Traduzimos a entrevista de Tony Romo concedendo a titularidade a Prescott e ela vai quebrar seu coração

“Dizer que a primeira metade da temporada tem sido emocionante talvez seria pouco, ficar machucado quando você sente que tem o melhor time que já teve é um momento que arrasa a alma para mim. E aí, descobrir que demoraria não três ou quatro semanas, mas 10 [para ficar saudável] foi outro golpe.

Após tudo isso, você sente uma tremenda culpa por ter deixado seus colegas de equipe, seus fãs e a organização tristes. Até porque eles estão dependendo de você para trazer o título. É assim que quarterbacks têm que fazer. É assim que eles são julgados. Eu amava isso. Ainda amo. Mas aí você vai para o banco, sem qualquer habilidade de ajudar seus companheiros de equipe vencerem no campo. É quando você é forçado a encarar a realidade.

Temporadas passam voando, jogos ficam mais preciosos, chances para o sucesso diminuem. Seu potencial sucessor chegou.

Machucado dois anos em sequência, no meio dos seus 30 anos. A imprensa está falando. Todos têm dúvidas, você passou sua carreira trabalhando para chegar aqui. E agora tem que começar tudo de novo. Você se sente quase um estranho. Técnicos são simpáticos, mas eles ainda têm que treinar o time e você não está lá. É um lugar sombrio. Provavelmente o mais sombrio em que já estive. Você está triste e para baixo e se pergunta por que isso aconteceu. E neste momento você descobre quem você realmente é e qual sua essência. Você vê que o futebol americano é uma meritocracia e nada lhe é dado de graça.

Você tem que ganhar tudo, todo dia, tudo de novo e de novo. Você tem que provar. É assim que a NFL funciona e é assim que o futebol americano funciona. Um ótimo exemplo sobre isso é como Dak Prescott o fez e o que vem fazendo. Ele ganhou o direito de ser nosso quarterback. Por mais duro que seja isso para mim, ele ganhou esse direito. Ele guiou o time a 8-1 e isso é difícil de ser feito.

Ele ganhou o direito de ser nosso quarterback. Por mais duro que seja isso para mim, ele ganhou esse direito. Ele guiou o time a 8-1 e isso é difícil de ser feito

Se você pensar por um segundo que eu não quero estar lá, então provavelmente você nunca sentiu o puro ecstasy de competir e vencer. Isso não me deixou. Na verdade, isso está mais vivo do que nunca. Não foi sempre fácil de assistir. Eu acho que qualquer um que esteve nessa posição entende isto. O que é claro para mim é que eu fui aquele jovem um dia [substituindo Drew Bledsoe], entrando em campo, tendo que se provar. Eu lembro como se fosse ontem. É realmente um momento maravilhoso em sua vida. E se eu me lembro de algo naquela época, eram as pessoas me ajudando quando eu era jovem, e se eu puder ser essa pessoa para Dak, e eu tentei ser… E depois eu vou seguir em frente.

Acho que vocês todos sabem que algo mágico está acontecendo com nosso time. Eu não vou deixar essa situação [a troca de titular oficialmente] negativamente afetar Dak ou nosso time ao me tornar uma distração constante. Eu acho que Dak sabe que eu lhe apoio. No final das contas é sobre o time e eu acho que é assim que lidamos nossa vida toda.

Eu me lembro quando eu era só um moleque começando e querendo fazer parte de algo maior do que eu mesmo. Para todo garoto de colegial, todo garoto de faculdade, há grandeza em ser alguém que realmente quer ser parte do time. Todo mundo quer ser o motivo pelo qual o time está perdendo ou ganhando.

Cada um de nós quer ser essa pessoa, mas há momentos especiais que aparecem nos quais há um comprometimento compartilhado, tendo um papel enquanto todos fazem as coisas juntos. É isso que você se lembra, não suas estatísticas ou seu prestígio, mas seus relacionamentos e os feitos que você criou junto de um grupo. É difícil de fazer isso, mas há muita alegria em fazê-lo. Ao mesmo tempo, queima o desejo de ser o melhor que você jamais foi. Você pode ser ambos, percebi nesse processo. É isso que separa os esportes das outras coisas. É por isso que amamos o esporte. É por isso que confiamos nele, é por isso que eu quero continuar a jogar e competir.

Por fim, eu gostaria de deixar a vocês algo que aprendi no processo. Sinto como se tivéssemos duas batalhas, dois inimigos. Um é o cara na sua frente. A outra é o cara dentro de você. Penso que uma vez que você controle o cara dentro de si, o outro na sua frente não importa. É o que nós todos estamos tentando fazer

Obrigado, pessoal. Agradeço”.

Tony Romo, 15 de novembro, em coletiva de imprensa no CT do Dallas Cowboys. Romo não respondeu perguntas, apenas disse as honestas e sinceras palavras acima. Mesmo que eu quisesse – e eu tinha essa intenção ao início desta semana – jamais conseguiria escrever uma crônica que colocasse em palavras tanta coragem, profissionalismo e hombridade.

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