Lesões são corriqueiras na NFL: se ilude quem vê um elenco antes do training camp e imagina que todas aquelas peças estarão em campo durante o ano. Todavia, o que aconteceu com o Baltimore Ravens em 2021 foi algo digno de nota. Toda hora pipocava a notícia de um atleta machucado, geralmente uma peça importante no elenco. A secundária em especial foi dilacerada, chegando ao fim do ano completamente mudada.
Marcus Peters e Iman Marshall se machucaram antes mesmo dos jogos começarem. DeShon Elliott e Marlon Humphrey foram para enfermaria na metade de 2021, fora outras lesões menores que fizeram outros atletas perderem tempo. Para 2022, além dos retornos, a unidade foi reforçada: Kyle Fuller e Marcus Williams foram contratados e Kyle Hamilton selecionado na primeira rodada do Draft. Com a perspectiva que todos fiquem saudáveis, fica a pergunta: dá para secundária de Baltimore ser a melhor da liga nessa temporada?
As adições foram perfeitas
Por mais que Baltimore tenha mudado de coordenador defensivo, sua premissa não deve ser tão diferente: Mike MacDonald é pupilo do antigo comandante, Don Martindale, e a equipe deve seguir usando muita cobertura individual – foi a quarto time que mais usou em 2021[foot]Football Outsiders[/foot] – e mandando blitzes (6° em utilização na temporada passada). Para um sistema que se expõe tanto, deixando buracos no fundo do campo, ter safeties versáteis e com capacidade de cobrir longos espaços é fundamental.
Marcus Williams vem do New Orleans Saints e o que chama atenção é justamente sua capacidade de patrulhar o fundo do campo sozinho. Jogando por uma equipe que também usou muita marcação individual, ele era responsável por cobrir muito gramado e sua performance é ótima: ele está entre os 5 jogadores de sua posição que mais conseguiram passes desviados e interceptações desde 2017, ano que foi draftado.
Como se fosse pouco, os Ravens selecionaram Kyle Hamilton no Draft. Versátil, alto e rápido, ele pode alternar a função com Williams no fundo, bem como cobrir um tight end individualmente ou fazer a função de robber – o jogador que patrulha o meio do campo em até 10 jardas. Essa imprevisibilidade é um complicador para qualquer quarterback e deve ser explorada por Macdonald de forma intensa.
