Mais uma semana se passou na NFL e novamente o ataque do Denver Broncos decepcionou. Ao que tudo indica a rotina, iniciada logo após a aposentadoria de Peyton Manning ao vencer Super Bowl 50, será mantida em 2020. Mesmo com reforços em todos os setores do ataque, as performances seguem sendo anêmicas e nada animadoras. Para ilustrar, vamos aos números: quarto pior ataque em jardas por jogada, terceiro pior em jardas totais, terceiro pior em pontos.
Destrinchando, a coisa não melhora. No jogo aéreo é o quarto com menos jardas totais, sexto pior em jardas por tentativa, além de só estar atrás do New England Patriots em interceptações. O ataque terrestre é somente o vigésimo em jardas por carregada. Em conversões de terceiras descidas, o time é o terceiro pior da liga. Adivinhem quem é um dos únicos 3 times que tem menos de 50% de touchdowns quando chega na red zone? O Denver Broncos, onde tem a seleta companhia dos dois times de Nova York. Ou seja, o ataque está terrível em 2020.
Não se pode usar os desfalques como muleta
Uma das coisas mais comuns de se ouvir é: “as lesões minaram esse time”. Claro que perder Courtland Sutton, seu principal wide receiver, tem impacto. Mas a pergunta é: que time na NFL não perdeu ao menos uma peça importante por lesão? Essa é uma tônica desse esporte, ainda mais pela quantidade de contato que existe. É preciso qualificar o elenco de forma que as peças de reposição supram a ausência de uma principal com qualidade.
Os Broncos pecam nisso ao manter jogadores como DaeSean Hamilton no elenco: nas suas duas temporadas, não teve sequer 300 jardas, mesmo jogando 64% dos snaps em 2019. Está lá nesse ano de volta, tomando snaps de outros jogadores. Não era melhor ter investido em alguém novo, que pudesse virar algo maior, do que ficar com alguém que já se sabe que o teto é baixo?
Jake Butt foi draftado na temporada de 2017. Até o começo da temporada de 2020, ele tinha incríveis 97 snaps. Em 3 anos, o tight end tinha entrado em campo apenas em 2018, tendo sofrido inúmeras lesões. O que os Broncos fazem? Mantém o jogador no elenco para a temporada. Nesse momento, Butt está…lesionado. Com uma contusão na panturrilha, ele já perdeu um jogo. Qual sentido de ter um jogador que não fez nada em 4 anos? Nenhum.
Drew Lock é a solução na posição de quarterback?
A empolgação foi geral após as boas partidas de Drew Lock no final da temporada passada. Afinal foram 4 vitórias em 5 partidas e aposta de John Elway na segunda rodada do Draft de 2019 mostrava potencial. Denver então montou o ataque para atender suas características e trouxe Pat Shurmur, ex-HC do New York Giants para ser o coordenador ofensivo da equipe. Com predileções mais verticais que o antigo coordenador Rich Scangarello, um adepto de um sistema menos agressivo. Muita expectativa se criou e até agora nada se justificou.
Deixemos de lado os jogos que Lock não esteve por lesão – o que também é um problema, afinal duas lesões em dois anos para um quarterback suscita dúvidas sobre sua capacidade de ficar saudável – e foquemos nas 3 partidas suas: 1 touchdown, 4 interceptações, 55% de passes completos e um rating de 63,3. Segundo o Pro-Football Reference, Lock só colocou 38% de seus passes no alvo, o pior número entre todos quarterbacks da liga. Ele ainda é o quinto em bad throws, ou seja, lançamentos ruins e totalmente sem possibilidade de recepção.
Os números por vezes distorcem narrativas, então é necessário assistir aos vídeos dos jogos. Para tristeza do torcedor dos Broncos, eles comprovam a narrativa dos algoritmos: Lock tem pés irrequietos no pocket, lança a bola com mecânica que pouco evoluiu e com distribuição de peso errada, além de ser lento processando o campo todo, precisando jogar em leituras de meio-campo. Suas melhores jogadas são fora do script, se aproveitando de seu forte braço. Drew Lock é o futuro do Denver Broncos? Se é, melhor começar a mostrar sinais, pois até agora eles são parcos. E sem um quarterback, se prepare torcedor: a esqualidez ofensiva seguirá.
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