Atual campeão da AFC East, Conferência Americana e Super Bowl, o New England Patriots entrou no Draft 2019 com potencial de fazer estrago. Fez. A equipe tinha seis escolhas nas 101 primeiras do Draft – o que, em tese, permitiria a equipe a ter potenciais seis novos titulares.
O time entrou no Draft precisando reforçar a defesa após as saídas de Malcom Brown (iDL) e Trey Flowers (EDGE). Mas não só: o corpo de wide receivers foi problema no ano passado e Rob Gronkowski se aposentou, deixando uma lacuna na posição de tight end.
Escolhas no Draft 2019 pelo New England Patriots
1/32: N’Keal Harry, WR, Arizona State
2/45: Joejuan Williams, CB, Vanderbilt
3/77: Chase Winovich, EDGE, Michigan
3/87: Damien Harris, RB, Alabama
3/101: Yodny Cajuste, OT, West Virginia
4/118: Hjalte Froholdt, iOL, Arkansas
4/133: Jarrett Stidham, QB, Auburn
5/159: Byron Cowart, iDL, Maryland
5/163: Jake Bailey, P, Stanford
7/252: Ken Webster, Ole Miss
N’Keal Harry não foi surpresa quando se trata de Bill Belichick – justamente porque você tem que esperar o inesperado. Belichick não tem o costume de draftar um wide receiver em posição tão alta no Draft, mas a necessidade era latente e Harry pode “valer por dois”. Noah Fant e T.J. Hockenson já tinham sido escolhidos e Belichick deve ter chegado à conclusão de que Irv Smith Jr, o terceiro tight end da classe, não valia uma escolha de primeira rodada. Harry pode fazer “as vezes” de Gronkowski no meio do campo, sendo um recebedor físico e com mãos confiáveis. Suas rotas precisam ser lapidadas, mas é uma escolha que pode dar certo embora houvesse AJ Brown no board.
Joejuan Williams pode não ser dos mais lapidados cornerbacks, coisa que a comissão técnica de New England terá trabalho. Mas atleticismo e, neste caso o tamanho, é algo que não se ensina. Ele tem 1,93m (6’4 ft) de altura e caiu no Draft após resultado ruim no Combine – correu as 40 jardas em apenas 4,64. No esquema dos Patriots, que historicamente têm bons safeties para ajudar, é um ponto perfeito para Williams brilhar após essa supracitada lapidação.
A saída de Flowers foi reposta com Chase Winovich, um Rob Ninkovich 2.0, se preferir. Não é o jogador mais atlético do mundo, mas tem um motor intenso e pode ser usado em vários pontos da linha defensiva – tal como Flowers o era. Ainda na terceira rodada, Yodny Cajuste foi uma escolha fantástica. Ele estava bem acima em nosso board e inexperiência/lesões podem ter feito com que ele caísse. Com Dante Scarnecchia sendo o técnico de linha, ele e Hjalte Froholdt têm tudo para brilhar em breve.
New England ainda gastou uma escolha com Damien Harris, que de início deve dividir carregadas no comitê de running backs patriota, mas que tem tudo para contribuir em campo aberto e como aquele clássico back belichickiano que recebe passes. Por ironia do destino, Harris jogou no ensino médio com… Jarrett Stidham, o novo candidato a Príncipe Charles do Império.
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Stidham para alguns lembra Jimmy Garoppolo, embora tenha mais mobilidade. A força no braço está lá, mas é necessária lapidação e, principalmente, no relógio de pocket dele. Pode ser que seja o herdeiro de Brady, mas é muito cedo para dizer. O talento como diamante bruto está ali. O Gabriel Moralez escreveu aqui mais sobre.
No final das contas, Las Vegas corrobora que o Draft foi bom. Lá e em qualquer site de apostas brasileiro, os Patriots seguem como favoritos ao Super Bowl LIV, pagando 6 para 1.
Melhor escolha: 3/101: Yodny Cajuste, OT, West Virginia; Com Scarnecchia lhe desenvolvendo, pode ser uma das melhores barganhas do Draft.
Pior escolha: Na boa? Na pior das hipóteses seria o punter, Jake Bailey, P, Stanford. Mas ele é tão bom que nem isso dá pra criticar, visto que foi na quinta rodada e Belichick é tarado em special team.
Nota: Excelente.
Embora não tenha endereçado a posição de tight end, isso não me incomoda tanto como analista. N’Keal tem potencial para trabalhar o meio do campo, como disse. Ainda, não podemos descartar uma chegada de Kyle Rudolph, que está na “bolha” no Minnesota Vikings após a chegada de Irv Smith Jr.
Winovich é um jogador com a cara dos Patriots. E outros escolhidos no meio do recrutamento caíram no lugar certo para brilhar – como Harris, Cajuste e Joejuan Williams. Em tese, ao que tudo indica, a dinastia segue: poucos Drafts (talvez os Redskins, como exemplo) foram tão bons como o dos Patriots.







