5 Lições é a coluna semanal de Deivis Chiodini, comentando a rodada da NFL e trazendo 5 ensinamentos que podemos tirar dos jogos. Aqui a coluna “falada” em versão podcast.
Finalmente começou a temporada da NFL. Em tempos tão sombrios como os vividos por conta da pandemia do COVID-19, ter a volta do futebol americano é um grande alento para todos nós fãs do esporte. Com a pré-temporada encurtada, tendo apenas treinos e sem nenhum jogo, a primeira semana foi um grande “cartão de visitas”, afinal apesar de suposições, ninguém podia confirmar nada sobre time algum. Dito tudo isso, é hora de deixar as elucubrações de lado e conferir as 5 lições que separei após os jogos.
1- Entreguem a bola na mão de Russell Wilson e coisas boas acontecerão
Sempre critiquei a divisão entre passes e corridas do ataque do Seattle Seahawks. Passar a bola só em 50% dos snaps tendo Russell Wilson para mim era um desperdício sem tamanho. O jogo contra o Atlanta Falcons provou que eu não estava enganado: com 35 passes e apenas 20 corridas, o ataque fluiu muito bem. Wilson não completou apenas 4 tentativas. Foram mais de 320 jardas, 4 touchdowns e nenhum turnover. A vitória veio de forma relativamente tranquila e se Seattle se conscientizar de que essa é a melhor forma, isso acontecerá com frequência.
2- O Rei do Norte chegou na temporada com o olho brilhando
Nada como um gênio com vontade. Depois de um primeiro quarto complicado, em especial na red zone, Rodgers se encontrou e ditou o ritmo de uma segura vitória contra o Minnesota Vikings. Móvel, soube escapar da pressão quando ela chegou e fazer bons lançamentos em movimento. Explorou com sabedoria as rápidas separações conseguidas por Davante Adams, em especial contra o novato Cameron Dantzler, conseguindo 14 passes para seu alvo favorito. Ao todo, foram 364 jardas e 4 touchdowns. Se mantiver o ritmo, já diria Galvão Bueno: segura que eu quero ver.
3- A linha defensiva de Washington é o pilar da reconstrução do time
Desde que Chase Young foi selecionado por Washington no último Draft, minhas expectativas sobre a linha defensiva do time da capital americana foram lá em cima. Afinal, ao lado de nomes como Da’Ron Payne, Ryan Kerrigan e Montez Sweat, o novato tinha tudo para brilhar. Atrevo-me a dizer que a defesa montada pelo treinador Ron Rivera receberá muitos louros por conta desta unidade. Na vitória de virada contra o Philadelphia Eagles foram 8 sacks e 14 quarterback hits. Em 44% das vezes que Carson Wentz fez o dropback ele foi derrubado ou encostado pela defesa. Fiquem de olho nessa linha: ela já roubou uma vitória e pode fazer isso de novo em breve.
4- Tank em Jacksonville? Só do campo para fora
Muito se fala que o Jacksonville Jaguars estariam no famoso “tank”: enfraquecendo-se para conseguir uma escolha alta no próximo Draft. Até concordo que a direção pense que o time não é para vencer nesse ano, trocando seus principais nomes e pouco se preocupando com resultados imediatos. Mas isso nunca entra no vestiário. Todo jogador quer vencer sempre e Gardner Minshew foi a prova disso. O segundanista quer provar que a franquia não precisa de outro quarterback. Cuidando bem da bola e sendo preciso, ele acertou 19 de 20 passes tentados. Além disso, mostrou força mental para buscar o placar, mesmo estando atrás diversas vezes, até virar o jogo no quarto final. O bigode mais conhecido da NFL que garantir seu emprego.
5- Os Chiefs deram um recado para o resto da liga
Não se engane com o placar de 34 a 20: o Houston Texans não conseguiu realmente ameaçar o Kansas City Chiefs na abertura da temporada regular. Por mais que o time do Texas tenha aberto o placar, em nenhum momento o jogo fugiu do controle da equipe comandada por Andy Reid. O running back novato Clyde Edwards-Helaire, que era apontado como uma grande arma no jogo aéreo, correu e bem pelo meio. O jogo aéreo teve grande variação de alvos e conceitos. Já na defesa, inúmeras pressões e 4 sacks. Os Chiefs deixam o recado no ar: se alguém está pensando que para vencê-los basta entender o que fizeram ano passado, estão muito errados.
