Após ano ruim, linha ofensiva dos Seahawks prepara mudanças para 2016

O técnico de linha ofensiva do Seattle Seahawks, Tom Cable, anunciou semana passada, em entrevista à ESPN, que Justin Britt será o novo center da equipe. Essa será a segunda mudança de posição do jogador em sua curta carreira. Selecionado na segunda rodada do Draft de 2014, Britt foi usado como tackle em sua temporada inicial, sendo movido para guard em 2015. Essa mudança é parte de uma série de ações que buscam trazer melhorias para uma linha ofensiva que esteve entre as piores da liga na temporada passada e é o grande ponto fraco de um dos times favoritos ao título da Conferência Nacional. Na temporada 2016, a linha ofensiva de Seattle com certeza será diferente. O que não quer dizer que será melhor.

A mudança de center

No início da offseason de 2015, preocupados com a ausência de uma presença ameaçadora na end zone após a frustração do Super Bowl XLIX, os Seahawks engendraram uma troca com o New Orleans Saints pelo dominante tight end Jimmy Graham. Em contrapartida, eles mandaram para New Orleans seu center titular, o excelente Max Unger. Substituí-lo tem sido um pesadelo para Seattle desde então.

Drew Nowak foi a primeira tentativa. Um ex-defensive tackle em Western Michigan, Nowak foi convertido em guard quando assinou com o Jacksonville Jaguars após não ter sido escolhido no Draft de 2012. Ele teve apenas duas aparições em jogos profissionais antes de ser nomeado o novo center titular dos Seahawks. E, como era de se esperar, não foi nada bem. Nowak se mostrou um jogador mediano em bloqueios para passe, mas um verdadeiro desastre nas jogadas de corrida, que eram o foco do ataque na primeira metade da temporada.

Algo precisava mudar e, após a quinta partida da temporada, Nowak foi substituido por Patrick Lewis. Ele ainda faria mais duas partidas como titular, devido a uma lesão de Lewis, mas a posição agora pertencia a outro. Lewis era um center de ofício e já havia sido titular em algumas partidas em 2014, quando Max Unger se lesionou. Apesar disso, ele foi ainda pior que seu antecessor. A deficiência no jogo corrido continuou a mesma, mas agora até a proteção ao passe estava pior. Mesmo assim, Patrick Lewis continuou como titular até o fim da temporada. Mas já era fato consumado que 2016 traria um novo jogador para a posição.

As esperanças agora recaem sobre Justin Britt, que encara sua terceira posição diferente na linha ofensiva de Seattle. Selecionado na segunda rodada do Draft de 2014, Britt jogava primariamente como tackle no College, e foi nessa posição que teve sua primeira oportunidade, ainda como calouro. Ele foi o right tackle titular em todas as partidas da temporada regular, mas foi um dos piores jogadores da liga na posição, principalmente na proteção ao quarterback. Na temporada seguinte, a equipe técnica de Seattle tentou esconder suas deficiências escalando-o como left guard, mas o tiro saiu pela culatra. Britt se saiu ainda pior na nova posição, sendo talvez o pior guard titular de toda a NFL. Pode ser que como center suas qualidades sejam maximizadas e seus defeitos minimizados, mas a história recente nos indica que isso é pouco provável.

Os novos guards

A mudança de posição de Britt e a saída de J. R. Sweezy para o Tampa Bay Buccaneers deixam vagas as duas posições de guard na linha de Seattle. Sweezy, outro jogador de linha defensiva convertido para linha ofensiva, também não teve uma boa temporada em 2015, a exemplo de Britt.

Selecionado na quarta rodada do Draft de 2015, Mark Glowinski deve ocupar uma dessas vagas. Ele teve uma única partida como titular na temporada passada, substituindo o lesionado Sweezy na semana 17, mas não impressionou, o que é de se esperar de um calouro tendo sua primeira oportunidade na NFL.

Do outro lado da linha, a posição deve ficar para o jogador escolhido pelo time na primeira rodada do Draft desse ano, Germain Ifedi. Apesar de ter sido selecionado como tackle, Ifedi tem experiência como guard  no nível universitário, atuando na posição em seu primeiro ano por Texas A&M. Apesar de grande e atlético, Ifedi ainda é um prospecto muito cru e precisará adquirir muito refinamento técnico para se tornar um jogador mais consistente do que foi no College.

Com dois jogadores extremamente inexperientes cogitados como titulares, a situação dos guards de Seattle parece bem complicada. É muito difícil que ambos tenham uma atuação pior do que a que seus antecessores tiveram em 2015, mas parece improvável que ela seja muito melhor também.

E quanto aos tackles?

O único jogador acima da média na linha ofensiva de Seattle em 2015 foi seu left tackle Russel Okung. Infelizmente para o torcedor dos Seahawks, ele agora defende o Denver Broncos. A posição agora deve ser ocupada por Garry Gilliam. Famoso por receber um passe para touchdown lançado pelo punter Jon Ryan em um fake field goal contra o Green Bay Packers nos playoffs da temporada 2014, Gilliam foi o titular da posição de right tackle na linha de Seattle em 2015.  Gilliam teve um começo de temporada desastroso, enquanto fazia a transição de left tackle para rigth tackle, mas foi mostrando um bom progresso durante a temporada. Em 2016 ele retorna à posição em que atuou em seu ultimo ano no College Football e a expectativa é que sua evolução continue.

Para a vaga de right tackle, a diretoria de Seattle trouxe J’Marcus Webb do Oakland Raiders, o que dificilmente pode ser chamado de um reforço. Um nômade na liga, Webb já passou por quatro equipes na liga e não se destacou positivamente em nenhuma delas. Fraco tanto em jogadas de passe como em jogadas de corrida, Webb foi o único ponto fraco da linha ofensiva dos Raiders em 2015. Entretanto, por falta de competição, parece que a posição de rigth tackle em Seattle realmente será dele.

Mudanças eram necessárias para tentar melhorar as atuações da linha ofensiva, mas parece que as mudanças feitas não mudaram efetivamente muita coisa. Na verdade, a saída Okung torna a unidade ainda pior do que foi ano passado. Nenhum dos cinco jogadores que a compõem obteve uma nota acima da média em proteção na temporada passada. Pelo visto Russell Wilson continuará tendo que correr por sua vida em 2016.

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