ESPN americana: Chargers exercerá opção e se mudará para Los Angeles em 2017

De 1997 – primeira temporada dos Oilers/Titans em Tennessee – até o ano passado, a NFL viveu uma era mais estável no que tange a mudanças de cidade por parte de suas franquias. O conceito, completamente alienígena para nós brasileiros, é bastante comum nos esportes americanos. Afinal, o time lá é uma franquia tal qual o McDonalds – não uma associação civil como ocorrem nos times de futebol no Brasil. Então como uma empresa, eles podem mudar de cidade com maior frequência (coisa que até acontece por aqui, como com o Grêmio Prudente/Barueri).

E a novela de realocações continua após a mudança dos Rams de St. Louis de volta para Los Angeles. Agora pode ser a vez dos Chargers se mudarem para o segundo maior mercado consumidor da NFL e maior da Costa Oeste. A ESPN Americana, por meio do repórter Eric D. Williams, reportou nesta madrugada de quinta para sexta que o San Diego Chargers – a menos que ocorra um milagre – exercerá sua opção de se mudar para a maior cidade do sul da Califórnia: Los Angeles. Os Chargers já chegaram a jogar em Los Angeles, em sua temporada inaugural no ano de 1960.

O prazo para uma decisão por parte dos Chargers seria 15 de janeiro do próximo ano. De toda forma, a família Spanos – controladora da franquia – pode não esperar até o último instante para decidir. O fato gerador dessa decisão pode ter sido a falta de apoio do contribuinte do condado de San Diego nas últimas eleições majoritárias dos Estados Unidos. Explica-se: naquela toada de federalismo e maior autonomia aos condados e Estados, na cédula de votação em cada região por vezes aparecem coisas um tanto estranhas ao eleitorado brasileiro. Na Califórnia, por exemplo, os eleitores puderam votar acerca da legalização da maconha para fins recreativos. Ainda na Califórnia, especificamente no Condado de San Diego, os eleitores puderam decidir um pouco acerca do destino dos Chargers em San Diego.

Em plebicito, o eleitorado votou contra o financiamento público de um novo estádio em San Diego. A proposta foi vencida por 57% a 43%. 169 mil pessoas votaram contra e 127 mil votaram a favor. De acordo com a legislação estadual da Califórnia, a proposta para passar precisaria de maioria qualificada. Não apenas maioria (51%), mas 2/3 dos votos em favor – dado que seria criada um imposto próprio para financiar o estádio novo. No caso, o imposto seria referente à rede hoteleira, na qual os hóspedes da região pagariam um pouco mais para se hospedar na região. Especificamente, sairia de 12,5% para 16,5% – os 1,15 bilhões de dólares a mais ajudariam na construção de um estádio que, bem, não deve sair do papel.

Depois da “derrota eleitoral”, o dono do time, Dean Spanos, disse que não tomaria uma decisão antes do final da temporada (até para não atrapalhar o time numa eventual corrida para os playoffs). Atualmente com campanha negativa, os Chargers dificilmente devem chegar à pós-temporada. Com efeito, a decisão de Spanos pode ter sido vazada ou foi tomada até porque San Diego não deve brigar pelo Super Bowl neste ano.


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Com os Chargers indo para San Diego, como ficam as coisas para os Rams?

Os Rams e os Chargers iriam dividir o originalmente futuro-estádio dos Rams, com término de construção previsto para 2019. Tal qual ocorre com o MetLife Stadium em Nova York, portanto – o qual é dividido entre Jets e Giants. Rams e Chargers dividiriam a verba que venha de naming rights, camarotes, propagandas na arena e painéis publicitários como um todo. Os ingressos dos demais assentos e carnês anuais de ingressos não seriam divididos – tampouco cadeiras “cativas”, as personal seat licenses.

Ainda, vale lembrar que os Chargers teriam que pagar uma “taxa” de realocação, determinada em 650 milhões de dólares a ser paga nos próximos 10 anos pela franquia. Ademais, como lembra a ESPN americana, os Chargers teriam que comprar um terreno e construir instalações para sua nova “casa” em Los Angeles – em resumo, um centro de treinamento que custaria aos Spanos mais alguns milhões.

E para os Raiders?

A opção dos Chargers de ir para San Diego faz com que a janela feche para os Raiders. A franquia somente poderia se mudar para Los Angeles caso os Chargers declinassem dessa opção – coisa que, “a menos que um milagre aconteça”, não rolará. Assim, para Derek Carr e companhia, resta Las Vegas ou continuar tentando um novo estádio em Oakland. A NFL deve tentar ajudar para que os Raiders permaneçam no norte da Califórnia, dado que geograficamente a liga estaria muito concentrada no Sul da Califórnia e em Nevada, um lugar onde os Raiders não teriam a mesma base de fãs.

Os próximos passos dessa novela – tanto para Raiders quanto para Chargers – ocorrerão em dezembro, quando teremos a próxima reunião de Donos de Franquias da NFL, em Dallas.

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