Power Ranking, NFC: A NFC South acordou na temporada

Esta semana, como todos devem imaginar, o Power Ranking da Conferência Nacional (NFC) sai um dia atrasado por causa da tragédia do acidente aéreo da Chapecoense, como explicamos em nosso Facebook. Ainda não há clima para publicar e escrever sobre futebol americano, mas mesmo assim precisamos dar continuidade a coluna.

Enquanto muitos estão prestando atenção na NFC East, por causa da força das três principais equipes na temporada, a divisão que vem ressurgindo na temporada é a NFC South. Apontada como, no geral, a mais fraca na primeira metade da temporada, New Orleans Saints e Tampa Bay Buccaneers estão levantando a divisão e deixando este posto para outra divisão – olá NFC West.

É incrível que este crescimento de produção esteja atrelado, principalmente, ao crescimento de produtividade defensiva das duas franquias. New Orleans viu a sua média de pontos cedidos por jogo cair mais de 10 pontos nas últimas seis semanas, o que traduz a nova fase – e que merece um destaque individual na forma de texto, que sairá nesta semana, visto que este é um fenômeno meio raro de acontecer durante a temporada regular.

Já os Bucs são mais complicados de entender. Mesmo com tantos investimentos na secundária, a equipe parecia um queijo suíço na primeira metade. Só que o calendário e, principalmente, os ajustes defensivos feitos por Mike Smith, fizeram com que a equipe ganhasse dois jogos seguidos que pareciam impossíveis (Chiefs e Seahawks) e voltasse a figurar como uma ameaça ao Wild Card.

Algumas coisas ainda estão lá: Dirk Koetter e o seu sério problema com o relógio (perdeu mais pontos na última partida na saída para o intervalo) e Jameis Winston e sua inconsistência. Só que mesmo com um quarterback inconsistente, Mike Evans vem jogando muito e levando este ataque nas costas. Com um alvo confiável, Winston diminui as decisões questionáveis (está quase automática a ponte entre os dois) e o ataque voltou a produzir melhor.

Defensivamente, Tampa Bay escolheu o óbvio: apostar em seu pass rusher. Wilson foi esmagado e, o mais importante de tudo, encurralado durante a partida inteira. O resultado? Apenas uma jarda aérea líquida cedida no primeiro tempo – nada mal para quem já cedeu 344 jardas aéreas para Matt Ryan, por exemplo. Em vez de ter uma unidade que não confia, Koetter viu a franquia chegar ao recorde positivo apostando na unidade e se dando muito bem.

Para quem não acompanhou a razão desta divisão entre conferências, a explicação está no primeiro texto da série. Faz muito mais sentido separarmos por Conferências, dado que a “chave” para os playoffs é separada e os times tem só 25% do calendário contra franquias da outra conferência. Sem mais delongas, acompanhe o ranking para as equipes da NFC. Mais tarde teremos a Conferência Americana. No final do texto também está a classificação por divisão. Agora também colocamos as chances de Playoffs entre parênteses também com os dados do Playoff Status.

  • Maior subida: Tampa Bay, New Orleans +3
  • Maior queda: Carolina -3
  • Subiram: Tampa Bay, New Orleans, Detroit, Green Bay
  • Caíram: Philadelphia, Carolina, Arizona, Washington
  • Mantiveram-se na mesma posição: Dallas, Seattle, Atlanta, Minnesota, New York, Los Angeles, Chicago
  • Eliminados Matematicamente: San Francisco
  • Classificados Matematicamente: Nenhum
  • Estiveram de folga pela Conferência Nacional: Nenhum

San Francisco 49ers (1-10) (Eliminados matematicamente)

Eliminados da disputa, logo não vamos mais escrever sobre a franquia. Leia o seu último Power Ranking.

15. Chicago Bears (2-9) (<1%)

A atuação de Matt Barkley surpreendeu positivamente. Ele foi competente o suficiente para poder ganhar dos Titans e não conseguiu por detalhes. Isto dá uma esperança para a franquia que, talvez, seja melhor ir atrás do melhor jogador não-quarterback na primeira rodada do ano que vem? Espera-se que não.

Tudo bem que este time tem deficiências em todos os setores, mas na NFL de hoje é preciso um signal caller que seja a cara da franquia e Barkley nunca será isso – e o tempo de Jay Cutler passou já. Ainda não sei como este time possui chances de ir aos Playoffs.

14. Los Angeles Rams (4-7) (1%)

Na semana passada, a estreia de Jared Goff foi feia – como ressaltamos. E era óbvio que ele iria melhorar na semana seguinte, visto que nem se compara a defesa de Miami com a de New Orleans. O esperado aconteceu, com Goff distribuindo passes para touchdown nas três primeiras campanhas e jogando bem… até o ataque voltar a estagnar no duelo aéreo.

O problema da comissão de Jeff Fisher vai além de desenvolver talentos: eles não parecem conseguir fazer ajustes durante as partidas. O plano de jogo é muito bem montado durante a semana, mas falta capacidade em ajustar o ataque e a defesa a partir das fraquezas mostradas em campo. O resultado foi claro na partida contra New Orleans: enquanto o ataque não marcou um ponto sequer no segundo tempo, a defesa continuou tomando ponto atrás de ponto. A temporada anda melancólica e o futuro é meio cinzento, principalmente com a diretoria dando indicações que pretende manter Fisher mais um tempo em Los Angeles.

13. Carolina Panthers (4-7) (>1%) -3

Quase uma virada espetacular, mas a secundária novamente entregou a partida. Se a vitória dos Falcons já tinha dificultado muito as oportunidades de Carolina chegar aos Playoffs, a derrota para os Raiders praticamente destruiu quaisquer esperanças. O time jogou com um espírito de desespero e teve um desempenho bem acima do apresentado na temporada, mas faltou consistência defensiva para sair com a vitória. Tanto Panthers quanto Cardinals são dois zumbis no momento.

12. Arizona Cardinals (4-6-1) (2%) -1

Um início bom e o desmanche na segunda etapa. Novamente quando Palmer teve que assumir o papel de líder para ganhar, faltou-lhe o poder de decisão. O resultado? Pós-temporada é um sonho distante. O fato que Panthers e Cardinals estão quase fora dos Playoffs mostra como, nesta temporada, a NFC está bem equilibrada e sem um claro favorito.

11. New Orleans Saints (5-6) (9%) +3

A sensação que fica é que este time de New Orleans acordou muito tarde na temporada. A defesa, que estava no caminho de ser uma das piores da história da NFL, se encaixou o mínimo para permitir que o ataque não tivesse que marcar 50 pontos por partida. A média de 33,6 pontos cedidos nas cinco primeiras partidas foi para 23,6 nas últimas seis. A causa disso merece um texto próprio (que será divulgado nesta semana), mas tem contribuição de um ataque que está controlando melhor o relógio.

Infelizmente esta melhora, que deixou o time muito mais competitivo, parece que foi tardia demais. Os Saints precisam ser quase perfeitos nos últimos cinco jogos para ir aos Playoffs e isto não vai ser fácil – são três jogos dentro da divisão e um Lions que está pegando fogo no momento. A situação melhorou um pouco, mas ainda continua muito difícil – não poderia ter perdido para os Panthers no Thursday Night Football.

10. Philadelphia Eagles (5-6) (5%) -2

Seis derrotas nos últimos oito jogos. Os Eagles, após terem as expectativas exacerbadamente aumentadas pela sequência Bears e Browns, está voltando à realidade: Carson Wentz não possui alvos o suficiente e, defensivamente, o grupo de cornerbacks é muito inferior ao esperado. Só que não são estes dois pontos o problema mais preocupante, no momento, e sim o desempenho da cara linha defensiva: ela não está funcionando.

Ao contrário do que alguns fanáticos pensam, o problema não é Fletcher Cox e sim seus companheiros. Brandon Graham desacelerou muito no ano, Vinny Curry não faz por merecer seu salário e Connor Barwin é um sumido em campo. O foco desta defesa é a linha defensiva e ela não funciona. Qual o resultado? Longos drives do adversário, que exploram o fraco grupo de cornerbacks e colocam pressão em um ataque sem grandes talentos. Com um calouro tendo que sempre correr atrás do placar o resultado é a campanha negativa. Playoffs? Eles devem estar tentando ganhar um jogo apenas.

9. Tampa Bay Buccaneers (6-5) (31%) +3

Após um início 1-4, cedendo jardas aéreas sem parar e com uma defesa sem confiança, os Bucs conseguiram duas vitórias seguidas surpreendentes e estão surgindo como a grande zebra da NFC até aqui. Jameis Winston está criando uma química com Mike Evans incrível, aproveitando ao máximo a capacidade atlética do wide receiver.

Contra os Seahawks, o ataque pouco teve que fazer com o plano de jogo adotado. Enquanto a secundária ainda precisa ser testada de verdade para se determinar o quanto melhorou no ano, o front four continua forte e foi o ponto da partida. Explorar um left tackle inexperiente, pressão por dentro do pocket, com Wilson não ficando confortável o jogo inteiro. É um time que está crescendo em produtividade e vivo na disputa do Wild Card.

8. Green Bay Packers (5-6) (16%) +1

Quem diz que Aaron Rodgers não é mais o quarterback mais completo da NFL deveria rever os seus conceitos. Quando colocado em situações de pressão, Rodgers consegue tirar o máximo de seu ataque e não foi diferente na segunda. Os Packers não pareciam, nem de perto, aquele time que perdeu quatro jogos seguidos – graças ao desempenho de Rodgers.

Seja em terceiras descidas, dando um passe para touchdown em uma janela minúscula ou mudando as jogadas na linha de scrimmage, ele conseguiu dominar a defesa adversária e aliviou o trabalho defensivo. O resultado foi uma vitória fácil, que recoloca os Packers na luta pelos Playoffs e mostra que eles estão longe de estarem mortos. Com um jogo agora dentro de casa contra um Texans perdido, os Packers possuem totais condições de se posicionarem por uma vaga via Wild Card.

“PACKERS1"

7. Minnesota Vikings (6-5) (40%)

Minnesota está provando cada vez mais que não adianta uma defesa incrível sem um ataque que consiga marcar alguns pontos – me lembra muito os Eagles de 1991 com aquele ataque abaixo da média e uma defesa espetacular.

Em uma situação assim, o ideal é ter um quarterback que evita turnovers e não gosta muito de arriscar, explorando os checkdowns e torcendo que a baixa pontuação conquistada seja o necessário para vencer – resumindo Sam Bradford não é o culpado do momento, apesar de ele ter lançado a interceptação que decretou a derrota contra Detroit. O problema acontece quando a linha ofensiva não consegue mais fazer o mínimo para garantir o passe no checkdown, parando completamente a produção ofensiva. Uma hora a conta das lesões iria chegar.

6. New York Giants (8-3) (77%)

Bears e Browns seguidos, ideal para erguer qualquer equipe – basta perguntar aos Eagles, que até a metade da temporada estavam vivendo dos louros desta sequência. Ganhar dos Browns é apenas obrigação, visto que a franquia talvez seja pior que os 0-16 Lions.

Voltando para New York, Jason Pierre Paul aproveitou os dois cupcakes da tabela para voltar a produzir em alto nível e ganhar muita confiança para a sequência do ano. Após 1,5 sacks nas nove primeiras partidas, foram 5,5 nas duas últimas semanas. Isto cria o tipo de confiança ideal para arrancar e poder surpreender na reta final – típico dos Giants. No momento? Dentro da divisão, Washington e Dallas parecem serem melhores equipes.

5. Washington Redskins (6-4-1) (65%) -1

Já falamos bastante de Washington após a derrota para os Cowboys. Faltou consistência na red zone e faltou a defesa aparecer um pouco para compensar a falta de produção nas últimas 20 jardas do campo. O jogo do Thanksgiving mostrou que a temporada não é nenhuma anormalidade, mas que eles ainda não estão na mesma altura do que seus rivais de divisão que lideram a NFC.

4. Detroit Lions (7-4) (69%) +1

Todos os jogos decididos no último quarto. Os Cardiac Cats (referência aos Kardiac Kids da década de 80) ainda sofrem com o problema de oscilação durante as partidas. Contra Minnesota era esperado uma dificuldade ofensiva por causa do nível defensivo do rival de divisão – jogo dentro da divisão e rival forte são sinais de poucos pontos na partida. O que não se esperava era o desempenho acima da média de uma defesa que sofreu em alguns momentos do ano, mas que está jogando bem – principalmente na secundária com Darius Slay, o salvador do dia que todo mundo come peru.

Obviamente que os Lions são um ponto fora da curva, só que este recorde exemplifica bem a qualidade do elenco. Matthew Stafford está sendo mais consistente do que nos outros anos, o ataque funciona com fluidez quando a linha ofensiva encaixa nas partidas (uma das principais razões para tantas subidas e descidas de produção) e, defensivamente, a secundária e a linha defensiva vem crescendo cada vez mais. Quando consistentes em campo, os Lions são os melhores em sua divisão.

3. Atlanta Falcons (7-4) (88%)

Times desesperados tendem a jogar muito bem e dar problema para os seus adversários – ainda mais se há certa tranquilidade para a classificação. Os Cardinals entraram em campo com muita vontade de vencer e em um ritmo acelerado, só que não conseguiram superar um time mais talentoso no momento.

Quando este backfield funciona, a vida de Atlanta fica muito mais fácil. O ataque flui e a partida vira um verdadeiro bombardeio – vantagem de quem possui o quarterback que deve estar liderando a corrida pelo MVP da temporada. Contra os Cardinals isto é perfeito, vide o desempenho neste ano de Carson Palmer – não consegue ser consistente de maneira nenhuma.

“SEAHAWKS2"

2. Seattle Seahawks (7-3-1) (99%)

Uma jarda aérea no primeiro tempo. Você não leu errado. Uma mísera jarda líquida, o que demonstra o quão mal foi toda a linha ofensiva. Os Bucs fizeram o óbvio, que é conter Russell Wilson e destruir o pocket por dentro, e dinamitaram o jogo aéreo de Seattle.

Muita gente falou, por causa das estatísticas, que Wilson oscilou na partida. Nem perto. Foi inacreditável a capacidade dele em manter as jogadas vivas (mesmo sendo comido vivo no pocket) e criar jardas do nada. O jogo só deu a impressão de disputado por causa de seu comportamento dentro de campo.

A derrota foi inesperada, mas não é o momento de se desesperar e achar que esse time é o pior do mundo. Era uma partida que tinha características de upset (jogo fora de casa, do outro lado do país contra um time desesperado) e não deve ser levada tão a sério para o futuro. Seattle mostrou como joga quando sua linha ofensiva não funciona. A sorte deles? Falcons e Cowboys não possuem um pass rusher tão agressivo assim.

1. Dallas Cowboys (10-1) (<99%)

Alguém consegue parar este time? Não foi semana passada nem será nessa contra os Vikings. O maior adversário seria os Seahawks fora de casa, mas isso não vai acontecer.

POR DIVISÃO:

NFC East:

  1. Dallas Cowboys
  2. Washington Redskins
  3. New York Giants
  4. Philadelphia Eagles

NFC West:

  1. Seattle Seahawks
  2. Arizona Cardinals
  3. Los Angeles Rams
  4. San Francisco 49ers

NFC South:

  1. Atlanta Falcons
  2. Tampa Bay Buccaneers
  3. New Orleans Saints
  4. Carolina Panthers

NFC North:

  1. Detroit Lions
  2. Minnesota Vikings
  3. Green Bay Packers
  4. Chicago Bears

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