Quem me acompanha, seja aqui em textos ou no podcast, sabe quão fã sou de Aaron Rodgers. Falo sempre e com toda convicção que o quarterback do Green Bay Packers foi o melhor em sua posição que vi jogar – não confundir melhor com maior – e muita dessa admiração teve início na temporada de 2011.
Claro que Rodgers já era um dos grandes nomes da liga, afinal tinha acabado de vencer o Super Bowl XLV, mas a temporada seguinte o elevou a um novo patamar. Passou ser normal ao se falar de quarterback citar Tom Brady, Peyton Manning, Drew Brees e… Aaron Rodgers.
O começo fulminante
Não houve ressaca em Green Bay. Rodgers começou a temporada no ritmo dos playoffs do ano anterior: parecia que eles não tinham terminado e que a briga pelo título estava em aberto. De cara, um tiroteio contra Drew Brees e uma vitória contra o New Orleans Saints. O Carolina Panthers do calouro sensação Cam Newton, a forte defesa do Chicago Bears, o forte ataque do Atlanta Falcons, todos foram batidos. O quarterback de Green Bay parecia sempre encontrar um jeito de dominar e os Packers pareciam nunca estar em apuros, mesmo quando começavam os jogos perdendo. Ao fim da semana sete, Rodgers tinha incríveis 18 touchdowns.
Na volta da folga, uma saraivada de pontos contra o San Diego Chargers fora de casa para mostrar que a pausa nada tinha mudado. Era impressionante a capacidade de Rodgers em lançar a bola de qualquer jeito: pressionado, em movimento, sem base, contra o movimento do corpo, de todo jeito a bola saía com perfeição e acabava na mão de um recebedor. Parecia que o camisa 12 dos Packers era uma força da natureza, que transcendia o campo.
A temporada quase perfeita
E o ritmo não diminuía para os Packers. Mesmo quando a defesa não ajudava, como ao tomar 35 pontos do New York Giants na semana 13, o time vencia por conta de Rodgers. O caminho para o 16-0 parecia claro e limpo, só que quando Green Bay foi à Kansas City enfrentar um Chiefs sem grandes pretensões e com uma campanha de 5-8 até ali, se esperava mais um jogo protocolar. O que se viu chocou a NFL: o EDGE Tamba Hali sackou Rodgers 3 vezes e os Chiefs venceram, limitando os Packers a 14 pontos.
A partida da semana seguinte contra os Bears era fundamental para provar que a derrota e a atuação apagada tinham sido meros acasos, afinal, no momento crucial da temporada é que se esperava que Rodgers aparecesse, ainda mais contra um rival de divisão. E foi exatamente isso que fez: 5 touchdowns para que nenhuma discussão sobre quem era o MVP da temporada pudesse ser começada. Para entender melhor, seus números ao fim da fase regular: 68% de passes completos, 4643 jardas aéreas, 45 touchdowns (com apenas 6 interceptações) e rating de 122,5. O último, aliás, segue até hoje como recorde da liga em uma única temporada.
Nos playoffs, nada deu certo
Os Giants, que já tinham dado bastante trabalho aos Packers na temporada regular, seriam os adversários na Semifinal da Conferência. E se tem uma coisa que Tom Coughlin – então head coach do time de New York – sabia fazer era parar grandes quarterbacks. Já tinha sido assim com Tom Brady no Super Bowl XLII, quando o New England Patriots era amplo favorito e acabou suplantado. Coughlin entendeu que parar Rodgers naquele momento era impossível: o que ele precisaria era minimizar o estrago e parar suas armas.
E assim foi: excelentes coberturas nos recebedores em profundidade, enquanto muita pressão chegava no quarterback, em especial pelas mãos de Osi Umenyiora e pelas blitzes do linebacker Michael Boley. Não bastasse isso, os running backs dos Packers sofreram dois fumbles e, com menos de sete minutos para o fim, a diferença já era de 3 posses. Rodgers pouco pode fazer e a campanha do bicampeonato acabava por ali, porém, nada disso tirou o brilho de uma das temporadas mais dominantes que um quarterback já teve na NFL: o que Rodgers fez em 2011 jamais será esquecido.
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