Já não é mais uma questão de “se”, mas “quando”. “Daniel Jones” e “futuro da equipe” já não habitam a mesma frase e o quarterback só começará o ano como titular pelo fato da franquia não ter confiado em nenhum dos prospectos apresentados no Draft deste ano. Como Brian Daboll não tem opção melhor, ele começará em campo, só que isso nem de perto é uma última chance.
Aliás, é bem provável que Jones nem acabe a temporada como titular. Nos anos anteriores, ele não conseguiu o feito devido à sucessivas lesões; agora, será pelo fim de sua trajetória com o New York Giants – e pela presença de um famoso quebra-galho. Com um novo comando técnico, a chegada de nomes muito promissores e uma defesa muito interessante, a equipe não tem tempo a perder com um passado negativo.
E, sim, é delírio imaginar que Daboll vai transformar Jones no novo Josh Allen. A bem da verdade, sua principal função será entender quando a entrada do reserva pode se provar mais benéfica do que a presença do titular.
O tapa-buracos
É a hora de dar nome aos bois. Se você, meu amigo leitor, não se atentou ao elenco dos Giants, aviso-lhe agora que a franquia tem como quarterback reserva um dos melhores tapa-buracos da posição na liga nos últimos anos: Tyrod Taylor. Parece uma supervalorização de um nome que ficará boa parte da temporada no banco, mas não é.
A temporada de New York tem foco na reconstrução da equipe e na identificação, pela parte de Daboll, do que deve ser mantido e mudado para o futuro próximo. No entanto, e se a franquia conseguir dar um caldo? Não estou nem falando em brigar por uma vaga nos playoffs, mas em competir de igual para igual com a maior parte dos oponentes. Se a defesa engrenar como já deu mostras nos últimos anos e o treinador ajustar algumas nuances do ataque, o que separa o time da competitividade é um bom quarterback. Se Jones não conseguir ser capaz de fazer seu time competir, há um substituto ideal no banco.
No início do último ano, quando teve um papel parecido no Houston Texans, só que iniciando a temporada como titular, Taylor deu sinais extremamente positivos antes de se lesionar. Como Daniel, ele tem o agravante de um extenso histórico de lesões, com a diferença de que, dessa vez, ele não precisará durar muito tempo, mas, sim, estar pronto quando o titular espalhar a farofa de vez. Uma sólida opção que só está à espreita do momento que o atual titular der a brecha para a substituição.
O provável momento
Chegando à conclusão que Jones não conseguirá não deixar a peteca cair e que é só questão de tempo até Taylor roubar a vaga para trazer o mínimo de estabilidade ao ataque, o que resta saber é quando isso vai acontecer. Como nada que é bom vem de graça, Daniel tem sua última grande chance logo no início da temporada. Depois de estrear em Nashville contra o Tennessee Titans, os Giants possuem três confrontos em sequência em seus domínios: Carolina Panthers, Dallas Cowboys e Chicago Bears. São embates em que há chances de vitória, ainda mais quando consideramos o fator casa na equação.
Se Jones não esboçar uma reação nessa sequência, será a hora da substituição. Afinal, se com uma chance dessa, em um time renovado, a mudança não ocorrer, ela, definitivamente, não aparecerá nunca mais – ainda mais quando olhamos os dois jogos seguintes, contra Green Bay Packers e Baltimore Ravens.
Mesmo em um nível abaixo dos três oponentes, um time bem encaixado de New York pode competir de igual para igual com os oponentes mencionados. Esperar que Jones seja a chave disso tudo, porém, é sonhar demais. Ou ele demonstra o mínimo de condução ofensiva, ou seu tempo como reserva na liga começará antes do que o esperado.






