É seguro dizer que a janela de título do New Orleans Saints fechou. O time viu o ídolo Drew Brees anunciar a aposentadoria depois de 15 anos com a organização e, pior ainda, viu uma parte considerável do seu elenco sair pela necessidade de se adequar ao teto salarial antes da abertura do novo ano fiscal da liga.
Dessa forma, era quase que impossível imaginar os Saints se movimentando para novas chegadas na free agency. Enquanto o time perdeu uma porção de jogadores importantes, o máximo que conseguiram fazer foram contratações para compor elenco com atletas que não possuem um histórico de grande produção na NFL. Os Saints saem da free agency bastante enfraquecidos em comparação ao final da última temporada.
A limpeza na folha salarial
Você já leu aqui outras vezes sobre como os Saints estavam numa situação financeira dificílima e que teriam de tomar decisões duras para se adequarem ao teto salarial. O time precisaria reestruturar uma porção de contratos, romper vínculos com outros jogadores e, indubitavelmente, perderiam força no elenco, que antes era um dos melhores da liga não só pela força dos titulares mas também pela profundidade do mesmo. Foi basicamente o que aconteceu: free agents importantes não puderam ser mantidos, com as exceções de Marcus Williams (pela franchise tag) e Jameis Winston, e o time teve de dispensar vários outros nomes conhecidos antes de 17 de março.
Pra se ter uma ideia das perdas, Trey Hendrickson foi o líder de sacks (13,5) dos Saints em 2020; free agent, o time não tinha dinheiro para renovar seu contrato e ele assinou com o Cincinnati Bengals logo na abertura do mercado. Emmanuel Sanders foi o wide receiver com mais jardas (726) recebidas no ano passado, porém, ele teve de ser cortado para abrir espaço no cap e assinou com o Buffalo Bills. Sheldon Rankins, Kwon Alexander, Janoris Jenkins, Jared Cook, Nick Easton: todos nomes conhecidos e todos deixaram a equipe.
É bom notar que toda essa situação nada mais é do que um reflexo da administração do salary cap por parte de Mickey Loomis nos últimos anos, postergando contratos e mais contratos por meio dos voidable years e de reestruturações que empurravam o problema pra depois – e, bem, o depois chegou. É evidente que os efeitos financeiros da pandemia atrapalharam, diminuindo a progressão da folha salarial, porém, alguma hora New Orleans teria de pagar a conta por tantos anos vivendo perto do limite. Infelizmente para os Saints, esse processo foi acelerado pela diminuição das receitas com a presença de fãs nos estádios.
Não dá pra dizer que os Saints não se mexeram na free agency. O problema é que as mudanças foram pro lado errado.
Distância para o topo aumentou
Ainda é um elenco bem decente e com jogadores de qualidade, porém, é difícil ficar animado com o prospecto de lutar por título quando se compara os Saints com o rival Tampa Bay Buccaneers, que manteve todos os titulares do Super Bowl e deve dominar a NFC South. Loomis, o general manager da equipe, não chamou 2021 de uma reconstrução e sim de uma adaptação, mas ainda é evidente que o caminho será mais tortuoso que em comparação aos últimos anos.
New Orleans ainda tem lugar de fala na NFC e deve ser um forte competidor por uma das vagas de wild card, no entanto, o time é uma incógnita no momento, especialmente com Jameis Winston assumindo o posto de Drew Brees como quarterback titular. Depois de tantos anos de all-in e tomando riscos, os Saints saem enfraquecidos da free agency e perdem o status de favorito que possuíram nas últimas temporadas.
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