Prévia, AFC: Falando sério: os Jaguars têm alguma chance contra os Patriots?

[dropcap size=big]N[/dropcap]este domingo, por volta de 18 horas, no horário de Brasília, começa a partida que marca a grande decisão da AFC. O poderoso New England Patriots recebe o surpreendente Jacksonville Jaguars na briga por uma vaga no Super Bowl LII. Das 16 equipes que compõem a Conferência Americana, 14 já foram eliminadas. Com essa seleção toda, por que raios já no título estou questionando se os Jaguars têm alguma chance?

A resposta é até simples: Blake Bortl… Não! Não é isso. O fato é que a equipe do New England Patriots leva vantagem (ao menos em teoria) nos quesitos talento em campo, talento fora de campo e, principalmente, experiência. Afinal, caso a equipe conquiste a vitória no domingo, o Super Bowl LII será a OITAVA decisão disputada por Tom Brady, Bill Belichick e companhia.

Não é à toa que, nas casas de apostas, New England é favorito por mais de um touchdown.

Mas o foco aqui é outro. Hoje vamos olhar para o Jacksonville Jaguars, analisando de que forma o jogo da equipe do técnico Doug Marrone “encaixa” com o dos Patriots de Belichick. Será que dá jogo?

A receita para enfrentar os Patriots

[dropcap size=big]Q[/dropcap]ue New England é um time muito forte na pós-temporada, particularmente em casa, todo mundo já sabe. Forte, mas não imbatível. Sob a liderança de Tom Brady e Bill Belichick, jogando em casa, os Patriots têm uma marca de 18 vitórias e 3 derrotas. As 3 derrotas aconteceram contra o New York Jets em 2010 e contra o Baltimore Ravens, em 2009 e 2012. Nestas partidas, alguns fatos em comum chamam a atenção, compondo quase uma receita para competir com os Patriots.

Nos três jogos citados aí em cima, os adversários de New England conseguiram estabelecer o jogo terrestre com eficiência, dominando o relógio. Jets e Ravens correram, nessas partidas, para uma média de 120 jardas por jogo. Desta forma, Tom Brady e o ataque dos Patriots têm menos oportunidades para fazer seu estrago habitual com a bola nas mãos.

O segundo ponto chave é a batalha dos turnovers. Quando forçam mais turnovers do que seus adversários, os Patriots têm um recorde de 16 vitórias e nenhuma derrota em jogos de playoff no Gillette Stadium. Nas três derrotas que mencionamos, a equipe sofreu mais perdas de bola que seus oponentes. Estudos analíticos mostram que a geração de turnovers é uma estatística com alto grau de aleatoriedade. Ainda assim, quanto melhor a defesa, maior a chance da equipe se colocar na posição de gerar um turnover.

Finamente, o terceiro aspecto. Gerar pressão sobre Tom Brady sem o uso de blitz. Mesmo tendo usado a blitz em apenas 18% dos snaps, as equipes que derrotaram os Patriots “sacaram” o quarterback oito vezes nas três partidas. Aliás, no aspecto da pressão sobre o quarterback apenas com a linha defensiva, talvez não haja “especialista” maior do que o vice presidente executivo do Jacksonville Jaguars, Tom Coughlin. Quando técnico do New York Giants, Coughlin conquistou dois títulos do Super Bowl sobre o New England Patriots. Sem dúvida, a maior característica desses dois jogos foi o domínio dos pass rushers dos Giants sobre a linha ofensiva dos Patriots.

Então, falando em Coughlin, podemos fazer o link para a equipe dos Jaguars. Com relação à corrida, os Jaguars tiveram o melhor ataque terrestre da liga durante a temporada, com média de 141 jardas por jogo. Na pós-temporada Leonard Fournette e companhia estão com uma média ainda maior, de mais de 160 jardas por jogo. Já no aspecto da pressão ao quarterback, “Sacksonville” gerou pressão em 33% dos snaps de passe, segunda porcentagem mais alta da liga em 2017. Finalmente, os turnovers. os Jaguars foram a segunda equipe que mais tomou a bola dos adversários durante o ano (33 vezes). Ainda que, como dissemos acima, turnovers não sejam uma estatística exatamente reproduzível, convenhamos que mal não faz…

Olhando por este ângulo, até que dá pra dizer que Jacksonville tem alguma chance…

Será?

O que esperar do jogo?

Mais uma vez estamos olhando para o confronto sob a perspectiva do Jacksonville Jaguars. Assim, a força da equipe no jogo terrestre e na linha defensiva, particularmente, devem dar alguma vantagem para os Jaguars no confronto. Além do running back calouro Leonard Fournette, capaz de dominar o jogo terrestre e, consequentemente, o tempo de posse de bola, devem ter impacto no jogo os ótimos pass rushers da equipe. Calais Campbell, Malik Jackson e Yannick Ngakoue são atletas capazes de gerar pressão no quarterback tanto pelo meio quanto pelas extremidades da linha.

Se Tom Brady tiver um número reduzido de oportunidades para passar a bola (pelo tempo “gasto” pelos Jaguars correndo com a bola), além de pouco tempo para lançar (devido ao pass rush), a ótima secundária de Jacksonville pode ter seu trabalho facilitado. Falando desse jeito, parece até que Jacksonville é favorito pro jogo. Claro que não é assim. Tom Brady e os Patriots já mostraram inúmeras vezes que podem superar as melhores defesas da liga. Da mesma forma, a defesa dos Patriots, que evoluiu muito depois de um começo de ano ruim, costuma crescer ainda mais em jogos deste tamanho.

Patriots no ataque

Já falamos bastante aí em cima sobre como a defesa dos Jaguars “encaixa” com o ataque dos Patriots. Apesar disso, vejo 3 motivos que mantêm a vantagem de New England neste confronto. O primeiro é um certo Tom Brady. Não é à toa que Brady é considerado por muitos o melhor quarterback da história. Mesmo em situações que podem parecer adversas, Brady costumeiramente tira coelhos da cartola. A expectativa é que, no domingo, vejamos mais do mesmo.

Os outros dois motivos são dois jogadores que são verdadeiros pesadelos como matchup para qualquer defesa. Rob Gronkowski, um verdadeiro wide receiver em corpo de tight end, é capaz de alinhar em qualquer posição, trazendo um grande desafio para a cobertura. Mas isso nem é novidade. Quem eu imagino que vá fazer diferença nessa partida é o running back Dion Lewis. Lewis, capaz tanto de correr entre os tackles quanto de receber passes em campo aberto, com potencial de ganho de jardas após a recepção, é o “canivete suíço” dos Patriots. A defesa contra o jogo terrestre é o ponto fraco da ótima defesa dos Jaguars, e Dion Lewis poder ser o tal do fiel da balança nesta disputa.

Tudo muito bom, tudo muito bem… e o dedão de Tom Brady? Pois é, o quarterback dos Patriots sofreu uma contusão na mão direita, que o fez perder todos os treinamentos da equipe neste semana (ao menos até quinta-feira, dia 18/01). New England, sob o comando de Bill Belichick, tradicionalmente não revela muitas informações sobre contusões de seus jogadores. Ainda assim, imagens de Brady mostram o quarterback com uma luva na mão direita, além do que parece algum tipo de imobilização no polegar.

Não dá para sabermos se haverá algum impacto na performance de Brady no jogo de domingo, mas, certamente, este pode ser um fator de influência no resultado final da partida.

Jaguars no ataque

A fórmula é simples: Fournette correndo com a bola, Blake Bortles acertando um passe aqui e outro ali, sem fazer muita besteira, e os Jaguars têm chance de fazer alguma coisa. Como falamos acima, a defesa dos Patriots melhorou bastante ao longo do ano, mas, ao menos por terra, Jacksonville deve conseguir avançar a bola.

A diferença vai ser o que Bortles vai conseguir. O criticado (e, convenhamos, limitado) quarterback dos Jaguars precisa fazer uma meia dúzia de jogadas, sejam passes mais longos ou corridas com a bola, para abrir mais o jogo corrido e garantir campanhas mais consistentes.

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Sem fugir agora: os Jaguars têm chance?

Em uma palavra: têm. A defesa de Jacksonville é excelente, capaz de contrapor as principais armas do ataque de New England, além de possuir características que tradicionalmente dão trabalho a Tom Brady. Somado à potência do seu ataque terrestre, isso é o suficiente para esperar um jogo disputado, com pouca diferença de pontos. Assim, não é absurdo acreditar que os Jaguars possam ganhar.

Mas outra pergunta pode ser mais importante: eles vão ganhar? Provavelmente não. No fim das contas, a partida ainda coloca em lados opostos Tom Brady e Blake Bortles. A diferença entre os dois é muito grande, particularmente com os Patriots jogando em casa. Acredito que teremos um jogo fascinante, mas que, no final, com grande destaque para Dion Lewis, os Patriots vão levar a melhor (mais uma vez…).

Placar? Sei lá. 23 a 17 ou coisa do tipo. Jogo duro, certamente.

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