Você consegue apontar um favorito para a AFC South? Nem nós

A divisão mais fraca e menos competitiva da NFL. Um território dominado por Indianapolis. Estas foram algumas das características atribuídas à AFC South nas últimas temporadas. E estes estereótipos não estavam completamente errados, haja vista os momentos conturbados vividos recentemente por Titans, Jaguars e Texans. Por exemplo, para se ter uma melhor noção da superioridade dos Colts, basta lembrar que a franquia ficou quase três anos sem perder para seus rivais de divisão (16 partidas de invencibilidade entre 2012 e 2015).

Entretanto, as coisas estão mudando. Após dois títulos divisionais conquistados de maneira tranquila, Indianapolis, franco favorito antes da temporada regular começar, foi surpreendido e acabou destronado por Houston em 2015 – claro, a grave contusão sofrida por Andrew Luck ajudou no processo, porém não podemos tirar os méritos da equipe texana.

Agora, em 2016, a expectativa é que a AFC South dê o salto definitivo de qualidade para se tornar uma das melhores e mais disputadas divisões da liga. A razão para isso está nas movimentações feitas por Jaguars e Texans durante a intertemporada. As duas franquias investiram pesado reforçando seus elencos na Free Agency e no Draft e se colocaram como grandes forças dentro da divisão, a qual ainda conta com os já poderosos Colts e os promissores Titans.

Confira os pontos positivos de cada equipe e veja porque é impossível cravar um favorito para a AFC South em 2016.

Tennessee: Marcus Mariota e muitas escolhas no Draft

Correndo por fora na briga pelo título de divisão, temos o Tennessee Titans, um time que busca se acertar em meio a um trabalhoso processo de reconstrução. Seus grandes trunfos são o quarterback segundanista Marcus Mariota e a penca de escolhas adquiridas no Draft após o acordo realizado com os Rams pela primeira pick geral de 2016.

Depois das trocas feitas pelo general manager Jon Robinson, Tennessee acumulou 10 escolhas no último recrutamento (cinco dentro do top 100), e com isso teve uma ótima oportunidade de qualificar seu elenco, visto como um dos menos talentosos da liga. Obviamente agora não temos como ter certeza se o plano deu certo, porém o futuro costuma ser promissor para quem faz este tipo de negócio. Seja como for, nomes como Jack Conklin, Austin Johnson e Derrick Henry em teoria fazem dos Titans um time melhor do que há alguns meses.

Além disso, não podemos esquecer do fator Mariota. Apesar de sofrer com lesões em seu ano de calouro, Marcus mostrou ter potencial para ser o franchise quarterback que a equipe tanto procurou recentemente. Com mais experiência e uma linha ofensiva melhor, a esperança é que o jovem renda mais.

Como já dissemos antes, Tennessee está se reconstruindo e corre por fora na disputa pela divisão, então talvez ainda seja muito cedo para considerá-lo um candidato real dentro da AFC South. São boas as chances do time deixar de ser o saco de pancadas que foi nos últimos dois anos, contudo um título divisional parece ser mais realista em longo prazo.

Houston: alto investimento no ataque para defender o título

Atuais campeões de divisão e donos da terceira melhor defesa da NFL em 2015 em termos de jardas cedidas por partida (310,2), os Texans abriram a carteira na Free Agency visando aprimorar o seu ataque. O primeiro passo foi a aquisição de Brock Osweiler, quarterback campeão do Super Bowl 50 com Denver. O signal caller foi bem nas vezes em que substituiu o lesionado Peyton Manning e por isso foi contratado por Houston para ser a solução em longo prazo da posição. Ademais, a franquia também pagou caro pelo running back Lamar Miller, ex-Miami, e pelo guard Jeff Allen, ex-Chiefs.

Já no Draft, a prioridade continuou sendo adicionar peças para ajudar Osweiler. Com as suas quatro primeiras escolhas no recrutamento, a equipe trouxe dois wide receivers (Will Fuller e Braxton Miller), um center (Nick Martin) e outro running back (Tyler Ervin). Some a estas movimentações a presença de DeAndre Hopkins, um dos melhores recebedores da liga, e Houston terá um ataque extremamente jovem e empolgante nas mãos.

Os Texans eram encarados como uma daquelas franquias que só precisavam de um quarterback decente para fazer estragado, pois já possuíam um time de qualidade. Teoricamente conseguiram isso com Osweiler – e o encheram de armas. Com uma defesa de respeito liderada por J.J. Watt e um ataque renovado, eles estão mais fortes do que nunca na briga pela AFC South.

Jacksonville: finalmente um elenco completo e pronto para decolar

Após algumas temporadas de reconstrução e frustrações, chegou a hora dos Jaguars brilharem – pelo menos talento para fazer isso eles possuem. Já analisamos aqui no Pro Football como o jovem ataque conduzido pelo quarterback Blake Bortles foi explosivo no ano passado. O trio Bortles, Allen Robinson e Allen Hurns quebrou recordes aéreos da franquia, enquanto que o running back calouro T.J. Yeldon mostrou ser um bom valor recebendo passes e correndo com a bola. Em 2016, a expectativa é que este alto nível ofensivo se mantenha ou mesmo aumente.

O grande diferencial para Jacksonville, entretanto, foram os excelentes reforços adquiridos para a defesa – a segunda da NFL que mais cedeu pontos em 2015 (448). Na Free Agency, a equipe buscou o defensive tackle Malik Jackson, discutivelmente o melhor agente livre do mercado, além de fortalecer sua secundária com bons nomes como o safety Tashaun Gipson e o cornerback Prince Amukamara. Não bastasse isso, os Jaguars ainda saíram do Draft com dois dos jogadores defensivos mais talentosos disponíveis: o defensive back Jalen Ramsey e o linebacker Myles Jack – este último, aliás, despencou para a segunda rodada e caiu no colo da franquia por conta dos temores acerca da sua lesão no joelho. Por fim, não devemos esquecer da volta de Dante Fowler Jr., defensive end escolha de primeira rodada em 2015 que perdeu a temporada inteira devido a um ligamento rompido no joelho.

É difícil apontar um time que tenha dado um salto superior de qualidade de um ano para o outro do que a equipe da Flórida. Vejamos se todo este potencial será convertido em vitórias dentro de campo, algo que Jacksonville não vem conseguindo fazer recentemente. Com um elenco mais sólido, a pressão por bons resultados tende a ser maior a partir de agora sobre o head coach Gus Bradley.

Indianapolis: Andrew Luck e um time bastante talentoso

Apesar da ascensão de Bortles, Mariota e Osweiler, Luck ainda é o melhor quarterback da AFC South até que provem o contrário. Sim, a temporada de 2015 foi péssima, mas não podemos esquecer tudo o que ele fez na sua carreira até aqui, sobretudo em 2014, quando levou os Colts até a final de conferência. Além da sua qualidade técnica, Andrew já demonstrou ser um vencedor e isso não pode ser menosprezado, ainda mais agora que Indianapolis resolveu facilitar sua vida priorizando a linha ofensiva durante o Draft.

Além do mais, os Colts possuem uma equipe talentosa, com peças interessantes tanto na defesa quanto no ataque. Mesmo com todos os problemas enfrentados no ano passado, a ausência de Luck por nove jogos e a imensa pressão sobre o treinador Chuck Pagano, a franquia terminou com o record de 8-8. Lembremos também que Indianapolis, por exemplo, era visto como um time candidato ao Super Bowl 50 antes da temporada regular começar.

Como podemos notar, a concorrência pela AFC South promete ser acirrada em 2016, com Colts, Jaguars e Texans competindo pelo topo. Nada mau para a divisão antes apontada como uma das mais fracas da NFL.

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