Pressionar Tom Brady é a chave para Atlanta

Aos 39 anos de idade, Tom Brady está tendo, discutivelmente, a melhor temporada da sua carreira. O jogador parece inesgotável, e, entre pós-temporada e temporada regular, tem explorado todas as qualidades dos seus recebedores e running backs, distribuindo a bola com uma precisão e eficiência que poucos quarterbacks podem dizer que fizeram igual.




A pergunta que não quer calar: como você freia a máquina que é Tom Brady?

Para ser bem sincero, a resposta é simples, o que não quer dizer que ela seja fácil de executar: pass rush E SEM BLITZ. Colocar pressão no camisa 12 é fundamental para que o Atlanta Falcons saia com o Vince Lombardi pela primeira vez nos seus 51 anos de história.

A linha defensiva precisa jogar como nunca

Se tem alguém que sabe como impedir que Tom Brady estabeleça seu ritmo ofensivo é o defensive tackle Justin Tuck. Aposentado desde o final da temporada de 2015, o atleta fez parte do New York Giants entre 2005 e 2013. Ou seja, ele enfrentou – e venceu – o New England Patriots duas vezes, nos Super Bowls XLII e XLVI.

O ex-camisa 91 declarou na semana passada que o caminho para a defesa do Atlanta Falcons é pressionar Tom Brady com quatro jogadores com frequência e cedo na partida – ou seja, frisando novamente, sem mandar blitz (5 ou mais jogadores). A linha defensiva dos campeões da NFC precisa criar pressão com seus dois defensive tacklesdefensive ends e alocar os outros sete jogadores na cobertura do passe ou contenção terrestre. No momento em que você precisa de um quinto jogador para pressionar o quarterback – isto é, quando você manda a blitz -, Tom Brady pode ler o espaço na cobertura e castigá-lo. Considerando as opções em rotas curtas, como os running backs Dion Lewis e James White, além de Julian Edelman e o tight end Martellus Bennett, uma blitz fracassada pode resultar em big play.

É uma fórmula simples, pode-se dizer. A questão é que falar é fácil, fazer é bem mais difícil. Essencialmente, é bater o offensive lineman na sua frente e atingir Tom Brady. Acontece que você precisa ter o elenco para fazer isso. No Super Bowl XLII, o New York Giants contava com Justin Tuck, Michael Strahan e Osi Umenyiora. No XLVI, Jason Pierre-Paul substituiu Strahan numa trinca de talentosíssimos pass rushers que consistentemente atingiram Brady e foram o obstáculo para o avanço ofensivo dos Patriots.

No caso do Atlanta Falcons, temos Vic Beasley como o destaque da linha defensiva. E embora Dwight Freeney seja um complemento experiente, para me utilizar de um eufemismo, falta aquela pressão interna para quebrar a estabilidade do pocket. Pelo elemento da previsibilidade, não podemos esperar que Grady Jarrett e Ra’Shede Hageman batam os guardscenter com a frequência necessária. Por isso, podemos esperar stunts desses quatro jogadores, de forma a criar confusão para os bloqueadores da linha ofensiva. Foi uma estratégia bem sucedida contra o Seattle Seahawks, por exemplo.

“O MVP do Super Bowl precisa ser a linha defensiva”

Palavras de Justin Tuck, não minhas. E são verdadeiras. Não foi só o New York Giants que conseguiu parar Tom Brady dessa maneira. A última equipe que eliminou o New England Patriots da pós-temporada, o Denver Broncos, o fez com uma consistente pressão em cima do camisa 12.

O mais importante foi a capacidade do Denver Broncos conseguir pressionar mandando apenas quatro rushers. Numa formação 3-4, como a da equipe da AFC West, a pressão de quatro homens é feita pelos três homens da linha ofensiva – os defensive ends e o nose tackle – e um outside linebacker, comumente chamado de designated rusher. No momento em que a equipe consegue deixar o quarterback adversário desconfortável com apenas quatro jogadores, o trabalho de cobertura contra o passe contra a corrida se torna muito mais eficiente, pois permite colocar sete jogadores nessa proteção.

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Essa é a chave para que o ataque do Atlanta Falcons consiga criar uma vantagem e sustentá-la. De nada adianta Matt Ryan anotar um touchdown se Tom Brady o fizer logo em seguida. Dessa forma, o caminho das pedras para bater o New England Patriots é o pass rush – com apenas quatro homens, de preferência.




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