Packers dominam Rams nas trincheiras

Aaron Rodgers passou a partida inteira sem ser sackado e o jogo terrestre funcionou muito bem. A linha ofensiva dos Packers dominou a partida e mostrou que a perda de David Bakhtiari, apesar de dolorida, não será tão sentida

A mesma campanha de 2019, um time completamente diferente – e muito mais dominante. O Green Bay Packers venceu sua primeira partida na pós-temporada contra um Los Angeles Rams que vinha empolgado e que representava uma ameaça considerável, especialmente pelo trabalho de Brandon Staley no lado defensivo da bola. Não era um confronto tão fácil quanto se previa, apesar da saúde de Jared Goff; o que Green Bay fez foi, mais uma vez, mostrar que o time pode bater os adversários de várias formas diferentes.

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A impressão que fica dessa partida é que o ataque de Matt LaFleur atingiu o ápice: quando não é Rodgers tendo um jogo perfeito, é o jogo terrestre passando por cima dos adversários. Enfim, seja Tampa Bay, seja New Orleans, a final de conferência em Green Bay tem os donos da casa como grandes favoritos.

Jogo foi decidido nas linhas

Já sabemos o quanto a linha ofensiva dos Packers é excelente. O que se apresentava como dúvida era se, após a lesão do excelente David Bakhtiari, o time conseguiria manter o mesmo nível de dominância na proteção ao seu quarterback, e a média de 2,9 segundos do snap até a bola sair das mãos de Rodgers é apenas uma das mostras de que o torcedor de Green Bay pode ficar tranquilo – Rodgers não foi sackado durante toda a partida.

O contraste entre os guards de Seattle e Green Bay não poderia ser maior. Enquanto na semana passada os Rams pressionaram Russell Wilson por dentro de todas as formas possíveis, Aaron Rodgers passou praticamente limpo no jogo de sábado, sendo derrubado apenas uma vez ao longo de 60 minutos. Nas poucas ocasiões em que ele foi pressionado, vimos um quarterback que parecia não se abalar com defensores à sua volta, especialmente nessa longa conversão de segunda descida.

Outra mostra da dominância da linha ofensiva de Green Bay veio nas quase 200 jardas terrestres ao longo da partida, impulsionadas por uma corrida de 60 jardas de Aaron Jones para abrir o terceiro quarto a partir de um bloqueio do fantástico Corey Linsley no segundo nível da defesa. Infelizmente para Los Angeles, a lesão de Aaron Donald na semana passada fez com que o time pouco pudesse fazer contra uma unidade tão dominante: Donald teve 0 impacto no confronto.

Do outro lado da bola, Mike Pettine não precisou ser tão agressivo, pressionando Goff com 3 ou 4 defensores em praticamente todo o jogo. Por mais soft que isso possa parecer, deu resultado: o quarterback de Los Angeles foi pressionado em 15 de 31 dropbacks, sendo sackado 4 vezes e tendo de jogar a bola fora em outras ocasiões. A presença de pocket de Goff não é das melhores e o pass rush dos Packers fez questão de exacerbar isso. Vale destacar aqui o grande jogo de Rashan Gary, escolha de primeira rodada em 2019 e que não mostrou muito para justificar o investimento até agora.

Parar Adams não será tão fácil

Talvez nenhum confronto individual chamou tanto a atenção nessa semana como Davante Adams vs. Jalen Ramsey, e se tomarmos o jogo de ontem como base, parar Adams vai ser quase que impossível pra qualquer um dos adversários seguintes de Green Bay. Sabendo da possibilidade de Staley colocar Ramsey para marcar Adams individualmente ao longo de toda a partida, LaFleur moveu seu recebedor ao longo de toda a formação: no slot, como o recebedor isolado em alinhamentos 3×1, Adams esteve em todo lugar, e suas 9 recepções em 10 passes lançados em sua direção mostram que a estratégia deu certo.

Seja quem for o adversário da próxima rodada, limitar o melhor recebedor da NFL em 2020 vai ser uma missão quase que impossível. É bem verdade que Adams não teve um grande jogo contra os Buccaneers na primeira vez em que os times se encontraram na semana 6, mas o ataque inteiro naquele dia não esteve bem; contra os Saints, na semana 3, o wide receiver estava machucado e não atuou; se tiver Lattimore marcando-o individualmente, a vantagem no matchup é de Adams.

Como dissemos no início do texto, a campanha é a mesma do ano passado, mas a comparação entre os dois times é inevitável: enquanto os Packers de 2019 venceram uma porção de jogos apertados e tiveram um choque de realidade na final da NFC, o time desse ano parece muito mais completo e capaz de vencer o Super Bowl. Seja Tom Brady ou Drew Brees o adversário, o Lambeau Field no próximo domingo vai ser um terror.

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