Toda a expectativa sobre o Cleveland Browns em 2019 gerou uma pressão imensa sobre a equipe, e a decepção com as atuações de um elenco tão talentoso resultaram na demissão do treinador Freddie Kitchens na noite do último domingo, 29, logo após a derrota para o Cincinnati Bengals na última semana da temporada regular. Ele acumulou 6 vitórias e 10 derrotas no período em que esteve comandando o time.
Kitchens se juntou à organização como treinador dos running backs e assistente do treinador Hue Jackson em 2018, assumindo o cargo de coordenador ofensivo no meio daquela temporada após a demissão de Todd Haley; com a evolução de Baker Mayfield e a melhora do ataque de Cleveland no último ano, cujos créditos se devem a Kitchens, os Browns fizeram um movimento arriscado e o apontaram como treinador principal para 2019. Foi sua primeira experiência num cargo desse tipo tanto em nível profissional como universitário e a inexperiência ficou clara ao longo dos últimos meses: em campo, o time era indisciplinado e mal produzia, com Mayfield sofrendo uma regressão clara; fora de campo, as polêmicas também eram grandes, e Freddie não soube administrar o ego de um elenco cheio de estrelas.
No comunicado divulgado pela organização, Jimmy e Dee Haslam, donos da equipe, agradeceram Kitchens por seus esforços e ressaltaram que uma mudança era necessária porque não viam sucesso ou oportunidades suficiente para continuarem com ele como head coach; John Dorsey, general manager da equipe, ressaltou as qualidades de Freddie como treinador e como pessoa, porém disse também que está desapontado com os resultados e que sente que uma mudança é necessária.
Apesar da inexperiência do treinador – e do fracasso do experimento -, não se pode criticar o Cleveland Browns pela promoção de Kitchens e muito menos pela demissão: ambas foram corretas. Depois de décadas de fracasso, a organização quis mantê-lo por conta do desenvolvimento acelerado de Baker Mayfield, afinal, os Browns não encontraram um franchise quarterback desde 1999. Com a regressão do segundanista e tantos problemas de gerenciamento de elenco, a demissão foi no tempo correto: não faria sentido mantê-lo acreditando que ele pudesse virar as coisas, ainda mais levando em conta o fato de ser sua primeira experiência como head coach em qualquer nível.
De acordo com múltiplas fontes, os Browns já requisitaram entrevistas com três coordenadores da NFL até o momento: Robert Saleh, coordenador defensivo do San Francisco 49ers; Josh McDaniels, coordenador ofensivo do New England Patriots, e Greg Roman, coordenador ofensivo do Baltimore Ravens. Acredita-se também que a equipe tenha interesse em Kevin Stefanski, atual coordenador ofensivo do Minnesota Vikings; por fim, o time deve entrevistar Mike McCarthy, ex-treinador do Green Bay Packers e que não está atualmente vinculado à nenhuma organização.
