eles não serão o pior 3-1 – basta lembrar do Philadelphia Eagles de 2012. O que muita gente está esquecendo quando analisa a franquia que sofreu contra os Browns (não fez que nem Miami, mas tentou miseravelmente) é o nível defensivo apresentado dentro de campo – principalmente no quesito roubo de bola e pressão no quarterback adversário. Em um devaneio aqui vale perguntar, o que os Browns estavam pensando no final de jogo contra Miami? Eles roubaram a bola, ajoelharam (?), pediram tempo e depois colocaram um kicker para um chute de mais de 45 jardas que estava desempregado dois dias atrás. Hue Jackson, sem dúvidas, é o treinador mais fora da casinha que está empregado.

Voltando aos Raiders, C.J. Mosley está jogando em um nível All-Pro (já são duas interceptações no ano, incluindo uma bela com uma mão) e Eric Weddle trouxe uma estabilidade para esta secundária que fazia tempo que não se via – desde a época de Ed Reed. Além disso, o pass rusher ressuscitou com a volta de Terrell Suggs de lesão e é o principal motivo da franquia estar 3-0 – um sucesso defensivo que é sustentável, basta lembrar do talento disponível na unidade.

O problema ofensivo tem uma origem diferente daquele enfrentado pela defesa de Oakland, mas o motivo de se sustentar é o mesmo: é preciso de tempo para as coisas começarem a funcionar. Joe Flacco (que é elite?) viu tudo mudar ao seu redor. Kelechi Osemele foi embora, logo todo o lado esquerdo da linha foi reformado – e possui dois calouros.

A principal mudança veio no corpo de wide receivers. Steve Smith Sr. está voltando de lesão (e está pegando ritmo de jogo), Mike Wallace ainda é extremamente novo neste ataque e Breshad Perriman finalmente estreou no nível profissional – e está se acostumando ainda com a NFL. É mais do que óbvio que este ataque iria ter absurdas dificuldades ao longo das primeiras semanas e Baltimore, obviamente, iria precisar que a sua defesa dominasse os jogos (que foi isso que aconteceu) junto com o seu Special Team – que é um dos melhores da liga.

Apesar dos pesares, está na hora de Oakland dominar o jogo e mostrar o seu potencial

Apesar das dificuldades defensivas, que melhorou na última semana, este é o momento dos Raiders jogarem bem, mostrarem o que podem e finalmente se firmarem como uma força na AFC. O jogo é fora de casa, a pressão vai ser grande e a defesa adversária vai forçar turnovers. A questão cairá nos colos da defesa, que enfrentará uma unidade que vem tendo dificuldades de entrosamento entre os seus membros – são muitas peças novas.

A possibilidade de se impor em campo e disputar de igual contra Baltimore fora de casa deve fazer com que este jogo seja extremamente importante para a dinâmica da conferência e um dos mais divertidos de se ver no final de semana. São duas unidades quase de elite e duas unidades que estão tendo muitas dificuldades. Só que, como a última semana mostrou, é muito mais fácil acertar o lado defensivo do que o ofensivo. E, por causa disso, Oakland precisa se impor fora de casa, ganhar a partida e mostrar de uma vez por todas que vai disputar a divisão até o final do ano.

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