Não é todo dia que um time com o record 6-10 quase chega aos playoffs. Obviamente o New York Giants não fez por merecer uma vaga no mata-mata, assim como nenhum outro membro da NFC East, mas é aquela história: alguém precisava ganhar a divisão e ir à pós-temporada. E o incrível é que quase deu para os comandados de Joe Judge, apesar de toda a inconsistência e problemas mostrados ao longo do ano.
Quais eram as expectativas do torcedor para 2020: Ninguém esperava nada muito grandioso dos Giants na temporada, mas havia sim uma certa expectativa a respeito da evolução de Daniel Jones em seu segundo ano na NFL. Olhando por esse lado, 2020 foi frustrante, considerando o declínio produtivo apresentado pelo quarterback. De resto, foi o que se imaginava: New York ganhou de alguns times fracos e perdeu de quase todos os fortes que enfrentou, algo padrão de equipes medianas e instáveis.
Quais eram as nossas expectativas para 2020: Em nossa prévia, avisamos que seria mais um ano de reconstrução em Nova York e que as expectativas deveriam ser moderadas. O fato dos Giants quase terem ido aos playoffs, lembremos, deveu-se muito mais à bizarrice da NFC East do que à própria qualidade do time. Nesse sentido estávamos certo, porém erramos ao apontar o ataque como provável ponto forte e a defesa como calcanhar de Aquiles – na verdade, foi exatamente o contrário.
O que aconteceu: Faltou maior potência ofensiva para ganhar dos adversários mais competitivos. Chama a atenção o fato de nenhum oponente derrotado pelos Giants em 2020 ter anotado mais de 20 pontos, mostrando como eles dependeram de sua defesa para vencer jogos. New York chegou a engrossar as partidas diante de times bons como Pittsburgh Steelers, Los Angeles Rams e Tampa Bay Buccaneers, mas na hora decisiva o ataque sempre deixou a franquia na mão, seja com turnovers, seja com drives improdutivos.
Todo mundo teve sua parcela de culpa: Daniel Jones não evoluiu nada em relação ao ano passado; a linha ofensiva começou muito mal antes de melhorar um pouco na segunda metade da temporada e os skill players falharam em momentos importantes, como no infame drop de Evan Engram contra o Philadelphia Eagles; por fim, a comissão técnica não ajudou, sobretudo o coordenador ofensivo Jason Garrett e suas chamadas pouco inspiradas.
Não foi por acaso que os Giants terminaram na 31ª colocação em pontos anotados por jogo (17,5), na frente apenas do New York Jets (15,2). Tudo bem, houve um leve crescimento ofensivo a partir de novembro, quando Jones começou a correr mais e o jogo terrestre foi excepcional por umas duas ou três semanas, mas ainda assim é pouco. Muita coisa precisa mudar nesse lado da bola para New York ser, de verdade, um time de playoff em 2021.
Há esperança para 2021? A esperança está justamente na defesa. O rendimento da unidade comandada por Patrick Graham foi muito acima de qualquer projeção, principalmente tendo em vista o material humano que o coordenador tinha em mão. Jogadores como Leonard Williams, James Bradberry e Blake Martinez tiveram as melhores temporadas de suas carreiras, ajudando os Giants a acabar surpreendentemente como uma defesa top 10 em 2020. Com um ou outro reforço e mais tempo de trabalho junto, o grupo tem tudo para continuar crescendo de rendimento.
O que precisa mudar urgentemente no time: Chega de Dave Gettleman, por favor. Os Giants não devem começar mais um reboot em 2021, porém eles precisam pelo menos de um novo general manager. A abordagem old school, foco nas trincheiras e jogo terrestre posta em prática por Gettleman já provou que não levará a franquia a lugar nenhum – três anos foram mais do que suficientes, não foram?
New York necessita de alguém com uma visão moderna de futebol americano para ser a cabeça da organização e cuidar da montagem do elenco. É claro que seria uma situação um tanto estranha pois o eventual novo general manager, pelo menos a princípio, “herdaria” o head coach e o quarterback escolhidos por Gettleman, mas não há muito o que fazer quanto a Joe Judge e Daniel Jones por ora.
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