Prévia, NFCCG: Duelo de Titãs ofensivos marca final da Conferência Nacional

Neste domingo, às 18 horas (horário de Brasília), acontecerá o último evento de futebol americano profissional da história do Georgia Dome, em Atlanta. O tradicional estádio, que será desativado após a temporada, receberá a final da Conferência Nacional, na qual o Atlanta Falcons, time da casa, enfrentará o Green Bay Packers. Em disputa, o título da NFC (e do troféu George Halas) e, principalmente, a classificação para o Super Bowl LI.

Hoje, no dia deste confronto imperdível, o Pro Football traz os detalhes mais importantes das duas equipes, tentando imaginar o que poderemos ver em campo. O que é praticamente garantido é que teremos um jogo muito disputado, possivelmente dominado pelos dois ataques, entre os melhores da liga.

O Primeiro Confronto

Atlanta Falcons e Green Bay Packers se enfrentaram na Semana 8, no mesmo Georgia Dome. Tivemos um jogo parelho, dominado pelos ataques (como provavelmente será o de hoje também). No fim das contas, vitória dos Falcons por 33 a 32. O que se viu nesta partida pode indicar algumas chaves para o confronto de hoje. Os Falcons tiveram dificuldades em correr com a bola (Tevin Coleman não jogou), embora tenham tido bom desempenho no jogo aéreo (apesar da atuação discreta de Julio Jones).

Já quando Green Bay teve a bola, a defesa de Atlanta se mostrou muito vulnerável aos scrambles de Aaron Rodgers. Mesmo sem contar com seus principais running backs (contundidos), os Packers foram capazes de correr bem com a bola. Aliás, considerando o momento das duas equipes naquele ponto da temporada, o jogo foi até mais equilibrado do que poderia se imaginar.

No fim, a estabilidade do ataque aéreo dos Falcons (assim como o fator casa) falou mais alto, confirmando a vitória de Matt Ryan e companhia.

Atlanta Falcons

A equipe dos Falcons teve uma temporada regular de sonhos. O ataque da equipe foi, ao longo de todo o ano, um dos mais potentes de toda a NFL. Tanto observando os números crus quanto analisando estatísticas mais avançadas, a equipe comandada por Dan Quinn e, no ataque, por Kyle Shanahan, esteve entre as melhores.

O ataque dos Falcons foi o melhor da NFL em 2016 no quesito pontos marcados, caindo para a segunda posição em jardas conquistadas. Já a defesa (supostamente o ponto forte de Quinn, outrora coordenador defensivo de Seattle) foi apenas a vigésima quinta melhor da liga. Ainda assim, estamos falando de uma equipe muito forte. Utilizando-se do critério DVOA (Valor acima da média ajustado para a defesa), do site footballoutsiders.com (por sinal, recomendo), o Atlanta Falcons foi a terceira melhor da liga, atrás apenas de New England Patriots e Dallas Cowboys.

Mas o que faz do ataque dos Falcons tão forte para, praticamente sozinho, levar a equipe a esta posição? A resposta para essa pergunta envolve o talento ofensivo disponível e o excelente trabalho do coordenador Kyle Shanahan. Os Falcons contam com um dos melhores wide receivers da NFL em Julio Jones. Além disso, a equipe conta com a melhor dupla de running backs da liga. Devonta Freeman e Tevin Coleman são explosivos e versáteis, também capazes de contribuir no.jogo aéreo. Finamente, chegamos a Matt Ryan. O veterano quarterback teve a melhor temporada de sua carreira em 2016, sendo o favorito ao prêmio de MVP.

Muito da performance de Ryan pode ser relacionada ao trabalho de Kyle Shanahan. O coordenador ofensivo, em seu segundo ano na equipe, instalou um sistema de passes rápidos e em deslocamento, mas sempre com múltiplas leituras e opções de recebedores. A versatilidade de um sistema que, tanto na corrida quanto no passe, se utiliza dos pockets móveis e de muita variação, deu trabalho a todos os oponentes do Falcons nesta temporada e, provavelmente, garantiram a Kyle Shanahan uma promoção (Shanahan é o favorito para assumir a posição de técnico principal em San Francisco).

Após uma temporada regular com 11 vitórias e 5 derrotas, os Falcons se classificaram aos playoffs, conquistando a NFC South e garantindo uma folga na primeira rodada. Na última semana, a equipe não tomou conhecimento do Seattle Seahawks, despachando os adversários por 36 a 20, classificando-se então para a decisão deste domingo.

Green Bay Packers

Para o Green Bay Packers, a temporada regular foi algo como uma volta em uma montanha russa. Após um início sob expectativas elevadas, principalmente relacionadas ao ataque comandado por Aaron Rodgers e que contaria com o retorno de Jordy Nelson, a irregularidade tomou conta da equipe. O ataque sem ritmo, a defesa porosa, tudo dava errado. Após 4 derrotas seguidas, os Packers se encontravam com 4 vitórias e 6 derrotas, à beira da eliminação. Neste momento, ocorreu a grande virada da equipe. Com alterações no esquema ofensivo, utilizando rotas com maior variação, o ataque floresceu. Aaron Rodgers teve atuações espetaculares, liderando os Packers a 6 vitórias seguidas e ao título da NFC North.

Green Bay terminou a temporada com o oitavo melhor ataque e a vigésima segunda melhor defesa. Dá pra ver que teremos um jogo entre equipes unidimensionais e, possivelmente, com muitos pontos. Em termos de DVOA, os Packers terminaram a temporada regular como a sétima melhor equipe da liga. O destaque da equipe dos Packers não poderia ser outro: Aaron Rodgers teve um final de temporada incrível, alongando jogadas e acertando passes impossíveis quase que continuamente. A boa temporada de retorno de Jordy Nelson, assim como a chegada do tight end Jared Cook, foram muito importantes para o ataque de Green Bay.

Nos playoffs, os Packers vem seguindo em um nível muito elevado. Vitórias sobre o New York Giants e sobre o Dallas Cowboys (em um classico instantâneo) demonstram a força dos Packers no momento, reforçando a promessa de um jogaço hoje à noite.

O que esperar do jogo de hoje

Os dois ataques são ótimos e, além disso, estão em ótima fase. Até por isso, o “normal” é que ambas equipes marquem muitos pontos. E é aí que as defesas podem fazer diferença. Desta forma, podemos nomear duas chaves para a partida, em cada um dos confrontos ataque X defesa.

Quando Atlanta tiver a bola, não tem muito mistério. A disputa entre as armas ofensivas (principalmente Julio Jones e Devonta Freeman) e a secundária dos Packers determinará a facilidade com que Atlanta chegará à end zone. Mais diretamente, o embate entre Jones e o cornerback LaDarius Gunter poderá ser decisivo. Gunter tem qualidades na cobertura, mas pouca velocidade. Jones é um excelente recebedor, mas se não estiver no auge físico (perdeu treinos esta semana), Gunter pode limitar os danos.

Já quando a bola estiver com Green Bay, talvez o jogo terrestre seja o ponto mais importante. Não me entendam mal: é claro que Aaron Rodgers é o centro do ataque dos Packers mas, considerando as características da defesa dos Falcons, a combinação de Ty Montgomery com as próprias corridas de Rodgers pode ser capaz de desviar o controle do relógio para os Packers. Isso pode ser particularmente importante considerando que a equipe pode não contar com três dos seus principais recebedores devido a contusões  (Jordy Nelson, Davante Adams e Geronimo Allison).

Qualquer que seja o resultado final, é de se esperar uma disputa até os últimos segundos. Talvez, inclusive, tenhamos mais um jogo em que o vencedor seja aquele que tem a bola na mão no final. Logo saberemos quem irá representar a NFC no Super Bowl LI.

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