Tom Brady, que completou seu 42º ano de vida no último sábado, ganhou dois presentes de aniversário muito especiais e merecidos: uma renovação de contrato e um generoso aumento de salário. No domingo, o New England Patriots estendeu o vínculo do quarterback por mais duas temporadas, deixando em aberto a possibilidade de Brady permanecer até 2021 com a franquia que o draftou 19 anos atrás. Além disso, a reestruturação do acordo significará um acréscimo de 8 milhões no salário do jogador em 2019, fazendo sua remuneração total passar de 15 para 23 milhões – o sexto signal caller mais bem pago da NFL.
A extensão contratual obviamente é uma ótima notícia para todas as partes envolvidas, contudo, seus efeitos tendem a ser mais sentidos em curtíssimo prazo. Em outras palavras, foi uma manobra visando dar mais dinheiro para Brady hoje e, ao mesmo tempo, abrir imediatamente mais espaço para a equipe na folha salarial – parece contraditório, mas isso é totalmente possível. Não é uma garantia que o quarterback de fato jogará até 2021, sobretudo porque Brady e New England costumam negociar seu vínculo de maneira anual.
Objetivo, em princípio, não é necessariamente segurar Brady até 2021
Até o momento que este texto foi escrito, não existe uma confirmação oficial dos termos do novo contrato, porém ele já foi devidamente vazado e destrinchado por diversos insiders. De acordo com informações obtidas por Adam Schefter e Field Yates, analistas da ESPN norte-americana, os dois anos acrescidos são facilmente anuláveis – para o caso do signal caller decidir se aposentar ou ser cortado. Ian Rapoport confirmou as informações nesta segunda-feira e ainda acrescentou que os dois anos acrescidos se tornarão automaticamente nulos no último dia da temporada 2019. Além disso, revelou uma cláusula impedindo a franquia de aplicar a franchise tag em Brady. Ou seja, na prática isso significa que ele e o time sentarão para conversar de novo em 2020 e provavelmente em 2021.
Outro indício de que o novo acordo era uma mera manobra burocrática e financeira são as hipotéticas remunerações para as duas próximas temporadas: supostamente, 30 milhões em 2020 e 32 milhões em 2021. São valores incompatíveis com o que Brady historicamente exige em seus contratos, pois, como todo mundo sabe, ele costuma aceitar menos dinheiro para que a franquia possa investir em outras posições e ter sempre um elenco competitivo. Não faria tanto sentido mudar de postura agora, aos 42 anos de idade e próximo do fim da carreira.
Resumindo, os principais motivos para a extensão parecem ter sido outros dois. Em primeiro lugar, ganhar 5,5 milhões de dólares no salary cap em 2019. New England era uma das equipes com a folha salarial mais apertada, mas agora terá uma margem de manobra um pouco maior com cerca de 9 milhões livres. Em segundo, e provavelmente mais importante, remunerar de maneira um pouco mais justa seu franchise quarterback. Por mais que Brady aceite ganhar menos do que vários dos seus companheiros de posição, 15 milhões era quase uma piada em comparação com o que outros signal callers estão ganhando hoje em dia na NFL. A franquia sentiu que podia fazer um agrado ao maior campeão do Super Bowl de todos os tempos e assim o fez.
Postura de Brady e dos Patriots vem sendo exemplar até aqui
Ter um quarterback titular de 42 anos não é exatamente uma situação simples de administrar, mesmo que ele seja um ciborgue como Tom Brady. A grande dificuldade é não ter como planejar o futuro. Por mais que não haja sinais tão claros de declínio por conta da idade, sempre existe o risco de uma queda repentina de rendimento e produção, igual ao que ocorreu com Peyton Manning, portanto, não é prudente oferecer a Brady um contrato longo com muitos milhões de dólares garantidos.
Brady e New England sabem da complexidade da situação e agem de maneira correta, avaliando-a e negociando ano após ano. A extensão de duas temporadas não foge dessa lógica, embora, no papel, pareça ser um vínculo um pouco maior. É bastante claro que o veterano só jogará até quando sentir que pode competir em alto nível e ser campeão. Se esse não for mais o caso em 2020, por exemplo, ele pendurará as chuteiras sem maiores prejuízos para si ou para a franquia.
Certamente veremos as partes sentando para discutir no ano que vem. Talvez isso signifique uma nova reestruturação no vínculo, talvez elas decidam seguir com os 30 milhões de salário originalmente projetados para 2020 ou talvez Brady até mesmo decida se aposentar. Seja como for, o diálogo está sempre presente e o objetivo é encontrar a melhor solução para todo mundo.
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