Observação: O texto acima foi escrito como parte da 3ª fase do XI Processo Seletivo para novos Redatores do ProFootball. NÃO REPRESENTA A OPINIÃO EDITORIAL DO SITE. Aproveitando, nos ajude dizendo o que achou. Seu autor é João Souza.
A carreira de um dos mais promissores wide receivers da NFL sofreu um grande baque no meio do mês, segunda-feira (14), quando a liga suspendeu, por pelo menos um ano Martavis Bryant após nova violação de sua política de abuso de substâncias. Foi a segunda suspensão da carreira do jovem recebedor, que já havia sido suspenso por quatro jogos no início da temporada passada. Mas como a suspensão de Martavis Bryant afeta as pretensões dos Steelers na temporada 2016 e quais são seus efeitos na carreira do jogador?
Em 2014, Bryant pegou a NFL de surpresa. Escolhido na quarta rodada do draft daquele ano, poucos esperavam que o wide receiver de Clemson produzisse algo em seu primeiro ano. Afinal de contas, ele possuía pouca experiência de jogo, tendo que competir com DeAndre Hopkins e Sammy Watkins por um espaço no time universitário. No entanto, a partir da sétima semana da temporada, Martavis Bryant mostrou a que viera, com sua espantosa combinação de tamanho e velocidade e um faro incrível para touchdowns. Terminou a temporada com 31 recepções, 610 jardas e nove touchdowns, alcançando a end zone em 30% de suas recepções.
Bryant manteve sua história de sucesso em 2015 e, apesar de cumprir quatro jogos de suspensão, alcançou a marca de 64 recepções, 948 jardas e sete touchdowns. Foi o destaque do time na última partida da temporada – a derrota nos playoffs para o Denver Broncos – quando se mostrou capaz de suprir o vazio deixado no ataque pela ausência de Antonio Brown.
Agora, no entanto, é a vez de outros suprirem o vazio deixado por ele. O ataque do Pittsburgh Steelers inspirou comparações com os melhores da história nos últimos dois anos, quando atingiu a média de 28,6 pontos por jogo com Martavis em campo. Sem ele, entretanto, essa média cai pra 22,2. É como se o “Alien”, como foi apelidado, valesse um touchdown extra para os Steelers toda vez que entra em campo para uma partida. E isso é difícil de se substituir.
Quem pode substituir?
Antonio Brown é citado sempre que se discute qual é o melhor wide receiver da NFL, mas fora ele, Pittsburgh não conta com grandes jogadores na posição. Markus Wheaton tem sido o substituto nas partidas que Bryant não esteve em campo, mas não conseguiu impressionar. Mais similar a Bryant, ao menos em tamanho e velocidade, Darrius Heyward–Bey teve um dos melhores anos de sua carreira em 2015. Heyward-Bey foi premiado com uma renovação de contrato por mais três anos, mas a inconsistência de suas rotas limita muito seu papel em campo, o que o deixa restrito às jogadas onde sua superioridade física pode ser explorada. A outra opção é o segundanista Sammie Coates, que muitos especulam, teria sido selecionado no draft de 2015 como uma espécie de “seguro” contra uma eventual suspensão de Bryant. Muito pouco usado em 2015, Coates provavelmente terá uma chance de mostrar seu valor em 2016.
A opção mais intrigante para substituir Bryant é o recém contratado tight end Ladarius Green. Escolhido no draft de 2012 pelo San Diego Chargers, Green nunca conseguiu se firmar como titular, devido à gigantesca presença de Antonio Gates – um dos alvos preferidos de Philip Rivers desde sempre. No entanto, demonstrou seu talento como recebedor nas oportunidades que teve, marcando sete touchdowns em apenas 77 recepções. Medindo 1,98 e com um tempo de 4’53’’ nas 40 jardas do Combine, Ladarius Green é também um exemplo de dominância atlética nos campos da NFL, e sua experiência sendo alinhado muitas vezes como wide receiver em San Diego pode fornecer a Todd Haley uma arma para explorar os pontos fracos da defesa nos mesmos moldes de Martavis Bryant.Nenhum desses jogadores será, individualmente, um substituto à altura, mas a combinação de seus talentos minimizará a ausência de Bryant. E, claro, Big Ben Roethlisberger e Le’Veon Bell (se saudáveis) estão entre os melhores de suas posições.
No fim das contas, ainda que desfalcado de uma peça importante, o ataque dos Steelers continuará sendo um dos mais temidos da liga. Mas e quanto a Martavis?
No dia 13 de janeiro de 2017 ele poderá solicitar à NFL que seja reintegrado à liga. Mas até lá ele tem um longo caminho a percorrer. Bryant se internou em uma clínica de reabilitação, mas seu agente deixou claro que o abuso de drogas é apenas um sintoma de algo maior. O jogador enfrenta uma batalha contra a depressão e, mais importante agora que os rumos de sua carreira é o reestabelecimento pleno de sua saúde. Kevin Colbert, general manager do time de Pittsburgh, declarou que a equipe está muito desapontada com o atleta e que o mesmo se encontra em uma encruzilhada em sua carreira. Que os Steelers consigam deixar seu desapontamento com o jogador em segundo plano e se preocupem com o que realmente importa: um jovem que se encontra em uma encruzilhada de sua vida.






