Primeiro Draft simulado de 2017: três quarterbacks e os Browns surpreendendo

Qual o sentido dos Draft simulados? Muita gente não vê algum sentido sequer, mas eles são importantes para nos situarmos. Obviamente simular um Draft passa longe do que as franquias pensam (na maioria das vezes). Eles podem estimular algumas reações como dos fãs do New York Jets na hora da escolha, mas são extremamente úteis para conhecer os jogadores – e poder vaiar com conhecimento e não passar vergonha depois vaiando Sheldon Richardson.

Este é o intuito deste Draft simulado: mostrar quais jogadores estão em alta, quais os possíveis cenários e levar a conhecimento de alguns nomes que estavam passando desapercebidos. Além disso, o Draft simulado serve para mostrar como está a situação da classe do ano: muitos pass rushers, uma classe de cornerbacks profunda, running backs de qualidade, muitos wide receivers (e nenhum do nível de Odell Beckham Jr.) e uma classe pobre em offensive tackles.

Sem mais delongas, acompanhe o nosso trabalho de simular um Draft no meio da temporada e conheça um pouco mais de cada prospecto que deve ser escolhido em abril do ano que vem.


“RODAPE"

1. Cleveland Browns – Myles Garrett, defensive end, Texas A&M

Finalmente os Browns chegaram na primeira escolha geral e saem com o melhor jogador do Draft. Sim, eu sei que este ataque precisa de um signal caller, mas todas as dicas (até aqui, pelo menos) mostram que Hue Jackson vai continuar apostando na dupla Robert Griffin III e Cody Kessler – um erro em minha visão.

Enquanto Griffin está fora de uso desde a primeira semana e ninguém sabe o que vai acontecer, Kessler mostrou, como calouro, ter um estilo de jogo parecido com o de Alex Smith. E os Browns adorariam poder contar com um Alex Smith dentro de campo em algum momento. Entre pegar o jogador com mais talento ou o da posição mais importante, aparentemente os Browns ficariam com a primeira opção.

Sim, a franquia já possui uma rotação jovem entre os seus pass rushers, mas não dá para perder a oportunidade de adicionar alguém com talento único que pode se transformar em um jogador de elite – algo que Myles Garrett é e Emmanuel Ogbah não. Extremamente técnico, explosivo e forte, Garrett é um prospecto melhor do que Joey Bosa era ano passado – e a escolha deu certo para San Diego até aqui. Seria uma surpresa para alguns, só que não surpreenderia nenhum pouco esta escolha de Cleveland.

Outra possível escolha: Deshaun Watson, quarterback; Mitch Trubisky, quarterback.

2. San Francisco 49ers – Deshaun Watson, quarterback, Clemson

Assumindo que Chip Kelly fique em San Francisco, esta escolha é mais simples de fazer. Qual ele prefere: o jogador mais atlético ou com o melhor braço? Considerando o esquema (ele adora esta Spread Offense), faria muito mais sentido um jogador atlético e que sabe passar a bola.

Deshaun Watson começou a temporada devagar e começou a se recuperar – o ponto alto foi a partida contra Pittsburgh. Apesar de ele não estar correspondendo tanto as expectativas, é essencial lembrar que ele carrega este time de Clemson nas costas. Justamente por isso ele merece esta posição alta no Draft.

Outra possível escolha: Mitch Trubisky, quarterback.

3. Jacksonville Jaguars – Jabrill Peppers, safety, Michigan

Vai ano, volta ano e os Jaguars estão no top 3. Apesar do desejo de escolher um wide receiver, o talento de Jabrill Peppers justifica completamente esta escolha. A dupla Peppers-Ramsey faria com que esta secundária passasse à um novo nível, com o calouro de Michigan podendo jogar em qualquer posição – até mesmo de linebacker dependendo do esquema do novo treinador, visto que acho difícil que Gus Bradley permaneça no cargo.

Peppers é forte o suficiente para jogar como linebacker e inteligente tanto como safety (minha posição favorita para a NFL) quanto para cornerback. Um excepcional talento que é raríssimo e não dá para desperdiçar a chance. Vale ressaltar que o processo do Draft ainda está no início e o Combine e Pro Day podem impulsioná-lo para o topo das escolhas.

Outra possível escolha: Cam Robinson, offensive tackle; Jonathan Allen, defensive end.

4. Chicago Bears – Mitch Trubisky, quarterback, North Carolina

O fim da era Cutler. Os Bears, assim como San Francisco, precisam de um recomeço e escolher um quarterback na primeira rodada seria essencial para esta nova era. Trubisky, assim como foi Blake Bortles em 2013, vai causar um pouco de espanto para aqueles que não acompanham mais a fundo o college football. Mesmo assim, seu talento está mais visível a cada rodada – ele estourou de vez em 2015 – e seria um erro ele não sair neste ano.

No início da temporada, como ressaltamos neste texto, a disputa pelo trono de melhor signal caller do ano estava sendo disputado entre Watson e DeShone Kizer. Enquanto Clemson foi aos trancos e barrancos (perdendo agora para Pitt) com Watson levando tudo nas costas, Notre Dame começou a jogar muito mal e isto afetou consideravelmente o nível de jogo de Kizer. Antes dito como um top five, Kizer agora deveria pensar seriamente em voltar para o ano de Junior e entrar só no próximo processo – e foi esta a minha aposta feita neste Draft simulado.

Trubisky é o estilo de quarterback que possui o atleticismo e, mesmo assim, é um pocket passer – escola Aaron Rodgers. Por causa disso, sua habilidade dentro do pocket não deve ser desvalorizada, muito menos como ele consegue criar jogadas do nada. Ainda lhe falta saber como operar melhor em uma Pro Offense (visto que todos os snaps eram do shotgun em North Carolina) e também melhorar um pouco a mecânica – ele aposta muito em seu braço forte, logo lança alguns passes apoiado no pé de trás, o que é um grande erro.

Outras possíveis escolhas: Deshaun Watson, quarterback.

5. New York Jets – Cam Robinson, offensive tackle, Alabama

Cadê Leonard Fournette? Bem, a tática adotada nesta simulação é que Ezekiel Elliott ser escolhido tão alto ano passado foi uma anomalia devido a uma equipe de alta qualidade estar no top five – por causa da lesão de Tony Romo. Em situações normais, quando as equipes ruins estão escolhendo tão alto, o natural é sempre reforçar a franquia em posições críticas – e é isto que o New York Jets está fazendo com a escolha.

Dante Fowler Jr., Joey Bosa, Leonard Floyd, Shaq Lawson, Shane Ray, Robert Nkemdiche, Kevin Dodd, Preston Smith, Markus Golden, Shilique Calhoun, Jordan Jenkins, Danielle Hunter, Myles Garrett, Carl Lawson, Derek Barnett e Diatrich Wise. Esta é a lista de pass rushers que Cam Robinson, durante toda a sua carreira, enfrentou jogando como left tackle de Alabama. E em poucos momentos ele passou grandes apuros contra eles – tanto é que Alabama sempre está no topo mesmo com quarterbacks nada destacáveis. Dominante no jogo terrestre e difícil de passar se ele coloca as mãos em ti na proteção contra o passe, Robinson é o tipo de jogador confiável que não dá para deixar passar. Muito mais valoroso para os Jets do que Leonard Fournette.

Outras possíveis escolhas: Leonard Fournette, running back, LSU.

6. Carolina Panthers – Jonathan Allen, DE, Alabama

Muita gente pensa que Jonathan Allen pode acabar em Cleveland na primeira escolha geral, ao invés de cair para o meio do top 10. A não ser que toda a comissão técnica dos Browns seja mudada, o que não seria difícil de pensar, vejo esta possibilidade muito remota – e seria uma escolha extremamente questionável.

Garrett e Allen são talentos de alto gabarito e é natural alguns preferirem este em relação àquele. A grande questão é que Allen é um jogador típico de 4-3, que poderia atuar como defensive end em situações normais e ir para a 3-tech nas terceiras descidas. Já Garrett pode se adaptar tanto ao 3-4 quanto ao 4-3. Continuando a comparação entre os tops da classe, o prospecto de Alabama é mais inteligente e tem um bull rush melhor, só que a sua explosão é um pouco mais comedida. Seria uma adição incrível para este front seven.

Outras possíveis escolhas: Marlon Humphrey, cornerback.

7. San Diego Chargers – Mike Williams, wide receiver, Clemson

O melhor wide receiver de uma classe cheia de talentos. Williams é o tipo de jogador que pode ser um wide receiver #1, pegando tudo que vem em sua direção e tornando-se alguém que pode ter 100 recepções e 1400 jardas no ano. Completo, é o tipo de jogador que este ataque precisa e seria ideal para tentar fazer frente a uma AFC West que está mais forte do que nunca.

Outras possíveis escolhas: Malik McDowell, defensive end; Marlon Humphrey, cornerback.

8. Cincinnati Bengals – Malik McDowell, defensive tackle, Michigan State

Sem Hue Jackson os Bengals estão sendo expostos. A defesa não está mais jogando em alto nível, principalmente porque a rotação dos defensive tackles está defasada – precisa de mais corpos. E Malik McDowell seria perfeito para incrementar o miolo defensivo.

Alto, forte, atlético e extremamente forte, ele poderia ser um 1-tech que defesas 4-3 normalmente não possuem: alguém capaz de parar a corrida e destruir os pockets facilmente. McDowell é a única estrela de um time decadente, o que mostra ainda mais como ele pode ser um bom jogador no nível profissional. A lógica é fácil de se seguir: menos talentos ao seu redor fazem com que os adversários prestem mais atenção nele e mesmo assim ele se sobressai.

Outras possíveis escolhas: Mike Williams, wide receiver; Ryan Ramczyk, Wisconsin.

9. Tennessee Titans (via Los Angeles Rams) – Marlon Humphrey, cornerback, Alabama

Com Jared Goff finalmente começando uma partida, os Rams poderiam facilmente ir atrás de um wide receiver de peso para ajudar o futuro segundo anista. O problema (ou solução?) é que a classe de wide receivers (e running backs) é cheia de talentos, logo é possível focar em outras aéreas e adicionar mais talentos. Outro problema? Eles não têm uma escolha de primeira rodada; e sim os Titans que vão se aproveitar do melhor cornerback da classe – se você não considerar Jabrill Peppers um cornerback.

Neste cenário, o melhor jogador disponível seria Marlon Humphrey. Extremamente físico, ele é o tipo de jogador que intimida os adversários com a sua capacidade tanto na cobertura quanto como tackleador. Ele não tem medo de ser agressivo nos tackles e é um atleta incrível.

Outras possíveis escolhas: Ryam Ramczyk, offensive lineman.

10. Tampa Bay Buccaneers – Ryan Ramczyk, offensive lineman, Wisconsin

Este ano a classe de linhas ofensivas (principalmente tackles) é menos recheada do que nos outros anos, logo é esperado que eles sejam bem mais supervalorizados que o normal. Dentro deste cenário, é bem possível que um cara inexperiente como Ryan Ramczyk saia no top 10 – ainda mais para uma equipe desesperada para dar um jeito em seu quarterback.

Transferido da Divisão III da NCAA, Ramczyk é o típico caso de jogador que aparece do nada e começa a chamar atenção de todo mundo. Forte, atlético e com um potencial muito bom (lembra a história de Lane Johnson, que também saiu do nada para o topo do Draft), ele ainda deve crescer muito no processo do Draft – por isso estamos o colocando tão alto nesta projeção. Poderia tanto mandar Donovan Smith para right tackle (faria muito mais sentido) ou entrar no lugar de Demar Dotson mesmo.

Outras possíveis escolhas: Marlon Humphrey, Alabama.

11. Indianapolis Colts – Leonard Fournette, running back, LSU

Finalmente! Leonard Fournette entrou como uma estrela na NCAA, levou durante todo o tempo o ataque de LSU nas costas e deve aparecer na primeira rodada – mas por que tão tarde? O motivo é o retrospecto. Embora Dallas tenha escolhido um running back na quarta escolha geral, era uma anomalia a franquia estar escolhendo tão alto. Neste cenário até aqui, Fournette não teria a sorte de ter alguém com um elenco tão fortalecido no top 10, logo ele acabaria caindo para os Colts – um belo presente para esta torcida.

Outras possíveis escolhas: Dalvin Cook, running back.

12. Green Bay Packers – Dalvin Cook, running back, Florida State

Eddie Lacy não consegue ficar no peso (e em campo), James Starks é mediano e Ty Montgomery é um wide receiver que faz bico de vez em quando. Este ataque dos Packers fica no seu nível mais alto quando o jogo terrestre funciona – óbvio – e Dalvin Cook é um valor absurdo nesta escolha.

Como os cabeças de queijo, possivelmente, não vão escolher nesta altura, fica o sonho para os torcedores da franquia – e o aviso para as equipes que vão escolher por aqui. Cook é um running back nível Ezekiel Elliott. Difícil de derrubar, elusivo com a bola nas mãos e forte, é um jogador ideal para qualquer equipe que precise de algo dinâmico em campo – e não se preocupe tanto com os problemas fora de campo.

Outras possíveis escolhas: Gareon Conley, cornerback.

13. Buffalo Bills – Eddie Jackson, safety, Alabama

Esta escolha é a primeira que depende muito da situação real da análise clínica. Eddie Jackson (ao contrário do que outros viciados em Draft acham) é o melhor safety da classe – opiniões mudam, principalmente na sequência do processo. Sempre que a palavra safety se une com Alabama o resultado é um cara big hitter, que tem problemas com a cobertura.

Jackson é totalmente o oposto: ele gosta de jogar no fundo do campo, é muito bom nas marcações individuais e está longe de ser um hard hitter. Além disso, ele traz para campo uma liderança sem igual, algo que é subvalorizado por alguns neste processo. Os Bills precisam de ajuda no fundo do campo (safeties são raros de se achar) e Jackson seria um encaixe perfeito para a defesa de Rex Ryan.

Outras possíveis escolhas: Mike McGlinchey, offensive lineman.

14. New Orleans Saints – Gareon Conley, cornerback, Ohio State

Qualquer talento para esta defesa é bem vindo. Os Saints não conseguem caminhar na temporada porque sua defesa entrega a paçoca quase todo jogo, principalmente a secundária que sofre com big plays. Conley, até aqui, mostrou ser um cara que pode estar no top 15 do ano que vem.

O estilo de jogo de Conley é o anti-Humphrey. Você não o confundirá com Richard Sherman em agressividade, porém a sua fluidez em campo é impressionante. Alto e melhor em coberturas por zona, é o tipo de jogador que atrai coordenadores defensivos que não gostam de pressão na linha de scrimmage – estilo Asante Samuel.

Outras possíveis escolhas: Jamal Adams, safety.

15. Pittsburgh Steelers – Mike McGlinchey, offensive lineman, Notre Dame

Mais uma escolha de primeira rodada para a linha ofensiva de Pittsburgh. E ela faz todo sentido. Enquanto o lado direito está bem formado, obrigado, o lado esquerdo preocupa para a sequência do planejamento. Enquanto Ramon Foster vai estar do lado errado dos 30 anos (e será substituível), Alejandro Villanueva é eficiente, nada mais – e que pode ser substituível também.

McGlinchey, após uma temporada meio decepcionante, falou que iria voltar para a escola por mais um ano. E por que ele está aqui? Bem, a partir do momento que ele ver que pode ser uma escolha de top 20 (por causa do nível fraco da classe), ele pode muito bem mudar de ideia. Seria uma adição importante para o lado esquerdo desta linha.

Outras possíveis escolhas: Jamal Adams, safety.

16. Arizona Cardinals – Mason Rudolph, quarterback, Oklahoma State

Mais um ano que eu prevejo que Arizona escolherá um quarterback e mais um ano que isso não deve ocorrer. A verdade é que a idade está pesando para Carson Palmer e seria a hora ideal de se preparar para o futuro. E nada melhor para se preparar do que escolher um quarterback com braço, talento e inteligência que precisa evoluir porque o seu ataque era muito simplificado – como Mason Rudolph. Um outro cara que poderia ser escolhido seria o próprio DeShone Kizer, mas já explicamos que (a previsão nossa) ele não iria para o Draft.

Outras possíveis escolhas: Mike McGlinchey, offensive lineman.

17. Tennessee Titans – John Ross, wide receiver, Washington

Velocitá, velocitááá. Com Kendall Wright sendo free agent (e não fazendo muita falta), seria ideal para Tennessee procurar alguém realmente veloz para abrir este ataque de vez – e John Ross seria perfeito. Este é o exemplo de jogador que pode ser perseguido independente da posição. O casamento Ross e Titans seria ideal e eu vejo este time o procurando independente da posição no Draft.

Outras possíveis escolhas: Quincy Wilson, cornerback.

18. Miami Dolphins – Adoree’ Jackson, RB/WR/CB/S, USC

Adoree’ Jackson é um dos jogadores mais dinâmicos de todo college (o único que abreviamos a posição pela sua versatilidade), só que não se engane: ele não é feito só de highlights. Jackson tem capacidade para ser um cornerback ou safety de alto nível na NFL, principalmente por causa de sua leitura de jogo. Óbvio que os Dolphins possuem necessidades mais urgentes em outras posições, mas este é o típico caso do jogador bom demais para ser deixado para trás – apesar da franquia adorar cometer uns reachs, como foi no caso de Ja’Wuan James.

Outras possíveis escolhas: Derek Barnett, defensive end.

19. Cleveland Browns (troca via Philadelphia Eagles) – Christian McCaffrey, running back, Stanford

Até aqui a troca que mandou Carson Wentz para Philadelphia não está dando muito certo para Cleveland. A esperança da franquia era obter uma escolha alta na primeira rodada e poder trabalhar com algum quarterback (só que os três melhores já saíram) ou, até mesmo, buscar algum talento para este time tão carente. Mesmo com os Eagles tendo uma campanha melhor do que o esperado, a franquia deu sorte com Christian McCaffrey caindo até aqui no colo deles.

Entendo as críticas a McCaffrey no nível profissional. Talvez não seja forte o suficiente, lhe falta velocidade ou algo assim. Mesmo assim não dá para negar o seu talento. Ele nunca terá o estilo de jogo de Darren Sproles, por exemplo, mas poderá ser tão produtivo quanto. Playmaker nato, é o típico jogador que pode fazer todas as funções em campo e ser extremamente produtivo – justamente o que esta franquia precisa.

Outras possíveis escolhas: Qualquer um que seja o mais talentoso disponível. Este elenco tem buracos demais para ficar escolhendo posição.

20. Philadelphia Eagles (troca via Minnesota Vikings) – Quincy Wilson, cornerback, Florida

A temporada está cada vez melhor para os Eagles. Seria perfeito um cenário em que a franquia terminasse a frente de Minnesota, visto que valorizaria ainda mais o trabalho de troca feito na intertemporada para pegar Wentz. Aliás, o quarterback adoraria ter um novo running back ou um wide receiver para trabalhar – o que faria todo sentido nesta escolha. Só que uma das necessidades mais claras da franquia está na posição de cornerback – e Quincy Wilson é um ótimo valor nesta altura.

Muita gente acha que Teez Tabor é o melhor corner de Florida, totalmente respeitável, só que Wilson parece ser mais completo: ele joga bem tanto pressionando na linha quanto mais para trás. Apesar de Jim Schwartz não se importar com a altura do cornerback (Tabor é mais baixo), a altura de Wilson é um outro atrativo para os scouts.

Muita gente aponta a possibilidade de Desmond King aparecer na primeira rodada, o que pode acontecer. Extremamente prolífico na cobertura por zona, King não é tão agressivo quanto Wilson e Tabor, logo não o vejo sendo um alvo para os Eagles. Com relação as outras equipes, ele está listado como 5’10” (177 cm), logo ele pode ser realmente baixo – o que deve fazê-lo escorregar no Draft.

Outras possíveis escolhas: Dede Westbrook, wide receiver; Teez Tabor, cornerback; Desmond King, cornerback.


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21. Washington Redskins – Jamal Adams, safety, LSU

Avaliar safeties (e em uma extensão cornerbacks) é uma tarefa complicada. Não há disponível para o público câmeras estilo Coaches Film, o que prejudica a avaliação. Além disso, os programas costumam colocar alturas diferentes da realidade para os atletas – o que deixa ainda mais complicada a nossa vida. Por causa disso, as avaliações para safeties variam tanto antes da preparação para o Draft – e é por isso que Adams e Malik Hooker saíram do top 20.

Muita gente vai achar os dois talentos melhores que Eddie Jackson (ainda mais dependendo de sua condição física) e os três são bem distintos. Para Washington, uma franquia que precisa de ajuda na posição de qualquer maneira, o melhor seria possuir o mais versátil – que é o caso de Adams. Nunca sendo confundido com um big hitter, Adams é o tipo de safety “quebra galho”: joga no box, na cobertura, no mano-a-mano e no combate ao jogo terrestre – lembra muito Malcolm Jenkins.

Outra possível escolha: Malik Hooker, safety.

22. New York Giants – Derek Barnett, defensive end, Tennessee

Quem, em sã consciência, colocaria um defensive end para uma franquia que deu um contrato milionário para Olivier Vernon e deve tentar manter Jason Pierre-Paul? Oras, pass rushers nunca são demais – que o diga o Denver Broncos. Além disso, não dá para manter a linha fresca com o seu melhor defensive end em campo em mais de 90% dos snaps – é preciso rotação em New York.

Barnett é um típico jogador de 4-3. Meio baixo para ser outside linebacker, ele é mais conhecido pela sua força e técnica do que pela explosão. Tem produção no college contra grandes linhas ofensivas desde os tempos de calouro e talento de sobra para a primeira rodada. Seria uma bela escolha por parte dos Giants.

Outras possíveis escolhas: Jake Butt, tight end.

23. Denver Broncos – Malik Hooker, safety, Ohio State

Eu imagino que esta seja uma escolha que os fãs dos Broncos não concordariam muito. “Não sabe que a gente tem tanto jogador naquela secundária que dá para sair doando? Por que mais um safety?” Sim, esta defesa está recheada de talentos, o problema é que aliar bom valor com posição de necessidade aqui, neste ponto, não deu certo para os Broncos – talvez a escolha de um running back fosse possível, porém é difícil imaginar isso com a quantidade de jogadores disponíveis mais tarde.

Malik Hooker é um redshirt sophomore que desde o primeiro dia como titular vem chamando atenção dos scouts. Tido como muitos como um talento de top 15, eu fui um pouco mais conservador pela falta de material dele jogando mais no fundo do campo – que é a sua posição favorita. Ele seria um complemento ideal para T.J. Ward, deixando Justin Simmons e Darian Stewart brigando para ver quem seria o seu reserva. Outra opção, novamente, seria Jake Butt de Michigan. O problema é que tight ends na primeira rodada estão cada vez mais raros e me surpreenderia se ele saísse tão cedo assim – mesmo sendo talentoso.

Outras possíveis escolhas: Jake Butt, tight end.

24. Oakland Raiders – Dede Westbrook, wide receiver, Oklahoma

Com dois wide receivers de posse, os Raiders estariam muito bem servidos se pudessem achar um pouco de velocidade neste Draft – e esta é a marca de Dede Westbrook. Extremamente rápido, ele seria ideal para abrir mais espaços ainda para este ataque e o elevar para um nível totalmente diferente – seria elite realmente. Claro que a defesa precisa de ajuda, principalmente na posição de linebacker cornerback, só que este tipo de ajuda poderá ser achada mais tarde – ou via Free Agency. Já velocidade pelos flancos do campo? Muito complicado obter nas rodadas subsequentes.

Outras possíveis escolhas: Sidney Jones, cornerback; Teez Tabor, cornerback.

25. Baltimore Ravens – Sidney Jones, cornerback, Washington

Confiança, playmaker, inteligência em campo e leitura de jogo. Sidney Jones é um daqueles cornerbacks extremamente espertos, pouco agressivos na linha de scrimmage, que conseguem produzir muito em campo. E por que ele está no fim da primeira rodada (além da falta de agressividade)? Seu tamanho. Hoje ele é listado com 6’0” (183 cm), mas ele parece ser bem mais baixo que isso. Nesta altura, seu talento não pode ser ignorado e é um bom valor.

Outras possíveis escolhas: JuJu Smith-Schuster, wide receiver; Corey Davis, wide receiver.

26. Detroit Lions – Teez Tabor, cornerback, Florida

Tabor é um dos jogadores que mais pode crescer durante o processo do Draft, tornando-se o segundo ou terceiro cornerback a ser escolhido. No momento, ele está muito bem representado no final da primeira rodada. Já falamos extensivamente (e o comparamos) durante a escolha de Quincy Wilson, logo não há muito o que acrescentar. Os Lions precisam de um parceiro para Darius Slay e Tabor teria a confiança que esta unidade precisa.

Outras possíveis escolhas: Deatrich Wise, defensive end; Charles Harris, defensive end.

27. Atlanta Falcons – Charles Harris, defensive end, Missouri

Grande explosão, técnica apurada (com variações no pass rush) e muita força de vontade em campo. Harris pode não ser o mais atlético da classe, mas é, de longe, o mais esforçado – um espírito típico dos defensive ends que saíram recentemente de Missouri (para quem não lembra: Shane Ray, Markus Golden, Kony Ealy, Michael Sam, Sheldon Richardson e Aldon Smith).

Um dos motivos de Harris ainda não ser tão visado é a sua produção no college: são apenas 17 sacks em três anos. Mesmo assim, o videotape dele é muito bom, principalmente para aqueles que gostam de ver um cara que se esforça do início ao fim das jogadas. Em um 4-3 que sofre com a falta de pressão, Harris seria ideal para complementar Vic Beasley e trazer mais versatilidade a rotação da linha. É um candidato para não se declarar ao Draft no fim do ano, visto que ainda tem potencial para crescer mais.

Outras possíveis escolhas: Deatrich Wise, defensive lineman.

28. Houston Texans – Ethan Pocic, center, LSU

Enquanto os tight ends estão sendo um pouco desvalorizados no Draft, os centers vem ganhando atenção das equipes. Desde a escolha de Travis Frederick, a valorização da posição foi crescente e eu não duvido que Ethan Pocic (o melhor da classe) apareça no final da primeira rodada.

Os Texans investiram muito dinheiro (e recursos) em Brock Osweiler e eles vão querer tentar de tudo para ele voltar a sua forma. Como Alex Mack é um dos responsáveis pelo pulo de produção de Matt Ryan, pode ser que a franquia adote a mesma tática se tiver uma escolha no final da primeira rodada (e não no meio, que é bem possível). Pocic está longe do estilo atlético: é o tipo de center grande, que aguenta nose tackles grandes e muito efetivo na proteção do passe. Além disso, ele parece muito bom nas chamadas de proteção da linha, logo seria uma forma de tentar salvar os milhões aplicados em Osweiler. Difícil imaginar aqui uma escolha que não seja para ajudar o quarterback.

Outras possíveis escolhas: Jake Butt, tight end.


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29. Seattle Seahawks – Deatrich Wise, defensive end, Arkansas

Uma escolha que se encaixa perfeitamente. Deatrich Wise é alto e seu encaixe não é tão simples em equipes que jogam no 4-3. Agora quando o assunto é jogar na posição de LEO, Wise pode ser um jogador que cumpra a função muito bem.

Apesar do tamanho, Wise obteve oito sacks como Junior. A medida que Arkansas viu a sua unidade defensiva perder talento (e os olhos se voltarem para Wise), sua produção decaiu muito – apenas 3,5 sacks neste ano. Mesmo assim, ele é o tipo de jogador muito bom contra a corrida e que pode atacar o quarterback adversário – versatilidade importante para a posição de LEO. Com Michael Bennett perto de completar 32 anos, talvez seja a hora de começar a pensar no futuro.

Outras possíveis escolhas: James Conner, running back.

30. Kansas City Chiefs – JuJu Smith-Schuster, wide receiver, USC

Os últimos running backs e wide receivers que saíram de USC para a NFL nas duas primeiras rodadas (posição que Smith-Schuster deve sair): Nelson Agholor, Marqise Lee, Robert Woods, Fred Davis, Dwayne Jarrett, Steve Smith (o dos Giants), Reggie Bush, LenDale White, Mike Williams, Keary Colbert e R. Jay Soward. Yikes.

Mesmo com tantos busts, ainda existem franquias que escolhem jogadores de USC nas primeiras rodadas – não é Chip Kelly e Gus Bradley? O histórico não deveria influenciar e Smith-Schuster é um ótimo jogador que é do tipo que segura tudo lançado ao seu alvo. Eu sei que os Chiefs possuem outras necessidades, porém valia a pena colocá-lo na primeira rodada para demonstrar o histórico de USC. Além disso, a franquia tem dois alvos em Maclin e Hill, logo seria bom adicionar mais um jogador para Alex Smith trabalhar. Também faria muito sentido (talvez muito mais) um running back.

Obs. Já que o assunto é running back, é preciso deixar registrado algumas palavras sobre Nick Chubb. Para quem não o conhece, quando Todd Gurley se machucou em Georgia, Chubb assumiu o papel e jogou excepcionalmente bem. Em 2015 ele seria o titular absoluto e começou destruindo tudo, com uma média absurda de 8,2 jardas por carregada. O problema foi que ele se lesionou contra Tennessee e perdeu o restante da temporada.

Quando voltou neste ano, Chubb claramente estava em um outro nível. Em 2016 ele possui 792 jardas terrestres para uma média de 4,7 jardas apenas. Na NFL esta média seria muito boa; no college você espera que um grande running back tenha esta média acima das seis jardas por carregada. Como sua condição física ainda é bem questionável (e tudo vai depender da avaliação dos médicos), é quase impossível prever o que vai acontecer com o running back. Por causa disso, valeu apenas mencioná-lo – e ele não será citado como uma possível escolha para ninguém.

Outras possíveis escolhas: James Conner, running back; Royce Freeman, running back; Jeremy McNichols, running back.

31. New England Patriots – Corey Davis, wide receiver, Western Michigan

Os Patriots são aquela equipe que sempre fazem uma escolha que ninguém espera, acham uma peça fundamental e depois riem do restante da liga. Quem está no topo precisa ser criativo para se manter lá e Bill Belichick é mestre nisso.

Mesmo assim colocamos o óbvio aqui: um wide receiver para uma franquia que odeia draftar wide receivers. O valor de Corey Davis, nesta altura, é excepcional e ele seria ideal neste esquema de Belichick. Produtivo, estrela de uma equipe de menor expressão e que comete poucos drops, é o típico receiver de MAC que pode estourar na NFL – lembre-se que Antonio Brown, Julian Edelman, Randy Moss, Greg Jennings, Brandon Marshall, Andrew Hawkins e Lance Moore jogaram na conferência.

Outras possíveis escolhas: alguém que ninguém espera que os Patriots escolham.

32. Dallas Cowboys – Reuben Foster, linebacker, Alabama

Que o ataque de Dallas mascara suas deficiências defensivas não há como negar. Só que os Playoffs exigem que as defesas apareçam e, a não ser por mais algumas mágicas de Rod Marinelli, isto vai prejudicar a franquia em janeiro – por isso a necessidade de reforçar o front seven.

Com Sean Lee indo jogar de WILL e Anthony Hitchens parecendo um SAM jogando de MIKE, adicionar alguém naquele miolo pode elevar a equipe para o nível das melhores da NFL por um bom tempo. E Reuben Foster seria ideal. Linebacker de Alabama (quase não há destes na NFL), ele seria o líder que esta defesa precisa para passar a um outro nível. Reforçar a rotação da linha defensiva também poderia ser um ótimo caminho, com a escolha de nomes como o próprio Charles Harris ou (para pegar alguém ainda não citado) Carl Lawson.

Outras possíveis escolhas: Charles Harris, defensive end; Carl Lawson, defensive end.

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