Só milagre evita: mudança dos Raiders para Las Vegas pode ser aprovada na segunda

Ao final da década de 1970, um movimento que parecia indolor acabou por fazer com que uma nova leva de realocações começasse. Os Rams deixaram o Los Angeles Memorial Coliseum para jogar em Anaheim, em estádio que era dividido com os Angels da MLB. Sem um time no Coliseu, a janela foi aberta para que alguém quisesse capitalizar ali.

Al Davis, indomável dono, pensou que poderia ser ele. Na época, o modelo de pay per view ainda não existia na NFL. Nem o GamePass, aplicativo que permite que a gente possa assistir aos jogos pela internet (duh, não existia internet), e tampouco o Sunday Ticket, equivalente americano ao Premiere FC. Ao início da década de 1980, o modelo meio que estabelecido era das lutas de boxe na HBO: você comprava um dado evento para assistir.

Davis pensou: se eu estiver no principal mercado consumidor da costa oeste, poderei capitalizar em cima disso. Meu time é bom e os lucros seriam enormes. E assim nasceu o Los Angeles Raiders. Na metade da década de 1990, o pay per view da liga já existia – o referido Sunday Ticket, da DirecTV, o qual era e é vendido em pacote, não por jogo. Com um estádio obsoleto e a promessa de que o condado de Alameda, onde fica Oakland, fizesse reformas no seu Coliseu, Davis voltou. Mas agora é este o estádio obsoleto – e o filho de Davis, Mark, pode fazer algo que seu pai fez no início da década de 80: deixar Oakland.

Mudança para Las Vegas pode ser aprovada na segunda

Curioso notar que a fama de “foras da lei” dos Raiders de 40 anos atrás fez com que Al Davis um dia brincasse que realocaria sua franquia para Las Vegas. A não ser que um milagre aconteça, por ironia do destino, Mark Davis pode confirmar o que há décadas não passaria de brincadeira para provocar o estabelecimento, tal qual Al adorava fazer.

“As apostas eram um problema há décadas atrás. Apostar nos esportes vai ser legal”, disse um dono de franquia ao MMQB. “A primeira questão seria sobre o jogo legalizado em Nevada. Mas qualquer um de nós pode pegar o telefone e colocar uma aposta (em 2017). O problema não existe, por conta da tecnologia hoje em dia”, disse um dono de franquia da NFC para o MMQB.

Passada a resistência a um time da NFL num lugar que na metade do século passado era reduto da máfia e praticamente o único lugar onde facilmente poderia se apostar em esportes, o problema dos Raiders jogarem num estádio obsoleto para os padrões atuais não é ofuscado.

Oakland, porém, ainda não desistiu. “Não vamos jogar a toalha no último quarto”, disse o prefeito de Oakland, Libby Schaaf. Na segunda (26) teremos o encontro anual de donos de franquias. Até o dia 29 podemos ter novidades. Um dono de franquia disse ao MMQB que Davis tem 27 ou 28 votos para a realocação. Ele precisa de apenas 24.

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De toda forma, se parecer que Davis não terá esses 24, a votação pode ser adiada pra maio, para que o lobby consiga os votos necessários. A grande questão é que não há qualquer momento real para a permanência dos Raiders em Oakland. Se houvesse um plano concreto, os donos de franquia estariam inclinados a manter o time na Baía de São Francisco. Não é o caso.

O estádio de Las Vegas estaria pronto em 2020. Até lá, os Raiders pelo menos em 2017 devem continuar jogando em Oakland – mesmo com a mudança aprovada. Isso geraria uma situação bizarra: um time competitivo (talvez o segundo melhor da AFC) e que vai embora. Como agir caso você seja torcedor? É a mesma coisa que estar apaixonado com a certeza de que sua namorada fará intercâmbio. É uma bomba relógio.

Caso a coisa exploda já em 2017, pode ser que a NFL pressione para que temporariamente os Raiders joguem no estádio onde a UNLV manda seus jogos no college football, o Sam Boyd Stadium. E aí, Oakland fica sem time tal qual no início da década de 1980. Mas, de toda forma, parece o que o destino nos aponta. Aguardemos novos capítulos.

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