Curti: POR QUE NÃO OS VIKINGS?

“A derrota do New Orleans Saints” assim foi chamada durante mais de dois dias. Pouco se disse sobre “A vitória do Minnesota Vikings”. Por quê? Bom, narrativas são poderosas. Os Vikings já tiveram força de favorito em outras temporadas, como em 2017. Acabaram, de maneiras seguidas, perdendo esse verniz momento após momento.

Primeiro, porque a expectativa era alta. Vindo de mais uma boa temporada em termos estatísticos, Kirk Cousins poderia ir para qualquer time que quisesse e precisasse de um quarterback. Escolheu Minnesota muito por conta de uma aura de que um quarterback melhor era o que faltava para o quebra-cabeça roxo. O problema é que a expectativa alta gera uma frustração igualmente alta se não for correspondida. E foi o caso.

Após enfrentar um Chicago Bears já classificado na Semana 17, Minnesota ruiu em casa e “deu” a classificação de lambuja para o Philadelphia Eagles. Depois, em 2019, por várias vezes vimos a narrativa “Kirk Cousins não tem vitórias em horário nobre e etc”. Como a NFL é uma liga de quarterbacks, isso contribuiu para que esse verniz ruísse. Tudo isso culminou com os Vikings sendo zebra por zebras por 8 pontos em New Orleans apenas dois anos depois de serem considerados um dos favoritos ao título.

Aí veio a partida e o “teto” do Minnesota Vikings apareceu. Tivemos a primeira vitória de Cousins em playoffs e, também, sua primeira vitória contra um time que entrou na partida com mais de 10 vitórias – ele entrou no jogo com 0-10 contra equipes assim. Óbvio, a vitória não passou só por ele – como falo no vídeo. Dalvin Cook teve dois touchdowns e a pedra foi cantada durante toda a semana: que a chance de vitória de Minnesota passava por um Cook em grande dia. Ainda, Adam Thielen voltou a brilhar como naquela sequência incrível da temporada passada: 129 jardas em sete recepções, incluindo uma incrível na prorrogação que eventualmente armou a chance de vitória dos Vikings. A defesa teve grande dia – Danielle Hunter é um excelente jogador, só para citar um nome, e pressionou Drew Brees como nunca.

Minnesota novamente não será favorito contra San Francisco e isso é plenamente natural dadas as campanhas dos dois times nesta temporada. Mas as narrativas fortes que foram colocadas em pedra – e, em parte, apagadas no final de semana – não podem fazer com que o talento dos Vikings seja ignorado. Tanto no ataque, nos casos que mencionei acima, quanto de várias peças defensivas. A verdade é que nenhum dos seis classificados para os playoffs da Conferência Nacional seriam surpresa no Super Bowl LIV – nem mesmo os Vikings.

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