Tudo ou nada? “Supertime” montado pelos Rams em 2018 deve existir por pouco tempo

[dropcap size=big]O[/dropcap]s Rams estabeleceram um novo patamar para o conceito de “Cinderela”, ou seja, uma história improvável e surpreendente de sucesso, depois do que fizeram na temporada passada. Não bastasse vencer a NFC West e voltar aos playoffs após 11 anos da mais absoluta irrelevância, Los Angeles terminou com o ataque mais produtivo da liga.

Ademais, individualmente falando, teve em seu time os vencedores dos prêmios de treinador, jogador ofensivo e jogador defensivo do ano: Sean McVay, Todd Gurley e Aaron Donald. Sem contar o desenvolvimento relâmpago de Jared Goff, que passou de provável bust a um dos melhores quarterbacks da NFL em tempo recorde.

Pois bem, tudo isso é ótimo e não há dúvidas de que trata-se de uma grande história, mas 2017 acabou e agora é que começa o verdadeiro desafio dos Rams: manter-se no topo. A franquia precisa dar o próximo passo, deixando de ser uma Cinderela para se tornar uma potência consolidada na liga.

E o que Los Angeles vem fazendo para atingir este objetivo? Encheu o plantel de jogadores caros e consagrados, montando uma espécie de “Dream Team” recheado de medalhões, tática que sem dúvida coloca a equipe como uma das maiores candidatas ao Super Bowl em 2018, porém ameaça trazer problemas em médio prazo.

A ideia dos Rams é vencer agora, não importa o preço. Isso ficou claro pelas movimentações feitas pelo general manager Les Snead durante a intertemporada. Vamos analisar mais a fundo a estratégia adotada pela franquia e pensar no que pode acontecer quando a conta chegar.

Rams estão tentando replicar o modelo dos Eagles

Los Angeles tem uma grande vantagem em relação a vários times: seu franchise quarterback está no contrato de calouro. Isso possibilita mais flexibilidade financeira e um maior gasto com outros atletas de peso. Enquanto algumas franquias desembolsarão 25, 30 milhões com seus signal callers em 2018, os Rams pagarão apenas 7,6 milhões para Jared Goff.

É justamente a janela do rookie contract de Goff que Los Angeles quer explorar para maximizar sua chance de ganhar títulos, assim como os Eagles estão fazendo com Carson Wentz. Philadelphia também se aproveitou do baixo salário do seu quarterback para montar um elenco caro e acima da média, recheado de talento em praticamente todas as posições. Deu certo, afinal de contas eles são os atuais campeões do Super Bowl.

Os Rams, porém, foram ainda mais agressivos do que os seus rivais da NFC, buscando jogadores de mais nome e fazendo investimentos maiores, como trocar sua escolha de primeira rodada em 2018 por Brandin Cooks. De resto, destacam-se igualmente as aquisições via troca de Marcus Peters e Aqib Talib, além da contratação de Ndamukong Suh na Free Agency.

Em suma, a estratégia de Los Angeles é empilhar jogadores talentosos tanto quanto o salary cap permitir hoje, sem pensar muito no amanhã. Na verdade, esse “superelenco” montado pela franquia tem um prazo bem curto de duração, visto que grandes mudanças podem ocorrer já em 2019.

É simplesmente inviável sustentar um time assim por muito tempo

Ao olhar a lista de possíveis free agents dos Rams para a próxima temporada vemos que uma tempestade se aproxima. Entre os recém-chegados, Suh ficará sem contrato em 2019 – Peters e Talib irão ao mercado em 2020. Nada, entretanto, se compara à possibilidade de perder Aaron Donald, um defensor que pelas suas características é insubstituível. Por último, como tudo o que é ruim pode piorar, o safety Lamarcus Joyner também está no ano derradeiro de vínculo, assim como três titulares da linha ofensiva (Rob Havenstein, Jamon Brown e Rodger Saffold).

Qual a maneira de Los Angeles ficar com todo esse pessoal? Não tem como. Segundo uma estimativa bem otimista, a franquia terá 58 milhões disponíveis na folha salarial em 2019 – esse número vai mudar bastante até o próximo ano, mas é a referência que temos agora -, uma quantia considerável, porém longe de ser o suficiente, até porque a renovação Jared Goff deve entrar no planejamento em longo prazo e já rolaram as renovações de Todd Gurley e de Brandin Cooks.

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A prioridade sem dúvida alguma parecia ser renovar com Donald, provavelmente o tornando o defensor mais bem pago da NFL. O problema é que antes disso foi firmado um vínculo de longa duração com Cooks, pois deixá-lo ir embora tão rápido depois de trocar uma escolha de primeira rodada por ele seria um fiasco enorme. Só aí a franquia começará a cogitar a renovação com Marcus Peters, dependendo do seu rendimento em campo e de como estiver a situação do salary cap. Contudo, dificilmente veremos um acordo antes de 2020.

Enquanto isso, Aaron Donald faz greve. Natural. É um dos melhores – se bobear, o melhor – defensor da NFL e Gurley/Cooks foram renovados antes.

Suh e Talib, por sua vez, têm grandes chances de ficarem apenas um ano na equipe. A saída de ambos é uma boa alternativa para abrir espaço na folha salarial, já que o defensive tackle ficará sem contrato ao final da temporada e o cornerback poderá ser cortado sem nenhum custo adicional. Por fim, resta o dilema da linha ofensiva. Os Rams terão sorte se conseguirem renovar com um ou dois de seus offensive linemen agentes livres, então precisarão escolher sabiamente em quem investir o dinheiro.

Apenas um detalhe: a lista de futuros free agents de Los Angeles é bem maior. Escolhemos falar somente dos principais, mas poderíamos mencionar também outros jogadores relevantes como Ethan Westbrooks, Dominique Easley e os recém-contratados Sam Shields e Ramik Wilson.

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Los Angeles está fazendo o certo?

A ideia neste texto não é elogiar ou criticar o plano dos Rams.

Existem várias estratégias para triunfar na NFL, não podemos esquecer. Seattle, por exemplo, montou sua excepcional defesa basicamente via Draft, o que possibilitou estender a janela de sucesso do time por cinco ou seis temporadas, já que atletas vindos pelo recrutamento são mais jovens e baratos.

Los Angeles, por outro lado, atacou a Free Agency e as trocas, buscando jogadores já consolidados na liga, mas com um preço alto ou uma idade um pouco mais elevada. Isto significará uma janela de um ou no máximo dois anos, com sorte, até que mudanças drásticas no elenco sejam necessárias.

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Preferências por um ou outro modelo à parte – este que vos escreve ainda considera o modelo dos Seahawks o ideal -, exemplos recentes comprovam que ambos podem dar resultado. Los Angeles aproveitou uma situação especial, ou seja, ter um quarterback confiável que ainda não está ganhando uma fortuna, para quebrar a banca ao tentar montar um plantel capaz de vencer o Super Bowl o mais rápido possível. Daqui a alguns meses saberemos se foi uma boa ou má ideia.

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