5 lições, Super Bowl LV: Nas linhas é que o jogo se resolve

Capacidade de vencer na linha de scrimmage foi fundamental para que o Tampa Bay Buccaneers tivesse sucesso na final, assim como no restante dos playoffs.

5 lições é uma coluna semanal de Deivis Chiodini, abordando pontos importantes que a rodada da NFL nos trouxe. Está no ar sempre nas segundas-feiras pela manhã, trazendo opinião rápida e de forma clara. Nesta última semana o destaque fica por conta do trabalho impecável do Tampa Bay Buccaneers nas linhas, dominando por completo o Kansas City Chiefs. A qualidade de Tom Brady em se adaptar a qualquer sistema ou situação e a capacidade de Todd Bowles em enganar os ataques são assuntos.

1. Nas linhas é que o jogo se resolve

Entra ano, sai ano e a tônica na NFL segue no fim sendo a mesma: se uma equipe não conseguir controlar a linha de scrimmage, dificilmente chegará ao sucesso. A forma como a linha defensiva do Tampa Bay Buccaneers manipulou e dominou a linha ofensiva do Kansas City Chiefs foi sensacional. Patrick Mahomes não teve um segundo de sossego durante a partida toda.

Do outro lado, a proteção dos Buccaneers deu paz a Tom Brady que, quando tem tempo no pocket, se torna uma máquina de ganhar jardas. Não adianta querer reinventar a roda, é lá que o jogo se resolve.

2. Ninguém vence o Super Bowl na véspera

Por muitas vezes nesta temporada, o Kansas City Chiefs foi tratado como invencível. Confesso que por vezes, empolgado pelo talento de Patrick Mahomes e o explosivo ataque, também esqueci disso. A derrota para o Las Vegas Raiders deveria servir de alerta para todos, mas não foi isso que aconteceu.

Parece inclusive que a comissão técnica de Andy Reid também não levou isso em conta ao se preparar para o Super Bowl: não se viu nenhum plano para contra-atacar uma pressão com 4 homens dos Buccaneers, Mahomes foi pressionado a noite toda enquanto procurava recebedores em profundidade e pouquíssimos ajustes foram feitos. O jogo corrido foi insosso e o uso dos running backs ocupando o meio do campo recebendo passes negligenciado. Ninguém ganha um Super Bowl antes do jogo.

3. Não existe sistema ruim para Brady

Uma das discussões que mais se ouve desde que Tom Brady assinou com os Buccaneers é sobre o sistema ofensivo do treinador Bruce Arians: muito vertical e agressivo, ele não seria o ideal para o quarterback, acostumado a um esquema mais ritmado e de passes curtos nos seus anos de New England Patriots.

Bobagem: Brady é o maior jogador de futebol americano de todos os tempos e capaz de executar qualquer sistema que não o transforme em um corredor (como fazer read-options) com maestria. Seus 47 touchdowns, o MVP do Super Bowl e o sétimo anel em seus dedos são as provas disso.

4. Todd Bowles é o mestre dos disfarces

Dá para dizer que a defesa dos Buccaneers passou por uma metamorfose para os playoffs e isso tem o dedo de seu coordenador defensivo Todd Bowles. De uma defesa que mandava blitz sem pensar duas vezes para uma unidade equilibrada que sabe pressionar o quarterback com 4 homens e usar os pass rushers extras com sabedoria.

Fora isso, poucas vezes se viu num Super Bowl como no deste domingo tamanha capacidade de disfarçar suas coberturas, mostrando uma coisa e executando outra. Esse título tem, e muito, a participação de Bowles.

5. Bons drafts fazem a diferença

É fácil olhar para o elenco dos Buccaneers e ver Brady, Antonio Brown, Jason Pierre-Paul e imaginar que o time campeão foi construído através de contratações. Ledo engano: dos 22 titulares, 14 vieram via Draft, a grande maioria sendo escolhas de dia um e dois do processo de seleção. A tão competente dupla de linebackers, por exemplo, tem em Lavonte David uma escolha de segunda rodada de 2012 e em Devin White uma primeira de 2019. Na secundária, é ainda mais impressionante: todos os cinco titulares foram escolhas de Tampa e chegaram a equipe a partir de 2018.

É hora de dar mais mérito ao general manager Jason Licht e sua capacidade de avaliar prospectos.

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