Um panorama geral dos quarterbacks no Draft 2016

Dentro da ciência inexata que é a seleção de jogadores no draft da NFL, é provável que não exista tarefa mais difícil e importante que a escolha de uma quarterback. Essa escolha frequentemente contribui para o futuro da franquia e, muitas vezes, para a manutenção (ou não) dos empregos de técnicos e dirigentes das equipes. Desta forma, durante o período atual da intertemporada, nas semanas que precedem o draft, as comissões técnicas observam, estudam e discutem os prós e contras dos jogadores que podem ser selecionados.

Durante esse período de observação intensa, muitas características dos quarterbacks são praticamente dissecadas pelas equipes. Desde a avaliação de todas as jogadas da carreira universitária de determinado jogador, passando por medidas físicas, testes de força e velocidade, tudo é minuciosamente analisado. Além disso, o histórico de comportamento e liderança do quarterback também é levado em conta.

Apesar de todo esse investimento na avaliação de possíveis escolhas no draft, ainda vemos muitas apostas malsucedidas. Além do componente de imprevisibilidade da transição do jogo universitário para o profissional, às vezes a excessiva valorização de determinadas características pode contribuir para uma escolha errada. Um claro exemplo disso foi a queda de Russell Wilson até a terceira rodada do draft em 2012, muito em função da sua estatura (1,80m) considerada insuficiente para um quarterback da NFL. Lembrando que, entre os quarterbacks selecionados antes de Wilson naquele ano, encontram-se escolhas não tão bem-sucedidas, como Brandon Weeden e Ryan Tannehill.

Neste momento da atual intertemporada, as equipes que necessitam de novos quarterbacks estão acumulando dados sobre os principais jogadores da posição inscritos no draft. No início do processo, baseado principalmente nas carreiras universitárias desses quarterbacks, Jared Goff, de California, era considerado o melhor do grupo. Outros possíveis candidatos a serem selecionados na primeira rodada incluíam Carson Wentz, de North Dakota State, Paxton Lynch, de Memphis e Connor Cook, de Michigan State.

Após o combine, onde são realizados testes físicos e medições oficiais dos jogadores, além de entrevistas, aparentemente essa ordem pré-estabelecida está mudando. Goff tem perdido terreno devido ao tamanho de suas mãos (em torno de 9 polegadas), consideradas pequenas para um quarterback da NFL. Já para Connor Cook, o problema maior vem das entrevistas com a equipes, que têm supostamente questionado suas habilidades de liderança (soma-se a isso o fato de que Cook não era capitão da sua equipe universitária, incomum para um quarterback). Por outro lado, cada vez mais Carson Wentz assume a posição de favorito para ser o primeiro quarterback selecionado. A potência do braço de Wentz, assim como sua capacidade atlética, têm gerado repercussões positivas entre técnicos e dirigentes.

O risco que se corre neste momento é de supervalorizar certas medições e testes físicos, em detrimento do que se vê ao analisar os jogos de toda a carreira universitária do atleta. Dentre os quarterbacks citados, Jared Goff é o mais consistente durante os jogos, com boa precisão nos passes e posicionamento no pocket. Além disso, Goff conseguiu manter seu patamar de atuação mesmo quanto sua equipe enfrentava universidades mais fortes, com defesas repletas de futuros jogadores da NFL. Wentz, ao contrário, por ter estudado e jogado em uma universidade da segunda divisão (FCS) do futebol americano universitário, sempre enfrentou adversários mais fracos (é importante lembrar que North Dakota State é a atual pentacampeã da FCS). Mesmo assim, Wentz apresentou períodos de queda do nível de suas performances, com redução da precisão, principalmente em passes intermediários.

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É muito difícil prever qual quarterback selecionado no draft deste ano terá a carreira mais bem-sucedida. Entretanto, mesmo com todas as ferramentas de avaliação disponíveis, a análise cuidadosa da atuação dos jogadores durante seu período na universidade se mantém como o padrão-ouro para a escolha de um quarterback.

Finalmente, utilizando os critérios acima discutidos, é possível sugerir, para o draft deste ano, um “candidato a Russell Wilson”. Vernon Adams, quarterback da Universidade de Oregon, mostra qualidades tanto como passador quanto como atleta, que sugerem uma grande chance de sucesso na NFL. Provavelmente Adams não será escolhido nas primeiras rodadas do draft, também por conta de sua estatura (1,80m, assim como Wilson). Além disso, Adams só jogou uma temporada em Oregon, tendo exercido o restante da sua elegibilidade em uma universidade de muito menor tradição (Eastern Washington), o que poderia gerar mais dúvidas sobre o seu potencial. Diante da incerteza que quase sempre caracteriza a escolha de um quarterback, talvez a resposta para a dúvida entre Goff e Wentz seja Vernon Adams. O futuro dirá quem será o melhor, e qual equipe vai rir por último.

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