Pela segunda temporada consecutiva teremos a posição de wide receiver muito bem representada no Draft. A classe de 2021 pode ser um pouco menos profunda e hypada do que a de 2020, a qual teve oito recebedores selecionados nas 34 escolhas iniciais do recrutamento, contudo não fica para trás em termos de talento dos seus principais nomes.
Conforme você verá abaixo, a grande marca do atual grupo de calouros é a variedade de características: entre as prováveis picks de primeira e segunda rodada temos velocistas, bons corredores de rota, especialistas em recepções contestadas, slot receivers e, claro, temos dois ou três jogadores que são bons em tudo isso ao mesmo tempo, podendo ter um impacto gigante na NFL desde o primeiro minuto em campo.
Ja’Marr Chase, o monstro de LSU
Ja’Marr Chase optou por não disputar a temporada 2020 do College Football devido à pandemia de Covid-19 (e também, sejamos sinceros, para se dedicar ao Draft e não correr o risco de prejudicar sua já altíssima cotação). Em 2019, ano no qual LSU foi campeã nacional e Joe Burrow venceu o Heisman Trophy, somou 84 recepções, 1780 jardas e 20 touchdowns, sendo o grande destaque ofensivo ao lado de Burrow e Justin Jefferson, futuro calouro do ano da NFL.
Ele estava relativamente sumido dos holofotes até uma semana atrás, quando LSU realizou seu Pro Day. Lá, o recebedor lembrou a todos por que é com sobras o melhor da classe, conseguindo números impressionantes nos testes físicos (4.38 segundos no tiro de 40 jardas e 41 polegadas no salto vertical).
Dono de uma combinação rara de atributos físicos e polimento técnico em um wide receiver de 21 anos, assisti-lo no Pro Day era quase como ver um Julio Jones mais jovem. Chase poderia ser facilmente uma escolha top 5 não fosse a corrida por quarterbacks em 2021, porém do top 10 ele não passará.
A segunda prateleira
Temos três nomes logo abaixo de Chase, todos com altíssima probabilidade de saírem na primeira rodada salvo alguma surpresa de última hora. O mais famoso deles é DeVonta Smith, estrela de Alabama, campeão nacional e atual ganhador Heisman Trophy.
Smith tem quase tudo o que você espera de um recebedor: velocidade, explosão, inteligência, excelentes mãos, boa capacidade de correr rotas e um nível de produção insano (em 2020 foram 117 recepções, 1856 jardas e 23 jardas). O único asterisco é o seu peso de 76 kg, o qual certamente desperta preocupação entre treinadores e general managers. Por exemplo, de 2000 para cá, apenas dois wide receivers com mais de 1,83m e menos 81 kg foram draftados: Snoop Minnis e Paul Richardson. Smith será o terceiro.
Fechando a lista há Rashod Bateman e Jaylen Waddle. O primeiro é um prospecto de Minnesota que não se destaca por um aspecto específico, mas sim por ser bastante completo e fazer tudo o que é pedido de maneira eficiente – à parte um ou outro drop. O segundo, por sua vez, é um velocista nato, uma ameaça em profundidade ou então obtendo jardas após a recepção graças à sua aceleração. Waddle é uma versão mais refinada de Henry Ruggs III, recebedor selecionado na 12ª posição geral pelo Las Vegas Raiders na temporada passada – os dois, aliás, vêm de Alabama.
Nomes para fim de 1ª e início de 2ª rodada
Gostaríamos de mencionar outros três jogadores também cotados ao Top 50. O primeiro é Terrace Marshall Jr., companheiro de Chase e Jefferson em LSU. Marshall foi alçado à condição de principal wide receiver do time em 2020 por conta do opt out de Ja’Marr e conseguiu produzir em alto nível. Ele é menos privilegiado física e tecnicamente em relação a Chase, mas tem potencial para ser titular na NFL logo de cara e se desenvolver em um ótimo recebedor. Estaria na conversa pelo top 20 em anos com classes menos profundas.
O segundo é Rondale Moore. Com 1,70 e muita velocidade e agilidade saindo da linha de scrimmage, o jovem de Purdue é o arquétipo do slot receiver moderno. O tamanho e o histórico de lesões tendem a comprometer sua posição no Draft, porém ele tem todas as ferramentas para ser ultraprodutivo na NFL, vide as 114 recepções, 1258 jardas e 12 touchdowns anotados pelos Boilermakers em 2018.
Por último, vale destacar Kadarius Toney. O prospecto de Florida é da escola Percy Harvin e Cordarrelle Patterson de wide receivers, ou seja, alguém a ser utilizado em várias funções (recebedor, corredor e retornador) graças ao seu atleticismo fora do comum. Ele, entretanto, precisará de aprimoramento técnico para contribuir consistentemente e não virar apenas um retornador ou jogador de trick plays.
Enfim, estamos falando de nomes para todos os gostos e necessidades, sendo bastante provável que outros mais subam de cotação até o Draft e tenhamos mais de sete wide receivers selecionados dentro do top 50. Seguindo a tendência iniciada em 2020, é um bom momento para investir na posição.
Para saber mais:
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