Siemian titular em Denver e como Sanchez conseguiu estragar tudo novamente

Em março isso soaria como inacreditável, impensável. Um quarterback que nunca deu um passe em temporada regular agora é o titular do Denver Broncos, atual campeão do Super Bowl. Como chegamos a esse ponto, alguns podem se perguntar?

Voltemos a março. Peyton Manning, após um tempo sabático para pensar na vida,Peyton Manning deve anunciar aposentadoria nesta segunda-feira decidiu que era melhor se aposentar para finalmente descansar depois de mais de duas décadas dedicadas ao futebol americano (contando o profissional, em 18 temporadas, mais 4 no College em Tennessee). Brock Osweiler, por sua vez, seria em tese o “herdeiro” do trono de Peyton no Mile High. É, mas ninguém contava que ele não estava muito contente após voltar ao banco na temporada regular de 2015 – Osweiler não aceitou a proposta para renovar contrato com os Broncos e assinou com o Houston Texans.

Sobrou apenas um quarterback no elenco dos Broncos: Trevor Siemian, 250º escolha do Draft de 2015 na sétima rodada. Siemian nem de longe teve uma carreira laureada em Northwestern e não deu nenhum passe em temporada regular. Em realidade, a única estatística dele em jogos válidos por temporada são jardas perdidas – ele entrou num jogo para ajoelhar, dado que Peyton não estava lá tão bem de saúde.

Pensando nesse contexto e na experiência de Siemian, seria natural que John Elway – general manager de fato dos Broncos e outrora quarterback bicampeão do Super Bowl com a equipe – pensasse em outros nomes. Ventilou-se o nome de Colin Kaepernick, mas a negociação com os 49ers não foi para frente. Depois, os Broncos escolheram Paxton Lynch no Draft da NFL. Embora o torcedor fique empolgado com o jovem quarterback, em inúmeras ocasiões lembrei que Lynch é muito cru em leituras e sequer jogou um snap em formações que não fossem shotgun. Ele precisaria de pelo menos um ano de adaptação do jogo universitário para o profissional.

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No meio dessa confusão – e inexperiência toda – seria natural que os Broncos pensassem num “seguro de vida”. Um quarterback que fosse experiente para fazer contraste aos outros. Em tese, a experiência implicaria em menos turnovers. Assim, Denver trocou com o Philadelphia Eagles por Mark Sanchez, outrora escolha de primeira rodada do Draft e duas vezes finalista da Conferência Americana.


Ocorre que a teoria não se transforma em prática sempre. Sanchez, por mais “experiente” que seja, tem uma propensão a cometer turnovers como poucos quarterbacks na NFL. E isso é justamente o que os Broncos não precisam e não podem ter. Os Broncos precisam de um quarterback que não estrague tudo. E quando você pensa em alguém que estraga tudo, o nome de Mark Sanchez imediatamente vem à mente.

Sanchez estragou tudo, de fato. Tudo o que ele tinha que fazer, em pré-temporada, era não cometer turnovers estúpidos. Cometeu. Sofreu fumbles por ficar demais no pocket e interceptações bizarras, nas quais ele lançou em cobertura tripla. Foi o suficiente para que Gary Kubiak, que já havia em algumas ocasiões dado declarações positivas sobre Siemian, quebrasse o vidro de emergência. Embora este tenha tido quase a mesma quantidade de touchdowns quanto interceptações no College (27/24, especificamente), na pré-temporada ele mostrou um bom trabalho em tomar conta da bola. Já foi o suficiente para mandar Sanchez para o banco. Considerando que o ataque de Denver foi inepto durante todo ano passado, é mais do que o suficiente em 2016 dado os precedentes.

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Agora, para o ex-Jets e Eagles, a vida fica ainda mais difícil. O Denver Broncos oficialmente nomeou Siemian como quarterback titular. Lynch continua sendo um projeto de longo prazo. Sanchez, por sua vez, teria salário garantido de 4,5 milhões na semana 1. Por enquanto, apenas 1 milhão é garantido. Ao cortá-lo, portanto, os Broncos poderiam economizar 3,5 milhões. É praticamente certo que o farão.

Mark Sanchez conseguiu jogar no lixo sua primeira chance com os Jets. A segunda com os Eagles. A terceira com Denver. A vida lhe deu mais oportunidades do que costumeiramente dá para as pessoas. Agora, acabou.

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