Por que Robert Griffin III ainda está sem time?

Robert Griffin III, Jay Cutler e Colin Kaepernick eram quarterbacks titulares em 2012. Os três eram considerados como signal callers capazes de levarem seus times aos playoffs. Num espaço de quatro anos, todos estão desempregados. O que aconteceu? Bom, esta série de textos desta segunda-feira tem exatamente como objetivo tentar desvendar este mistério. Para o fã que a acompanha de perto a NFL, a resposta não é tão difícil: em resumo, baixa produtividade para muito dinheiro.

Mas não é só isso: todos os três acabam vindo com uma bagagem. Em analogia, seria como você comprar uma empresa com dívidas trabalhistas. Não é como se o problema fosse o valor que você vai pagar. A questão é o ônus que vem com a “herança”. Deixando claro: não necessariamente eu concordo com esse ônus – principalmente no caso de Kaepernick. Mas é o que deve passar na cabeça de general managers. Tal como técnicos no Campeonato Brasileiro, a paciência com diretoria na NFL é curta. Como consequência, temos uma abordagem conservadora em muitos casos – a menos que você tenha lastro pra meter o louco como Bill Belichick ou esteja no clima “pior que tá, não fica” como em Cleveland.

Dito isso, vamos tentar identificar por que nomes como Mark Sanchez e Josh McCown têm emprego e outrora titulares, Cutler/Kaepernick/RGIII, não. Começando por Griffin.

Corpo de vidro, infelizmente: o caso de Griffin

Robert Griffin III é o exemplo máximo do porquê de eu não gostar de quarterbacks que correm com a bola. Não que eles nunca possam fazer isso. Esporadicamente até mesmo Tom Brady, a lentidão em pessoa, sai do pocket. O problema é fazer isso com uma frequência alta.

Por quê? Não, eu não escolhi algo aleatório para ser ranzinza. Simplesmente é uma questão matemática. Sair do pocket tendo corpo de quarterback significa colocar a principal posição do esporte sob risco constante de lesão. Em analogia, é colocar a principal peça do tabuleiro – a rainha, no xadrez – em posições delicadas. E sem rainha você dificilmente ganha um jogo de xadrez. Como o Oakland Raiders nos mostrou (embora a lesão tenha sido praticamente uma fatalidade, dada que foi a segunda pressão que a melhor linha da NFL em sacks/cedidos tomou naquele jogo) com Derek Carr, sem sua rainha você não vai longe. Idem para os Dolphins sem Tannehill ou em 2015 com os Bengals sem Andy Dalton.

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Griffin se machucou saindo do pocket na PRIMEIRA semana da temporada passada, ante os Eagles. Dali para frente, testemunhamos seguidas semanas de recuperação e um corte que, na vibe do Moneyball, parecia inevitável. É difícil alguma equipe apostar em Griffin. Não pelo dinheiro, mas pela expectativa gerada.

Você estará contratando o Calouro Ofensivo de 2012, sua torcida vai se criar esperança. Se der errado e ele se machucar – e vai – obviamente isso não vai pegar bem. E diretorias que contratam quarterbacks geralmente o fazem quando já estão com relacionamento frágil para com o dono do time. Assim, o risco é evitável e daí o desemprego.

Chance de estar empregado na Semana 1 de 2017: média-baixa. Griffin tem um perfil difícil para reserva. Ele não é experiente como McCown/Sanchez e não é “versátil” (leia-se game manager, o cara que não vai destruir tudo). A esperança seria que ele fosse reserva de um titular que já é móvel. Só faria sentido em Buffalo/Seattle/Tennessee.


“RODAPE"

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