Desde que o training camp se iniciou, Kirk Cousins tem estado nas manchetes principais do Minnesota Vikings pelas razões erradas. O quarterback titular da equipe precisou ser afastado dos treinos por cinco dias após ter contato de alto risco com Kellen Mond, calouro também quarterback que testou positivo para COVID-19 recentemente.
Embora Cousins não tenha se contaminado com o vírus, o fato dele ter perdido um período importantíssimo de treinamento ainda assim prova que ele decidiu não se vacinar – se estivesse imunizado, ele não precisaria ficar longe do campo caso tivesse testado negativo de acordo com os protocolos para a temporada 2021. Mais ainda, as declarações de Cousins após voltar aos treinos mostram que ele não está colocando o bem do Minnesota Vikings acima de tudo, e esse egoísmo do quarterback pode ser um problema imenso quando a temporada começar.
Cousins, que deveria dar exemplo, passa longe disso
Antes da temporada de 2020 começar, Cousins deu uma entrevista curiosa dizendo que não tinha medo da COVID-19 e que popularizou pela declaração “se eu morrer, morri”. Ele até se explicou depois aos repórteres numa entrevista coletiva, só que não faltaram publicações reforçando o modo de pensar do quarterback.
Pensar assim, em setembro de 2020, não era necessariamente um problema. A pandemia já se aproximava dos seis meses de duração, a temporada da NFL começaria em dias e, principalmente, não havia nenhuma vacina disponível no planeta. A situação é completamente diferente em agosto de 2021, com os índices de casos e mortes despencando desde os picos de contaminação do início do ano após o avanço da vacinação em massa no Brasil e nos Estados Unidos.
Pior ainda é que a variante Delta, cuja transmissão é muito acelerada em relação ao SARS-CoV-2 original, é uma ameaça grande as reaberturas que os líderes mundiais estão proporcionando. Nos EUA, a Delta era a responsável por mais de 80% dos casos de COVID-19 confirmados no final de Julho de acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças do país, só que Cousins ignora tudo isso. Na Grande São Paulo, a Delta representa 23% dos casos atuais de COVID-19, número que deve aumentar nas próximas semanas.
O quarterback do Minnesota Vikings, como a face de uma franquia multibilionária num esporte extremamente popular, é quem deveria dar o exemplo e se vacinar, não apenas por sua equipe mas também para a sociedade em geral. O que ele está fazendo é justamente o contrário: ao aparecer publicamente frente aos jornalistas após voltar aos treinos na quinta-feira, Cousins disse que considerou se isolar numa cabine de acrílico para evitar ter contato com companheiros de equipe e ficar seguro, ao invés de, bem, simplesmente tomar a vacina. Vale lembrar: se ele estivesse vacinado, ele não teria perdido nenhum dia de treino, afinal, ele foi apenas um contato de alto risco e não chegou a ser infectado com o vírus.
Vikings serão prejudicados se isso acontecer durante a temporada
Os protocolos para jogadores como Cousins, que não se vacinaram, são basicamente os mesmos de 2020 em relação à distanciamento social, contato de alto risco e quarentena. Para jogadores que estão vacinados, além da óbvia segurança que a vacina traz, ainda reduz muito a chance do time inteiro ser prejudicado.





