5 lições é uma coluna semanal de Deivis Chiodini, abordando pontos importantes que a rodada da NFL nos trouxe. Está no ar sempre nas segundas-feiras pela manhã, trazendo opinião rápida e de forma clara. Nessa primeira semana dos playoffs, o destaque fica por conta da virada de Lamar Jackson e o Baltimore Ravens sobre o Tennessee Titans, o que deixa de lado um estigma de não conseguir virar jogos que vinha sendo criado. Além disso, a grande performance da defesa do Los Angeles Rams é assunto.
1. Lamar pode ser decisivo
A pecha de “pipoqueiro” atribuída injustamente a Lamar Jackson perdeu força após a vitória do Baltimore Ravens sobre o Tennessee Titans. Depois da épica vitória sobre o Cleveland Browns na semana 14, que manteve os Ravens em condições de brigar pelos playoffs, o quarterback buscou um deficit de 10 pontos contra os Titans após um começo ruim de jogo, com direito a interceptação daquelas de fazer todo mundo torcer o nariz. Vale também destacar o grande desempenho da defesa de Baltimore, que limitou Derrick Henry a 40 jardas em 18 tentativas de corrida.
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O grande erro é comparar Lamar Jackson aos demais quarterbacks: ele não é aquele jogador que terá 450 jardas passando. Sua capacidade física é uma de suas forças e não usá-la seria tolice. Isso não quer dizer que o jogador não possa ser produtivo passando a bola: frente aos Titans, foram 70% de passes completos, boas conversões pelo ar e mais 136 jardas terrestres. Possivelmente nunca o veremos no top-5 da posição, mas ainda assim ele será mais eficiente que 80% dos jogadores de sua posição. É hora de entendermos que Lamar é diferente e disso vem sua capacidade de criar o inusitado.
2. Ballard, pense em quarterback
Não dá para culpar Philip Rivers pela derrota dos Colts para os Bills. Seria injusto com o vencedor, que fez uma grande partida; além disso, seria errado cobrar mais de Rivers do que se sabia que ele poderia entregar. Por outro lado, é hora do general manager Chris Ballard pensar num quarterback de alto calibre. Quando o time começou a ser montado, se esperava uma longa carreira de Andrew Luck, que conduziria a franquia no futuro. Sua aposentadoria atrasou tudo, mas dois anos com Jacoby Brissett e Rivers em fim de carreira são suficientes para que os Colts entendam que só darão o próximo passo com um jogador de maior nível na posição mais importante do jogo.
3. Defesa dos Rams: dominante
A defesa do Los Angeles Rams já era notada: ninguém termina a temporada regular com o menor número de pontos cedidos por acaso. Só que o nível que ela atingiu contra o Seattle Seahawks foi sensacional. Dominante durante toda partida, cedeu apenas 20 pontos, sendo que os touchdowns foram após uma jogada de improviso entre Russell Wilson e D.K. Metcalf e outro já com a partida definida. Além disso, limitou o quarterback a 174 jardas, 14% em conversões de terceiras descidas, conseguiu 5 sacks, forçou um turnover e o retornou para touchdown.
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4. O peixe morre pela boca, Young
O famoso “trash talk” sempre é divertido nos limites e traz uma pimenta extra, porém, é preciso provar dentro de campo o que se falou – ou se fica com cara de bobo. Foi assim que Chase Young ficou. Após o EDGE de Washington ficar sabendo que enfrentaria o Tampa Bay Buccaneers, soltou. “Tom Brady, estou chegando! Eu quero Tom Brady!”. O problema é que durante a partida ele pouco foi notado, não conseguindo nenhum sack e não sendo efetivo na pressão ao quarterback. Brady teve uma sólida partida e os Buccaneers se classificaram. Young, apesar da boa temporada, irá para casa com a imagem do fanfarrão que ameaçou e nada fez.
5. Bears precisam de um choque
Por mais que o placar tenha ficado apertado durante uma boa parte do jogo contra o New Orleans Saints, sejamos honestos: em nenhum momento o Chicago Bears deu pinta que poderia ganhar o jogo. Falta volume no ataque, as boas jogadas são muito menos frequentes do que deveriam, o desenho ofensivo é chato. Matt Nagy se tornou um burocrata da prancheta e Mitchell Trubisky é um quarterback que leva a equipe no máximo ao meio da tabela. A impressão é que os Bears são os amigos de Adam Sandler: você sabe quem eles são no filme, gosta e acha até bons, mas ao desligar a TV, só sabe o nome do astro principal. Se nada acontecer, o papel dos Bears nos próximos anos será de coadjuvante.
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