Power Ranking, AFC: Alguém vai conseguir parar esse ataque dos Patriots?

Saiu da jaula o monstro: Tom Brady voltou da suspensão e para o azar do torcedor do Cleveland Browns, foi justamente contra a pior equipe da Conferência. Enquanto Brady tem longa carreira como titular dos Patriots, a equipe de Ohio já bate 26 quarterbacks titulares desde 1999. Uns com tantos, outros com tão poucos.

Com a vitória esmagadora, a derrota de Denver e considerando aquele jogo de 3 pontos de Pittsburgh contra Philadelphia, os Patriots assumem a liderança de nosso Power Ranking. Não que seja garantia que vai ficar assim até o final do ano: Denver ainda enfrenta New England em casa e os Patriots ainda têm jogos difíceis pela frente. De toda sorte, seria praticamente impossível não colocar New England em primeiro depois do passeio de Brady (enferrujado? que nada).

Para quem não acompanhou a razão desta divisão entre conferências, a explicação está no primeiro texto da série. Faz muito mais sentido separarmos por Conferências, dado que a “chave” para os playoffs é separada e os times tem só 25% do calendário contra franquias da outra conferência. Sem mais delongas, acompanhe o ranking para as equipes da NFC. Mais tarde teremos a Conferência Americana. Ao final do texto também está a classificação por divisão que não reflete os standings da NFL, mas a ordem do PR. Agora também colocamos as chances de Playoffs (em porcentagem e entre parênteses) com os dados do Football Outsiders.

  • Maior subida:
    • Buffalo Bills (+4)
  • Maior queda: 
    • Cincinnati Bengals (-3)
  • Subiram:
    • Patriots, Chiefs, Bills, Colts, Titans, Jaguars
  • Caíram:
    • Broncos, Steelers, Bengals, Texans, Chargers, Jets, Dolphins
  • Mantiveram-se na mesma posição em relação a semana passada:
    • Browns, Raiders, Ravens
  • Times de folga na última semana (Conferência Americana): Jaguars, Chiefs.

16. Cleveland Browns (0-5) (0,1%) – 

O primeiro time a ser eliminado matematicamente em 2016 não será nenhuma surpresa. Quando você tem cinco quarterbacks em campo em cinco jogos (Griffin, McCown, Kessler, Whitehurst e Pryor (?!)), não tem como o negócio dar certo. Nem a maior virtude dos Browns neste ano – o jogo terrestre com Isaiah Crowell – funcionou contra os Patriots? Não, foi absurdamente fraco. Nada funciona. Sou maldoso em sugerir um reboot da franquia? Se com Batman & Robin deu certo e virou filmaço em Batman Begins, por que não aqui também?

15. Miami Dolphins (1-4) (3,8 %) -1

Está começando a ficar repetitivo, mas a questão da posse de bola em Miami é um desastre. Não que seja uma estatística tão importante assim – a menos que ela seja tão fora da curva como é nos Dolphins.

Então vou trazer um dado novo: Miami, como nesta altura do campeonato você já deve saber, é o time com menos tempo de posse de bola do ataque por jogo. O problema é que não é só o pior: é o pior e o segundo pior tem 2 minutos A MAIS de média. Pode parecer pouco, mas é uma eternidade. E dá para diagnosticar outro problema também. Faltas no ataque. São 23 nos últimos três jogos.

14. Jacksonville Jaguars (1-3) (22,1%) +1

Bye Week.

13. New York Jets (1-4) (3,2%) -1

A defesa não está jogando no mesmo nível do ano passado e é fácil perceber isso: basta assistir aos jogos, porque a estatística mais gritante é a quantidade de passes em profundidade que a secundária dos Jets está tomando. Pode parecer só impressão? Então beleza, vamos quantificar e contextualizar isso.

São 9,2 jardas por tentativa para os quarterbacks adversários. De longe a pior marca da NFL. Com efeito, a cada passe do oponente, praticamente uma primeira descida. Como efeito, também, várias viagens do adversário à red zone e o jogo fica fora de controle.

12. San Diego Chargers (1-4) (13,9%) -1

Existe uma fórmula matemática completamente maluca que só os doidos de estatísticas avançadas usam, mas vamos trazer isto para o Brasil e para o mainstream. Ela é usada mais no beisebol e foi primeiro utilizada por Bill James – sabe o filme Moneyball? Então. Na prática, é o teorema de Pitágoras, com a hipotenusa sendo vitórias e os catetos sendo pontos marcados e pontos sofridos – é Curti, e você achando que nunca mais ia usar isso na vida.

Por que eu estou falando isso tudo aqui? Porque geralmente ele revela com precisão a quantidade de vitórias e derrotas de um time. Quando uma equipe faz mais pontos do que toma, no geral, ela costuma estar com mais vitórias. Pela fórmula pitagórica, os Chargers deveriam ter três vitórias e duas derrotas – dado que fizeram 152 pontos e tomaram 142.

A questão é que a fórmula não revela que San Diego está descobrindo maneiras cada vez mais impressionantes de perder um jogo. E no domingo passado contra os Raiders, mais uma vez o pass rush não existiu e o competente quarterback adversário – numa lista que tem Luck, Brees e Carr nas últimas três semanas – fez a festa para virar o jogo no final.

11. Tennessee Titans (2-3) (38,9%) +2

Se os Titans jogassem em Dallas ou em Nova York, talvez as pessoas estivessem prestando mais atenção neste time. Lembra que eu disse nas semanas anteriores que a equipe está competindo até o final das partidas e isso é um bom sinal para o futuro? Então, é muito fruto do jogo terrestre, que queima cronômetro e evita dos adversários terem muitas campanhas numa dada partida.

Só faltava Marcus Mariota aparecer. Na semana passada, aparte do esquema não lhe ser o ideal para atingir seu teto de talento, o produto de Oregon deu as caras contra os Dolphins e Tennessee colocou mais uma vitória na conta. Não olhe agora, mas de acordo com o calendário da equipe e a porcentagem de chance de playoffs do Football Outsiders, os Titans podem roubar essa divisão.

10. Indianapolis Colts (2-3) (22,7%) +1

Os Colts estão na pior divisão da liga e têm o melhor quarterback dessa divisão. Como explicar essa campanha bizarra?

É simples. São 53 jogadores no elenco. Andrew Luck é o quarterback mais sackado da liga até agora (20 sacks) a defesa carece de talento e pass rush. São dois jogos seguidos contra a AFC South nas próximas duas semanas – justamente partidas nas quais Luck (fora 2015, claro) costuma ir acima da média. Justamente a próxima, no Sunday Night Football, pode empatar a divisão com o….

9. Houston Texans (3-2) (25,4%) -2

Sim, com o Houston Texans, equipe imediatamente acima. Se pudesse, colocaria um empate triplo entre Texans, Colts e Titans neste power ranking, mas não posso. Cada um tem seus problemas e o do Houston Texans se chama Brock Osweiler.

Sabe quando você vê aquele e-mail do Submarino ou de qualquer outra loja “blabla na promoção” só que na real você não precisa meeeesmo daquilo e… Acaba comprando? No dia seguinte geralmente acontece uma parada chamada “Remorso de Compra” (buyer’s remorse, expressão que é bem usada em inglês). Pode ser o que a torcida de Houston está tendo com Brock.

Especialmente fora de casa. Tudo bem que era a melhor defesa da NFL no outro lado (ou uma das duas melhores, considerando Denver), mas é justamente contra times como Vikings e Patriots, fora de casa, que o negócio esquenta e quando você separa os quarterbacks razoáveis dos ótimos. E para Osweiler, esquentou legal. Seu rating fora de casa neste ano é pífio. Um festival de terceiras descidas que não viraram nada, 58,3 de rating e 51,8% de passes completos. Com essas marcas, mesmo indo para a pós-temporada, os Texans não farão muita coisa lá não.

8. Cincinnati Bengals (2-3) (21,7%) -3

A maior queda de nosso power ranking é explicada na medida que os Bengals perderam para uma dupla de calouros. Tá, é Dak e Zeke, eles estão voando. Por que a queda? Justamente porque são calouros e os Bengals jogaram no Thursday Night da OUTRA semana, então em tese tiveram 3 dias a mais para se preparar e… Nada.

Eifertdependência dos Bengals é latente. A equipe, aparte de não fazer nada na red zone (é só colocar dois em AJ Green que o time não tem mais alvos) os Bengals também estão fracos em conversão de terceira descida – justamente os dois momentos nos quais Tyler Eifert aparecia. O tight end ainda está machucado e não treinou nesta semana. A partida de domingo é… Contra o New England Patriots. Deus tenha piedade desse tigre.

7. Kansas City Chiefs (2-2) (39,5%) +1

Bye Week.

6. Baltimore Ravens (3-2) (42,2%) –

Lembra quando a gente “segurou” os Ravens no ranking por conta do calendário? Teve gente que xingou e teve gente que entendeu. Não foi por maldade, era apenas questão de contextualização. Os Ravens finalmente descobriram que Marc Trestman ainda acha que está na CFL e não acredita no jogo terrestre. Joe Flacco acaba sendo forçado a passar longe demais e o time afunda.

Contra adversários mais fortes, foi a receita do fracasso. Quer a receita do sucesso? Trestman foi demitido e a última vez que os Ravens demitiram um coordenador ofensivo no meio da temporada (2012), o time venceu o Super Bowl. O adversário da próxima semana é um New York Giants cambaleante e um potencial alvo perfeito para os Ravens.

5. Buffalo Bills (3-2) (58,3%) +4

Quem diria, hein? Após a Semana 2 os Bills chegaram a bater 15º lugar neste ranking (excluindo os hors concurs Browns, seria o pior time da conferência). Um coordenador ofensivo (que, adivinhe, não chamava corridas o suficiente) na rua depois, os Bills sobem 10 posições no período e começam a despontar como eventual Wild Card da Conferência Americana.

Vamos às estatísticas para provar o argumento? Antes de Anthony Lynn assumir como coordenador ofensivo, LeSean McCoy tinha 58,5 jardas por jogo. Depois, ele tem 110 por jogo e todas as partidas foram vitórias de Buffalo. Ah, Curti, mas o time jogou contra o vento! Nah. Olha essa linha defensiva de Los Angeles. Os Bills conseguiram correr bem, fora de casa, contra ela. Se esse time engata a segunda marcha pelo chão, pode ir longe.

4. Oakland Raiders (4-1) (69,9%) –

Sim, estamos empolgados com Oakland. Mas por que então eles são quartos no ranking e não primeiros? Um motivo: a defesa. Ou você não reparou que Derek Carr está sendo forçado a virar jogos no final a todo momento? Uma hora – sobretudo em playoffs – essa mágica não vai funcionar.

Oakland cedeu 2.263 jardas nesta temporada até o momento, pior marca da liga. 210 jardas a mais do que qualquer outro time. Ademais, o time cede uma média de 27,4 pontos por jogo. Ou seja: para, em média, o ataque ter uma chance para compensar a defesa, precisa marcar 4 touchdowns por jogo. É M U I TA C O I S A. Se a defesa não melhorar – sobretudo Khalil Mack, com apenas um sack em 2016 – a coisa pode complicar na pós-temporada.

3. Pittsburgh Steelers (4-1) (88,2%) -1

Por melhor que DeAngelo Williams estivesse jogando, a volta de Le’Veon Bell foi importante para que as defesas respeitassem mais o jogo terrestre de Pittsburgh e, por relação, não tivessem tantos recursos para marcar o passe – porque estariam preocupadas com a corrida.

Nesse ritmo, os Steelers concorrem para serem a melhor unidade ofensiva da NFL neste ano – no passo atual Roethlisberger pode acabar passando para 48 touchdowns nesta temporada. São alguns números que resumem o estados das coisas na Pensilvânia.

2. Denver Broncos (4-1) (73,1%) -1

A derrota serviu para uma coisa: esse time tem falhas. Como falei mais cedo nesta semana, o plano de jogo de Atlanta foi perfeito, dado que anulou o pass rush de Denver com passes rumo a Coleman e Freeman – ambos os running backs dos Falcons tiveram a impressionante marca de 180 jardas recebidas.

Se alguns dos outside linebackers dos Broncos tiverem que marcar o flat – laterais do campo, à frente da linha de scrimmage – o time perde poder de fogo no pass rush. Pode ser a fórmula para que Denver tenha problemas defensivos e Bill Belichick com certeza está bastante feliz em saber que deu certo – porque vai fazer o mesmo com seu monstro de duas cabeças Gronk-Bennett.

Ah sim, o ataque. A “boa notícia” para Denver é que foi provado, por contraste, que o time precisa de Trevor Siemian. E para meu alívio, que Paxton Lynch ainda é muito cru para ser titular na NFL. Tenho algo contra ele e contra os Broncos? Não, longe disso. Mas não aguentava mais perguntas sobre o porquê de Lynch não ser titular. Domingo vimos o porquê.

1 New England Patriots (4-1) (77,9%) +2

Como vão parar Martellus Bennett e Rob Gronkowski na red zone? Como vão fazer se, ainda por cima, Chris Hogan está esticando o campo verticalmente? E Brady com sangue nos olhos e soltando fogo pela boca? Dois palpites. Ou Denver com “o jogo da vida” ou os Steelers vencendo um tiroteio aéreo. Não consigo vislumbrar outras opções nos playoffs.

Antes tem a temporada regular. New England não terá vida fácil rumo à Home Field Advantage (tão essencial para fugir da altitude de Denver): Steelers, Broncos e Bills fora de casa, Seahawks e Rams em casa. Se os Patriots passarem por todos eles ou tiverem campanha 4-1 no período, a HFA é realidade.

Por Divisão:

AFC East:

  1. New England Patriots
  2. Buffalo Bills
  3. New York Jets
  4. Miami Dolphins

AFC North:

  1. Pittsburgh Steelers
  2. Baltimore Ravens
  3. Cincinnati Bengals
  4. Cleveland Browns

AFC South:

  1. Houston Texans
  2. Indianapolis Colts
  3. Tennessee Titans
  4. Jacksonville Jaguars

AFC West:

  1. Denver Broncos
  2. Oakland Raiders
  3. Kansas City Chiefs
  4. San Diego Chargers

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