Quem foi o melhor jogador ofensivo “não-quarterback” em 2016?

Para quem acompanha a cobertura do ProFootball, a coluna com as “Premiações da Semana” se tornou uma forma de homenagear os melhores e piores de cada rodada. Desde a Semana 9, elegemos em diversas categorias os atletas merecedores de tais honras (ou desonras).

Com o final da temporada regular, nada mais justo que extrapolarmos a coluna semanal e darmos os prêmios pelo conjunto da obra em 2016. Ao contrário das menções honrosas normalmente atribuídas aos jogadores que quase venceram o prêmio, vamos citar os cinco melhores, uma maneira de apontarmos diversos merecedores.

No primeiro texto dessa série, vamos falar sobre os melhores jogadores ofensivos que não são quarterbacks, começando com o quinto colocado e chegando até o primeiro. Então vale tudo: running backwide receivertight end e até guard. Sem mais delongas, aos prêmios!

Quinto lugar – Julio Jones, wide receiver do Atlanta Falcons

Único wide receiver da lista (alerta de spoilers), Julio Jones teve uma brilhante temporada, mesmo com problemas físicos a rodeando. Foram 1.409 jardas conquistadas, 415 delas após a recepção, sempre se mostrando uma engrenagem fundamental da máquina ofensiva que foi o Atlanta Falcons durante todo o ano de 2016. A partida de 300 jardas contra o Carolina Panthers foi marcante, e uma bela amostra do que o camisa 11 consegue fazer com Matt Ryan jogando em alto nível. As pessoas parecem estar subestimando o Atlanta Falcons – algo que eu não faria se fosse técnico na NFC.  

Quarto lugar – Ezekiel Elliott, running back do Dallas Cowboys

Altas honras para o calouro vindo de Ohio State. O rolo compressor do Dallas Cowboys deve sua eficiência toda ao perfeito encaixe do camisa 21 no esquema ofensivo de Jason Garrett. Sem todo potencial terrestre da equipe, improvável que Dak Prescott tivesse o ano que está tendo. Além disso, Elliott teve 1.631 jardas terrestres, 108.7 jardas por partida – ambas melhores marcas da NFL. Sem mencionar a média de 5.1 jardas por carregada, segunda marca da liga, e os 15 touchdowns terrestres e um aéreo.

Posto isso, o sucesso do jogador é indissociável da qualidade da linha ofensiva. Antes que me crucifiquem, eu tenho certeza que outro jogador ali não teria a mesma qualidade ou eficiência, até porque 1.000 das jardas conquistadas vieram após o contato (57.7%), mas o que o grupo de bloqueadores faz por Ezekiel Elliott já ajuda e muito o trabalho do corredor. Menção honrosa para Travis Frederick, Tyron Smith e Zack Martin.

Naturalmente, não há outra escolha para calouro ofensivo do ano (pelo menos não para mim), e ele estará melhor ranqueado quando falarmos dos calouros nos prêmios futuros.

Terceiro lugar – Jay Ajayi, running back do Miami Dolphins 

O motivo pelo qual Jay Ajayi está tão alto é porque ninguém jogou com tanta intensidade como o segundanista do Miami Dolphins. Desde que Adam Gase desistiu de fazer um rodízio de quatro running backs, o britânico running back foi o responsável principal pela sequência de seis vitórias consecutivas dos Dolphins que os credenciaram à pós-temporada. Ajayi teve três partidas de mais de 200 jardas – o lendário running back Emmitt Smith, hall of famer, teve um jogo de mais de 200 jardas na carreira, em 1993.

Podem achar polêmico o jogador estar acima de Elliott, embora eu piamente acredite que o Miami Dolphins não chegaria ao wild card sem o camisa 23. Sem Elliott, todavia, o Dallas Cowboys poderia não terminar 13-3, mas possivelmente se classificaria. Dos quatro jogos com pelo menos 200 jardas em 2016, três foram do running back do Miami Dolphins. Sem mencionar os oito touchdowns e quarta melhor marca de jardas por partida em 2016 (84.4).


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Segundo lugar – Le’Veon Bell, running back do Pittsburgh Steelers

Particularmente, acredito que Le’Veon Bell seja o gabarito de running back na NFL. Ninguém tem a paciência para fazer os cortes certos, encontrar os espaços no jogo terrestre. Estas mesmas habilidades se traduzem no jogo aéreo, com o camisa 26 sendo posicionado muitas vezes como wide receiver. Com a segunda melhor marca de jardas terrestres por jogo (105.7), Bell é também nosso segundo colocado.

Em 2016, mesmo com quatro jogos a menos (três de suspensão, um poupado), Bell terminou com a quinta melhor marca da liga (1.268), a terceira melhor marca de jardas por tentativa (4.9) entre jogadores com pelo menos 250 tentativas (são 11), além de terminar o ano em 28º em recepções (75) e 638 jardas aéreas – isso considerando todas as posições. Allen Robinson, Steve Smith Sr., A.J. Green, Jimmy Graham, Jordan Reed, Jordan Matthews e Kelvin Benjamin receberam menos passes que Le’Veon Bell em 2016.

A importância do jogador no ataque do Pittsburgh Steelers é vital. A sua mera presença no backfield eleva o ataque da equipe a um outro patamar, e no seu talento reside uma das principais esperanças dos hexacampeões do Super Bowl nesta pós-temporada.

Primeiro lugar – David Johnson, running back do Arizona Cardinals

 Se o Arizona Cardinals tivesse apresentado o desempenho que se esperava deles na pré-temporada, David Johnson estaria lá em cima na conversa de MVP. Sem a proteção de linha ofensiva confiável ou um quarterback em grande fase, o camisa 31 do time de Phoenix teve números assustadores. Com exceção da Semana 17 – partida da qual saiu cedo machucado -, David Johnson teve no mínimo 100 jardas a partir da linha de scrimmage em todas as partidas, entre aéreas e terrestres. No fim do ano, foram 1.239 jardas terrestres, sétima melhor marca da NFL e 879 aéreas, 28ª melhor marca da NFL (considerando todas as posições). Para ilustrar, são mais jardas recebidas que Alshon Jeffery, Dez Bryant e Brandon Marshall.

A dupla ameaça que ele coloca para os adversários resultou em 16 touchdowns terrestres (segunda melhor marca da NFL, atrás apenas de LeGarrette Blount) e 4 aéreos, tendo recebido mais passes para entrar na end zone que Julian Edelman, Rob Gronkowski (eu sei, muitas lesões), Greg Olsen, Jordan Matthews, Jeremy Maclin, Sammy Watkins e Michael Floyd. Sei que alguns nomes aí sofreram com lesões, mas não deixa de ser impressionante.

O camisa 31 é o primeiro jogador com pelo menos 2.000 jardas totais e no mínimo 20 touchdowns desde LaDainian Tomlinson em 2006, há mais de dez anos. David Johnson tem a visão que poucos jogadores na sua posição possuem. Ele encontra os espaços com calma, quebra tackles e joga com uma inteligência colossal. Não à toa, é o melhor jogador ofensivo – que não quarterback – de 2016. Mal posso esperar pelo seu terceiro ano na NFL.

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