É preciso ser justo: o San Francisco 49ers é muito mais time que o Detroit Lions chegando na temporada de 2021. Enquanto os comandados de Kyle Shanahan tem uma base formada que chegou aos Super Bowl dois anos atrás, a franquia de Michigan passa por mais uma reestruturação. Dan Campbell é o treinador e Jared Goff o quarterback, mas o elenco de apoio é formado por nomes pouco conhecidos. Vencer em 2021 passa longe de ser uma obrigação nos Lions.
Até pouco o começo do último período, tudo que foi escrito acima aconteceu em campo. San Francisco impôs seu ritmo, capitalizou em cima dos erros de Detroit e abriu placar de forma que lhe possibilitasse estar tranquilo no placar: 41 a 17, com menos de 10 minutos por jogar e tudo caminhava para um final feliz. Quem trocou de jogo e viu o resultado apenas na tela deve ter tomado um susto: 41 a 33, com direito à última posse para os Lions, que não conseguiram o empate.
Na especialidade da casa, tudo segue saboroso
É comum ouvirmos falar que Kyle Shanahan é brilhante armando seu ataque. Grande parte desse brilhantismo vem de uma coisa: todo mundo sabe quais são as premissas da unidade e mesmo assim é muito complicado o parar. Não é novidade para ninguém que o time vai correr muito com a bola, especialmente em corridas com bloqueios em zona. Também não é segredo que o play-action vai ser usado de rodo, com George Kittle sendo arma para criar confrontos favoráveis e com os wide receivers produzindo muito depois da recepção. Todavia, raramente a produção cai e na semana 1 não foi diferente.
Vamos ao primeiro ingrediente da receita: o jogo corrido. Como é clássico de mestre Shanahan, aquela pitada especial sempre vem de um tempero inesperado em forma de running back desconhecido. Quando Raheem Mostert – outro que ninguém sabia o nome até dois anos atrás – se lesionou, quem veio ao campo foi Elijah Mitchell, calouro selecionado na sexta rodada do último Draft. Ao fim do dia, ele teve 104 jardas, mais que o dobro de Najee Harris (Pittsburgh Steelers) e Javonte Williams (Denver Broncos), selecionados na primeira e segunda rodada. Com média de 5,5 jardas por tentativa, Mitchell é mais uma prova que o sistema funciona independente de quem tenha a bola nas mãos.
O play-action também segue intacto: usado em quase metade dos passes, teve média de 9,3 jardas por tentativa. Depois da recepção, os números impressionam, com 10,5 jardas conquistadas após cada posse mostram que nada mudou. Para deixar tudo mais legal, ainda tem Trey Lance entrando volta e meia para correr ou para passar para um touchdown como fez contra os Lions.
