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Os Vikings vão conseguir sobreviver sem Adrian Peterson?

Cinquenta jardas terrestres nos dois primeiros jogos, média de 1,6 jardas conquistadas por corrida e nenhum touchdown. Este início de temporada de Adrian Peterson, running back do Minnesota Vikings, foi o pior de toda a sua carreira – de toda forma, convenhamos que a linha ofensiva não ajudou. Mesmo assim, quando ele não conseguia apoiar o pé no chão quando retirado de campo, o torcedor gelou. Primeiro Teddy Bridgewater e agora Adrian Peterson. Este ataque vai conseguir sobreviver?

Se fosse somente sem Adrian Peterson, muito provavelmente este ataque sobreviveria. Perderia em qualidade, obviamente, mas Jerick McKinnon e Matt Asiata poderiam suprir um pouco da falta dele – principalmente por causa da fase em que se encontra. O maior problema de Minnesota não é (somente) a falta do running back, e sim a ausência de uma peça fundamental na linha ofensiva: Matt Kalil. O quase bust que deu a volta por cima sofreu uma lesão no quadril e vai operar, logo teve que ser colocado na Injury Reserve.

É a sua ausência, associada com a perda de Peterson, que pode fazer com que os Vikings sofram muito mais ao longo da temporada.

Antes de tudo, por que a perda de Kalil deve ser mais importante que a de Peterson?

Quando Minnesota perdeu Peterson pela temporada inteira de 2014, o impacto foi enorme. O atleta acabara de sair de um ano prolífico e parecia estar jogando em extremo alto nível. Tanto é que em 2015 Peterson disputou a liderança da liga em jardas terrestres e teve uma média de 4,5 jardas por corrida.

O que pouca gente lembra é que, no ano passado, o running back começou o ano extremamente forte e desacelerou muito no final do ano. Desde a semana 13 de 2015, Peterson teve uma média de 3,1 jardas terrestres por carregada. O ataque dos Vikings ficou mais previsível e a eficiência diminuiu. Aliás, mesmo as 4,5 jardas terrestres do ano passado foram abaixo de sua média na carreira – 4,9 jardas por carregada.

Enquanto Peterson vem desacelerando na carreira, outro jogador vem crescendo muito de produção. Matt Kalil já chegou a ir para o banco, mas o quarta escolha geral de 2012 melhorou muito nos últimos anos e tornou-se essencial nesta linha ofensiva. Vale ressaltar que esta unidade vai perder uma continuidade tremenda: desde 2012 o ataque teve apenas sete snaps em que nem Kalil nem Peterson estavam em campo.

O pior fica por conta da reposição. Enquanto McKinnon parece ter futuro e é tido como o futuro da franquia, atrás de Kalil a situação é bem pior. T.J. Clemmings, que tem muito mais footwork e trabalho técnico para ser um right tackle, deve assumir a posição. Clemmings é um projeto para o futuro e deve entrar em uma situação extremamente incômoda – nunca jogou como left tackle no nível profissional e terá que ser titular durante o ano. Aliás, vale lembrar que o segundo anista perdeu a vaga de titular durante o training camp para o veterano Andre Smith – que veio dos Bengals. A situação do banco também piorou muito. Agora os dois jogadores que devem entrar em campo em caso de contusão são Zac Kerin e Jeremiah Sirles – ambos grandes projetos sem experiência alguma.

O quanto o ataque perderá sem Peterson?

É preciso respeitar a lenda. Quarta maior média de jardas por jogo na história da NFL (96,1, perdendo para Terrell Davis, Barry Sanders e Jim Brown), uma temporada com mais de 2000 jardas terrestres e 11.725 jardas conquistadas na carreira. O impacto de Adrian Peterson não é apenas na produção dentro de campo (que vem decaindo, como mostrado). É na liderança e no medo que coloca nos outros adversários.

Vale lembrar que os Vikings possuem um record de 64-57-1 com ele em campo e 10-14 sem ele. São quase 20 jardas terrestres de diferença na média conquistada por jogo (140,1 com ele e 120,3 sem ele). Obviamente agora Sam Bradford (que nunca teve um ataque top 10 correndo com a bola a disposição) terá que assumir toda a responsabilidade da unidade… estando na equipe há menos de um mês! Além disso, Stefon Diggs será mais marcado do que nunca (é a principal peça no jogo aéreo) e o backfield terá uma difícil missão pela frente.

Falando mais especificamente do backfield, esta é a hora para saber o que Jerick McKinnon pode oferecer. Enquanto Matt Asiata e Ronnie Hillman já estão bem estabelecidos na liga (e os seus tetos são baixos), McKinnon é um terceiro anista que sempre foi um corredor de situação e entrava para mudar o ritmo do ataque. Tanto é que ele tem menos de 1000 jardas terrestres na carreira, apesar da média de 4,9 jardas por corrida – similar a de Peterson. Esta é a hora de saber o que fazer no futuro, principalmente no que se diz respeito a Adrian Peterson.

Pode ter sido a última temporada dele com a camisa dos Vikings?

Em 2017, Peterson terá um impacto no salary cap de absurdos 18 milhões de dólares – disparado o maior da liga. Se ele for cortado durante a intertemporada, Minnesota não terá nenhuma penalização no cap, o que vai colocá-lo em uma situação difícil, principalmente se o backfield não perder muito em relação às apresentações recentes – a partir da semana 13 da última temporada.

Para piorar, Peterson estará com 32 anos e joga na posição mais desvalorizada do futebol americano nos dias de hoje, a de running back. É praticamente impossível que ele veja em sua conta estes 18 milhões ano que vem. A reestruturação vai ser necessária e a franquia espera ganhar poder de barganha dependendo do desempenho em 2016.

Sem sombra de dúvida a perda isolada de Adrian Peterson traria complicações para este ataque. Perder Matt Kalil junto colocou os Vikings em mais uma situação muito pior. A perspectiva de ter que colocar toda a pressão em cima dos ombros de Sam Bradford (que, vale lembrar, disputou 16 jogos na carreira em apenas duas das cinco temporadas na NFL), com um elenco de apoio reduzido e uma linha ofensiva passando por mudanças, não é o ideal. O impacto será sentido, porém por possuir uma das melhores defesas da NFC ele deve ser reduzido. Mesmo com tantos desfalques, Minnesota ainda é favorito para conseguir uma vaga nos Playoffs e deve disputar o título da divisão até o final – ainda mais com a oscilação constante da maioria dos times no topo da conferência.

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