Power Ranking, AFC: Invictos, Ravens tem maior subida em nosso ranking

Qual o time mais forte da Conferência Americana? Bom, passadas três semanas, esta pergunta não é tão difícil de responder. Provavelmente você vai ficar entre Patriots e Broncos – ambas as equipes estão invictas e venceram os três primeiros jogos mesmo com quarterbacks um tanto quanto inexperientes. Mas qual a sétima melhor? Os Colts estão melhor do que os Titans? Os Raiders estão melhor do que os Chiefs?

Pensando nisso que há mais de 80 anos existe a figura do “Power Ranking” na imprensa americana – e tal qual o Danilo Gentili e o Fábio Porchat copiaram os Talk Shows, a gente copia isso também. Aliás, a forma pela qual era decidido o campeão no College Football por anos foi um ranking elaborado pela imprensa. Aqui no Brasil estamos longe de ter tal poder, claro. Mas é sempre divertido poder ranquear os times da NFL de alguma forma.

Começando neste ano em ProFootball, nosso PR será diferente: separamos os rankings por Conferência. Para quem não acompanhou a razão desta divisão entre conferências, a explicação está no primeiro texto da série. Faz muito mais sentido separarmos por Conferências, dado que a “chave” para os playoffs é separada e os times tem só 25% do calendário contra franquias da outra conferência. Sem mais delongas, acompanhe o ranking para as equipes da NFC. Mais tarde teremos a Conferência Americana.

O destaque negativo desta semana fica a AFC South e duas de suas franquias. Em primeiro, para o Jacksonville Jaguars, um dos “queridinhos” da pré-temporada. Na semana passada até dedicamos um texto especial para a franquia, mas pelo jeito a coisa desandou de vez e Gus Bradley logo logo estará procurando emprego. Em segundo para o Houston Texans. O time tomou uma surra de New England, Brock Osweiler pifou e J.J Watt pode perder o resto da temporada por conta de lesão.

No lado bom da vida, o destaque positivo, além da consistência dos Patriots e dos Broncos mesmo com “desconhecidos” under center, fica para a subida de Baltimore Ravens – a qual temos e iremos contextualizar – e do Indianapolis Colts (aleluia valeu a pena colocar as fichas em Indianapolis). Especificamente no caso da franquia de Unitas/Manning/Luck, o calendário é tranquilo nas próximas semanas e Indy pode acabar a primeira metade da temporada como melhor ranqueada na bagunçãda AFC South.

Vamos aos rankings, um por um. E, ao final, uma novidade: separamos as divisões dentro do PR também. Então por exemplo, na AFC East, os Patriots são primeiro, os Dolphins segundo, os Jets terceiro e os Bills quarto. Através dessa separação dupla por conferência e divisão, podemos analisar o “ranking de força” de forma ainda mais analítica aqui em ProFootball. Já falamos demais. Vamos às equipes (e aqui você pode ler o PR da NFC).

  • Maior queda: Texans, -4
  • Maior subida: Ravens, +3

16. Cleveland Browns (0-3) –

Sabe, eu realmente acho que às vezes a gente pega no pé demais aqui com os Browns. Tá certo que a franquia vem fazendo escolhas bastante duvidosas nos últimos 17 anos – tal qual um mendigo sugerir ao dono dos Browns que este escolhesse Johnny Manziel – mas… O time foi bem mais competitivo do que eu esperava na última semana. Se pelo menos um dos field goals contra Miami fossem acertados, teríamos que colocar Jacksonville neste lugar do ranking.

15. Jacksonville Jaguars (0-3) -2

Assim, sendo um louco apaixonado de alma transparente, como diria o poeta DiCAMARGO, Zezé em “É o Amor”, daria para acreditar nos Jaguars se a gente considerar que o time ainda não teve nenhuma partida dentro da divisão – tal qual os outros três times da AFC South. A divisão Sul da Conferência Americana costuma ser uma caca jogando contra as outras franquias da NFL, então até faria sentido este início acumulado de 3-9 das equipes contra o resto da liga. Especificamente no caso dos Jaguars, o jogo corrido (ou a ausência dele, mais especificamente) é a causa das mazelas no ataque. Na defesa, o pass rush #sumido.

14. Tennessee Titans (1-2) –

Para mim, um dos times mais subestimados da NFL no momento. Veja, os Titans tiveram um calendário até que complicado – em comparação aos Jaguars, por exemplo. A equipe competiu legal contra Minnesota e nesta semana contra Oakland.

A grande questão é que, por mais que seja necessário (é só ver sua ausência o desastre que causou em Jacksonville) é difícil considerar  o jogo terrestre como “principal eixo motor” de um time. Essa ideia de power running dos Titans é furada para 2016. Beleza, deu certo em Pittsburgh, mas não estamos em 2001, Mike Mularkey. Além de não vencer jogos – 181 jardas terrestres se converteram em apenas 10 pontos – o time pode acabar atrasando a evolução de Marcus Mariota como quarterback.

13. Buffalo Bills (1-2) +2

Não querendo ser absurdamente imediatista, mas será que a culpa era de Greg Roman, coordenador ofensivo demitido? Afinal, como se explica um time sair de um dos piores da conferência para fazer o mesmo – derrotar os Cardinals – que o melhor da AFC fez duas semanas atrás? A resposta pode estar no jogo terrestre.

No sistema de Buffalo com Tyrod Taylor e suas tijoladas no play action, se o jogo terrestre funcionar legal a tendência é o todo também funcionar. Na defesa, Rex Ryan ganha momentum nas chamadas defensivas (é só lembrar das vitórias contra os Patriots quando ele estava nos Jets) quando consegue punir o quarterback adversário. Esses dois fatores se manifestaram de forma quase perfeita no domingo – pergunte a Carson Palmer, que virou uma piñata em 2016.

12. New York Jets (1-2) -2

Lembra a atuação do Los Angeles Rams na Semana 1 contra os 49ers? Todo mundo considerava os Rams o pior time da liga e blabla. A NFL sempre tem disso: atuações negativas que são superestimadas mas que acabam sendo ponto fora da curva. Sim: Ryan Fitzpatrick teve um jogo bizonho na semana passada e ele parecia estar possuído pelo espírito de Mark Sanchez, mas isso foi literalmente uma semana depois de postar um dos melhores ratings da temporada contra os Bills.

Há esperança? Talvez. Não acredito que nenhum time tire a divisão de New England – nem em 2014 no início da temporada eu achava que isso iria acontecer. Mas dado que estamos ao início do calendário, sonhar com Wild Card para os Jets não é surreal. Considerando que Russell Wilson pode não jogar no domingo e em seu lugar teremos um calouro, quem sabe a vitória contra Seattle não é o que os Jets precisavam?

11. Miami Dolphins (1-2) +1

Venhamos e convenhamos: quantas equipes sofreriam daquela forma (prorrogação, a qual não aconteceria se os Browns não tivessem um momento #CollegeKickers) para derrotar Cleveland em casa? A gente vai tirar a prova do que os Dolphins são feitos nesta quinta contra os Bengals. Miami teve apenas uma partida em casa neste ano e viaja em semana curta para enfrentar o que, no papel, é um dos times mais talentosos da AFC – e um time que está desesperado por vitória.

Falando especificamente de problemas de Miami aqui, temos um dado alarmante que pode explicar a situação atual: os Dolphins não conseguem fazer campanhas longas (terceira pior equipe em tempo total de posse). Com efeito, a principal virtude da defesa (o pass rush) perde força porque estão ficando tempo demais em campo por conta do ataque inepto. Ou você achou que as derrotas de Miami no final das partidas – e a ida para a prorrogação contra Cleveland – veio por acaso?

10. San Diego Chargers (1-2) +1

Este 1-2 esteve a minutos de se tornar 3-0. Lembra como os Giants sofreram ano passado com lideranças no último quarto? Então. O problema de San Diego parece ser execução. Contra os Colts, não foi bem na red zone. Contra os Chiefs, não conseguiu queimar cronômetro o suficiente para assegurar a liderança de mais de 20 pontos.

E agora contra o ataque dos Saints na próxima semana? A defesa de New Orleans é um desastre do tipo que deixaria o Datena excitado pedindo ibagens, então os pontos virão. Mas será que será o suficiente para conter o poderio aéreo de Drew Brees? A tendência é que, novamente, os Chargers saiam na frente do placar contra os Saints em casa. Resta saber se finalmente seguram a liderança.

9. Houston Texans (2-1) -4

Que desastre horrível. Só não derrubamos os Texans ainda mais neste power ranking porque seria exagerar, mas perder para o terceiro quarterback de New England que praticamente não passou a bola, doeu. Considerando a quantidade de ex-membros dos Patriots na comissão técnica da equipe (Bill O’Brien, Mike Vrabel, et al) doeu ainda mais – Bill Belichick estava jogando xadrez e os Texans estavam jogando dama. O jogo pode ter sido um alarme gigante de quem os Texans (sobretudo Osweiler) ainda não tem poder de fogo para competir nos playoffs, mas…

Há duas partidas em casa contra times da AFC South nas próximas três semanas. Podemos facilmente estar diante de um time 4-2 (até porque é difícil vislumbrar que Brock Osweiler vai fazer algo contra a defesa dos Vikings fora de casa na Semana 5).

8. Indianapolis Colts (1-2) +1

Finalmente Andrew Luck fez jus às minhas apostas neste Power Ranking, hein? Ave maria. Bom, tem bastante gente que acha Luck superestimado, mas o grande ponto é que ele é a passos largos o melhor quarterback da divisão e isso pode ser o suficiente para vencer a AFC South. Por conta disso colocamos os Colts alto neste ranking, até porque a defesa é uma mãe.

Ainda acha Luck superestimado? O passe para T.Y Hilton que deu a vitória dos Colts na semana passada não foi um ponto fora da curva. Dos seis touchdowns de Luck nesta temporada, quatro vieram quando perdendo no último quarto. Depois de um calendário complicado, os Colts pegam Jaguars e Bears nas próximas duas semanas. O 3-2 é obrigação.

7. Cincinnati Bengals (1-2) -3

Acredito que falar qualquer coisa além do que o Gabriel tenha falado neste texto de hoje seja chover no molhado. Vou resumir: a luz amarela acendeu, a ausência de Tyler Eifert tá doendo (3 de 10 campanhas que chegaram na red zone viraram touchdown, isso é pífio) e o time precisa ganhar dos Dolphins. Se não ganhar, considerando as campanhas de Pittsburgh e Baltimore, aí a casa vai cair.

6. Oakland Raiders (2-1) +1

Foram 69 pontos cedidos nas duas primeiras semanas e apenas 10 na semana 3. Se por um lado parece que houve uma melhora faraônica, por outro lembramos que os Titans não têm ataque aéreo que se preze – e Saints/Falcons, têm. O problema é que o resto da liga é boa em ataque aéreo, não em ataque terrestre.

Vamos resumir então: só conseguiremos ver se essa defesa vale de algo na próxima semana contra os embalados Ravens, ainda invictos. O ataque eu não preciso mencionar, está voando. Mas Jack del Rio (uma mente defensiva) tem que dar um up nessa unidade comandada pelo coordenador defensivo Ken Norton Jr. Ele não pode esquecer que não tem mais os talentos que comandava quando era técnico de linebackers em Seattle.

5. Baltimore Ravens (3-0) +3

Bom, vai ter gente xingando, dado que os Ravens estão em primeiro na divisão mas os Steelers, neste power ranking, acabam se posicionando na frente. A questão é que contexto além do record é tudo – porque a temporada não tem só três jogos e muito porque os Ravens ainda não enfrentaram Bengals e Steelers neste ano.

As três vitórias vieram contra três dos times mais fracos da Conferência – Cleveland, Jacksonville e Buffalo. Ademais, as três vieram por uma margem somada de 13 pontos. Por isso a cautela. Agora contra o ataque de Oakland – que é melhor do que os outros três, indubitavelmente, veremos do que os Ravens são capazes. É o tira-teima dessa campanha invicta.

4. Kansas City Chiefs (2-1) +2

Falando em tira-teima, eis mais uma equipe cuja campanha (mas ao contrário de Baltimore, que podemos estar subvalorizando) terá um desafio que provará sua essência. Os Chiefs tiveram resiliência para vencer na prorrogação após estarem perdendo por mais de 20 pontos. Isso, especialmente numa Semana 1, conta muitos pontos. Depois perderam para um time um tanto quanto questionável.

3. Pittsburgh Steelers (2-1) -1

Sabe como eu poderia fazer este parágrafo? Um sonoro “WTF”. hhahahaha Brincadeiras a parte, algumas estatísticas revelam a desgraça apocalíptica da derrota no Duelo da Pensilvânia. Roethlisberger teve menos de 55% de passes completos e você não vai longe na NFL se tiver uma marca como esta numa dada partida.

Em resumo, Ben foi pressionado por uma unidade subestimada nesse quesito (o pass rush dos Eagles) e não houve sintonia pela segunda semana seguida no que tange ao ataque aéreo. A volta de Le’Veon Bell é justamente o que o médico receitou e Mike Tomlin já prometeu doses cavalares do running back outrora suspenso. Ademais, mais jogo terrestre eficiente significa menos bolas forçadas por Roethlisberger em terceiras descidas longas – e contra a oportunista defesa de Kansas City, isso é pra lá de importante.

2. Denver Broncos (3-0) +1

Sobre Trevor Siemens Siemian, já falei extensamente aqui neste texto de segunda. Elway já na época do Draft o considerava um talento cru e ao que tudo indica os Broncos conseguiram lapidar bem esse diamante. A maior virtude de Trevor é a tranquilidade dentro do pocket. Isso é um bom indício nestes três primeiros jogos. Sim, ele é escolha de sétima rodada – mas não esqueçamos que esse é apenas seu valor nominal. Ele caiu no Draft porque estava machucado na época do Combine.

Falando de coisas além de Siemian, uma coisa me chamou atenção na unidade defensiva: não tem DeMarcus Ware machucado, perdeu Malik Jackson/Danny Trevathan na free agency e mesmo assim continua jogando em alto nível. Aparte de Von Miller, vamos mostrar amor a uma parte subestimada dessa unidade: a secundária. Chris Harris Jr. e Aqib Talib mereciam ter seus nomes sendo falados mais vezes.

1 New England Patriots (3-0) –

Chegou o ponto que Julian Edelman poderia ser quarterback dos Patriots contra algumas equipes da liga e, mesmo assim, Bill Belichick daria um baile tático. Senão, vejamos o último milagre operado por ele:

  • Jacoby Brissett nitidamente sempre teve problemas em passar para mais de 20 jardas no College. Belichick praticamente não chamou jogadas assim.
  • Os Texans tinham como debilidade defensiva o jogo terrestre. Belichick fez Brissett correr para abrir as laterais na medida em que Blount corria por entre os tackles.
  • Belichick sabe que sua defesa é melhor do que muitos pensam. Jamie Collins teve uma das melhores partidas de um atleta defensivo neste ano.

Enfim, é fora de série. Você pode odiar o cara, mas que ele sabe como utilizar o caráter situacional do futebol americano, ah sabe.

Por divisão:

AFC East:

  1. New England
  2. Miami
  3. New York Jets
  4. Buffalo

AFC West:

  1. Denver
  2. Kansas City
  3. Oakland
  4. San Diego

AFC South:

  1. Indianapolis
  2. Houston
  3. Tennessee
  4. Jacksonville

AFC North:

  1. Pittsburgh
  2. Baltimore
  3. Cincinnati
  4. Cleveland

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