Para o torcedor, não há nada pior do que o momento da reconstrução. É um final melancólico que você já sabe o roteiro: pode até torcer por algo diferente, mas o desfecho (a derrota) é inevitável. A torcida do Houston Texans passou por esse sentimento amargo em 2021. Agridoce, porém, seria uma descrição melhor.
Tudo começou com Deshaun Watson na intertemporada – saindo de um “eu não quero mais jogar aqui”, para as graves acusações de ser um abusador em série e com a troca para o Cleveland Browns -, passando pelas doloridas derrotas de um time mal montado e pela surpreendente temporada de calouro de Davis Mills, de quem nada se esperava.
Com muitas mudanças, as expectativas de Houston eram baixíssimas no ano anterior, mas 2022 é um passo importante: a franquia precisa indicar que está no caminho correto, mesmo que ainda não possa sonhar mais alto.
DRAFT E FREE AGENCY 2022: Com uma carteira de escolhas recheada devido à troca de Watson, a franquia fez um Draft questionável. Com a terceira escolha geral, selecionou o polarizante Derek Stingley Jr e, no meio da primeira rodada, escolheu o bom Kenyon Green, mas deixando aquele gostinho de que o valor da escolha foi mal utilizado.
Na free agency, como toda equipe em reconstrução, as movimentações foram inúmeras, já que o objetivo é encontrar peças pouco valorizadas que possam se destacar em um elenco reformulado, ainda que nenhum seja de magnitude elevada. De destaque, as saídas de Justin Reid e Jacob Martin, jovens peças defensivas que foram importantes nos últimos anos, e as chegadas de A. J. Cann e Mario Addison.
Principal reforço: Kenyon Green, iOL. O interior da linha ofensiva era uma das grandes deficiências da equipe e Green é um jovem e talentoso nome para se tornar um pilar da unidade, podendo, até mesmo, jogar nas extremidades, se necessário. Em um ano no qual Houston precisa entender os limites de Mills, dar a proteção necessária é essencial e solidificar o miolo, onde ocorre a pior pressão para um quarterback pouco móvel, não poderia passar batido. Independentemente dos questionamentos sobre o valor da escolha – particularmente, preferiria que ele fosse selecionado um pouco depois -, não se pode negar que seja uma bela promessa.
Principal perda: Justin Reid, safety. Como Deshaun já era carta fora do baralho, vou apresentar outro nome aqui. Depois de um primeiro ano muito promissor, Reid oscilou bastante, mas não era possível esperar menos na bagunçada defesa da equipe. Com um elenco mais ajeitado, ele poderia continuar sendo um pilar defensivo e sua saída machucará neste primeiro ano, afinal, agora o setor é composto pelo calouro Jalen Pitre e pelo fraco Eric Murray.
