Quando eu era adolescente, a série de games Madden NFL tinha um modo de jogo “carreira” que era anos luz mais decente do que temos hoje. Nele, você respondia a entrevistas e etc antes do Draft. Uma das perguntas era “Para qual time você quer jogar”. Havia três respostas: Green Bay, por ser um lugar de muita história; Oakland Raiders, porque a camisa é bonita e estilosa; e, por fim, Rams, porque o jogador se considerava “a última peça daquele quebra-cabeça”.
Tony Romo para o Houston Texans poderia ser justamente isso: a última peça do quebra-cabeça. Zebra por mais de dois dígitos contra os Patriots no playoff divisional do ano passado, os Texans poderiam ter cometido o crime em New England. Sua defesa jogou (muito) bem. O problema é que Brock Osweiler, o cosplay de poste, ateou fogo nas chances de vitórias com passes estúpidos. Will Fuller e seu festival de drops também não ajudaram, frise-se.
Chegou a intertemporada e os Texans se livraram de Osweiler numa troca sem precedentes. Pegaram uma escolha de quarta rodada de Cleveland e mandaram Osweiler, uma segunda rodada e uma sexta. Isso tudo para se livrarem do contrato absurdamente gordo que deram para Brock na última intertemporada.
A manobra parecia clara: liberar cerca de 10 milhões no teto salarial para que houvesse uma chance de assinar com Tony Romo. Este sequer precisaria mudar sua família de Dallas, dado que Houston estaria perto via avião. Os Texans têm uma defesa coesa, um ótimo recebedor em DeAndre Hopkins, J.J. Watt se recuperando bem de lesão e uma linha ofensiva melhor do que a de Denver (o possível outro candidato a ter Romo). Parecia o plano perfeito.
É, mas “you can’t always get what you want”, já dizia Mick Jagger. Romo se aposentou e agora os Texans estão a ver navios. O que fazer?
No momento, Tom Savage é o quarterback titular de Houston de acordo com seu plantel. Para quem não se lembra, o produto de Pittsburgh foi o “meteoro da paixão” do Draft de 2014. Ninguém contava muito com o cara e ele foi subindo, subindo e acabou sendo escolhido no início da quarta rodada naquele ano.
Seu substituto imediato é Brandon Weeden, um cara que, bem, é reserva. Não falarei nada além disso. Dito isso, temos dois quarterbacks no elenco. Geralmente, times com carência na posição têm três. O espaço estava reservado para Romo. Agora, o que fazer?
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Trazer alguém para competir parece o lógico. Ao meu ver, há duas opções, a depender do que Houston quer fazer. Ou julga que tem o necessário para vencer a AFC South mesmo com um cone de quarterback ou arrisca com um quarterback calouro, tal qual os Eagles no ano passado.
Na primeira hipótese, temos quatro quarterbacks veteranos que podem ser alvo dos Texans: Jay Cutler, Colin Kaepernick, Ryan Fitzpatrick e Robert Griffin III. Sinceramente, eu daria uma chance para Kaepernick e olhe lá. Depois de Osweiler destruindo tudo, a última coisa que você quer no vestiário é uma máquina de interceptações (Cutler/Fitzpatrick), um líder SÓ QUE NÃO (Cutler), um jogador não tem mais gasolina no tanque (Fitzpatrick) ou um que se machuca toda temporada (Griffin III). Sim, Kaepernick traria consigo a mídia por conta de seu ativismo. Mas seria um problema menor. De toda forma, não consigo enxergar Colin no sistema de Bill O’Brien. Acho difícil que os Texans procurem um quarterback no mercado.
O foco deve ser o draft mesmo. Neste momento, Houston tem a 26ª escolha da primeira rodada. Com ela, não seria absurdo escolher um quarterback. Muitos estarão disponíveis ainda. Seja Mitchell Trubisky, seja Patrick Mahomes II, seja DeShaun Watson, seja Deshone Kizer, alguém estará disponível. Resta saber quem deve ser escolhido, porque muito provavelmente em algum momento os Texans vão procurar um quarterback no Draft.
As mazelas por conta da falta de quarterback em Houston vão continuar – com um veterano dos acima, com Savage ou com um calouro. Resta saber se, como nos dois últimos anos, é o suficiente para vencer a AFC South de novo. Os Titans estão aí e ninguém fala deles. Olho em Tennessee.
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