RETORNO DE TANNEHILL AOS TITANS FAZ SENTIDO PARA OS DOIS LADOS

Novo acordo permite que quarterback e franquia tenham estabilidade nos próximos anos

A assinatura de uma extensão contratual dentre o Tennessee Titans e o quarterback Ryan Tannehill – 4 anos, 118 milhões de dólares, 62 milhões garantidos – no último domingo mantém a principal estrela de uma equipe que superou todas suas expectativas em 2019; mais importante ainda, os termos sob os quais o contrato foi assinado fazem com que a negociação seja positiva para os dois lados.

De acordo com o site Spotrac, a extensão tem uma fórmula relativamente comum: depois dos 2 primeiros anos de contrato, a maioria das garantias salariais já terá sido paga; se os Titans quiserem cortar Tannehill em 2022, terão de pagar apenas 10 milhões de dead cap. A assinatura de um acordo de médio prazo permite também que, com a explosão do teto salarial que se projeta após a assinatura do novo CBA, jogador e organização poderão negociar uma nova extensão se assim desejarem.

Do lado dos Titans: tempo para descobrir se 2019 foi um ponto fora da curva

A história de Tannehill é bastante conhecida a esse ponto: o quarterback foi trocado para o Tennessee Titans durante a intertemporada de 2019, dando fim a uma passagem extremamente conturbada pelo Miami Dolphins desde sua escolha na primeira rodada do Draft de 2012. Ele não começou o ano como titular, mas assumiu essa condição depois do início 2-4 e com Marcus Mariota sofrendo para ser efetivo.

O que era pra ser uma faísca no ataque se transformou numa das temporadas mais eficientes de um quarterback ao longo de todo o último ano: 70,3% de passes completos, um touchdown lançado a cada 7,7 passes tentados e pelo menos 20 pontos anotados em todos os jogos dos Titans desde que ele assumiu a titularidade. Tennessee, até então em último lugar na AFC South, ascendeu à uma campanha positiva e conseguiu se classificar aos playoffs; mais impressionante ainda, venceu New England e Baltimore fora de casa e só sucumbiu à Kansas City porque, bem, Patrick Mahomes.

O ponto geral é que, assim que Tannehill assumiu a titularidade, seu desempenho foi efetivo o suficiente a ponto de elevar todo o ataque à sua volta – o desempenho de Derrick Henry, por exemplo, foi muito melhor do que quando Mariota ainda era o titular -, mas ainda assim estamos falando de um espaço amostral de 10 jogos. Não dá pra afirmar categoricamente que ele se tornou um quarterback de topo na liga baseado num período tão curto de tempo, e é por isso que o acordo foi bom para a organização: dá estabilidade suficiente na posição mais importante do jogo para avaliar a condição de Tannehill na liga e por um preço justo.

Outro ponto positivo na assinatura do acordo: com o quarterback e a franquia fechando a extensão de longo prazo, os Titans puderam aplicar a franchise tag em Derrick Henry na segunda-feira, mantendo a dupla de estrelas ofensivas por ao menos mais um ano. Por outro lado, Jack Conklin, o ótimo right tackle, atingiu o mercado.

Do lado de Tannehill: estabilidade, santa estabilidade.

Seja lá qual for sua opinião pessoal sobre Tannehill nos tempos de Miami, jogador e franquia nunca estiveram na mesma sintonia com relação ao futuro – basicamente, era aquela relação em que, por mais que os dois lados não estivessem na mesma frequência, o medo de ficar sozinho era maior. Fosse pela lesão grave em 2017 ou pelo fator Adam Gase, a passagem do quarterback pelos Dolphins sempre soou meio estranha, e a reconstrução da equipe iniciada com a demissão de Gase resultou também na saída de Tannehill.

Ainda que em 2019 ele não tenha começado o ano como líder da equipe, o que Ryan encontrou em Nashville foi certamente a melhor situação de sua carreira: o sistema ofensivo orquestrado por Arthur Smith utilizava muito play-action, e a efetividade deste fazia com que as defesas tivessem de abrir mais espaços para o jogo terrestre, o que explica a dominância de Derrick Henry no último ano.

Tannehill era extremamente efetivo quando lançando a bola, mas a pressão não estava somente sobre ele. Ajudava ainda que, em A. J. Brown, os Titans encontraram uma excelente opção de recebedor. O quarterback assumiu a titularidade com o objetivo de acender uma luz no ataque – o sistema permitiu que fosse um dos melhores da liga, ficando a apenas um jogo do Super Bowl e ganhando até mesmo o prêmio de Comeback Player of the Year.

É por isso que o novo acordo é tão bom para o jogador: além dos termos serem aceitáveis – praticamente 30 milhões de dólares por ano, que era seu valor de mercado projetado -, ele se mantém num time cujo sistema permitiu que ele jogasse ao seu melhor nível. Por que mudar isso? Os Titans ficaram muito perto do Super Bowl no último ano e possuem uma fundação sólida o suficiente para que possam competir nos próximos anos. Não existe razão plausível para que Tannehill deixasse esse projeto de lado.

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