Fato é que o filme pode ter ligeiramente inspirado uma das decisões mais estúpidas do Draft: draftar Johnny Manziel. No filme, Deus (Morgan Freeman, parabéns a quem fez o casting) se veste de mendigo em algumas oportunidades para aconselhar os mortais. Ao sair de um restaurante às vésperas do Draft 2014, o dono dos Browns foi aconselhado por um mendigo para escolher Manziel.
E escolheu.
A história da 22ª escolha do Draft de 2014 até hoje é cheia de episódios pitorescos, pouca produção dentro de campo, drogas, seguranças do Cleveland Browns tendo que ir buscar Manziel em casa para treinar e o inevitável corte. Ao que tudo indica, aquele mendigo na porta do restaurante de Cleveland não era Deus – Jimmy Haslam aprendeu isso da pior maneira possível.
A estrada para a redenção começa com a verdade
Pois bem, praticamente quatro anos depois, Johnny Manziel diz estar reabilitado de seus problemas com drogas e quer mais uma chance. O ex-Browns postou hoje no Twitter que jogaria de graça caso algum time lhe desse uma chance.
I’ll play again for FREE. It’s not about the money it’s about getting back to doing what I miss and love.
— Johnny Manziel (@JManziel2) 28 de fevereiro de 2018
Claro que isso não seria possível, até pelas regras do acordo coletivo-trabalhista da liga para com seus jogadores. Para demonstrar que está focado e que quer voltar, Johnny revelou a verdade sobre um dos mais bizarros episódios da temporada 2015. Ele esteve no podcast de Joe Thomas, left tackle dos Browns, e abriu o jogo acerca de uma viagem que fez para Las Vegas no meio da temporada.
Ou melhor, no final. Se você não acompanhava a NFL na época ou se esqueceu da história, vamos à lembrança: Manziel estava no protocolo de concussão, supostamente em Cleveland para receber tratamento. Na véspera da última partida da temporada dos Browns naquele ano, ele foi visto em Las Vegas – usando uma peruca loira, um bigode, óculos e moletom. Introduzia a si mesmo como “Billy”.
O problema é que um disfarce tosco desses não engana ninguém quando você venceu o Heisman, foi escolhido na primeira rodada do Draft e é um quarterback na liga mais popular dos Estados Unidos. Ser presença carimbada em Vegas também não ajuda muito né?
“Bom, chegou ao ponto em que eu olho para trás, reflito e sei que foi um erro… Eu fiz algumas coisas infantis, decisões imaturas”, disse Manziel no podcast de seus ex-companheiros de equipe. “Essa decisão [a viagem a Vegas] foi uma falta de respeito total a caras como Joe Thomas. Uma total falta de respeito a uma organização que estava tentando me dar uma chance mesmo comigo no protocolo de concussão. Uma decisão egoísta”.
Vale lembrar, quatro dias antes dessa aventura em Vegas, Manziel apareceu bêbado no centro de treinamento dos Browns. Essas duas coisas foram praticamente a gota d’água para a franquia, que inevitavelmente cortou o quarterback. “Entrei na reunião e uns 15 segundos depois eu estava tipo, não, não vai rolar… Minha cabeça tá girando”, disse Johnny.
As chances dele voltar para a NFL são diminutas. Não bastasse os problemas extra-campo, as equipes não costumam dar uma segunda oportunidade para quarterbacks TÃO problemáticos assim – ainda mais considerando que Manziel não era nenhum Tom Brady e dentro de campo mostrou-se um jogador limitado.
Comentários? Feedback? Siga-me no twitter em @CurtiAntony ou no facebook – e ainda, nosso site em @profootballbr e curta-nos no Facebook.
Em abril, teremos um curso/workshop que tratará sobre tudo o que você precisa saber sobre o Draft da NFL. Veja mais detalhes aqui.
Textos Exclusivos do ProClub:
Mike Glennon e a duração do contrato na NFL: como ler corretamente
Será que os Packers finalmente serão agressivos na free agency?
Franchise Tag: Veja quem já recebeu e quem ainda pode receber









