Vencedores e perdedores na troca por Darnold

Com mais uma peça no tabuleiro de quarterbacks se movimentando, analisamos os vencedores e os perdedores do acordo que enviou Sam Darnold ao Carolina Panthers - incluindo equipes que nada tinham a ver com a troca.

Mais uma troca por quarterbacks movimentou a NFL antes do Draft, com o Carolina Panthers cedendo três escolhas de Draft para adquirir Sam Darnold junto ao New York Jets. O acordo encerra a passagem de três anos do jogador por New York, onde ele não conseguiu cumprir as altas expectativas de se estabelecer como franchise quarterback ao ser selecionado na terceira escolha geral do Draft de 2018.

Com os termos do acordo já conhecidos, analisamos os vencedores e perdedores dessa troca e suas ramificações. Confira:

Vencedores

I) Joe Douglas: O New York Jets acumula 21 escolhas nos próximos dois recrutamentos, com sete dessas estando nas duas primeiras rodadas. É um capital de Draft considerável para uma equipe que passa por um longo processo de reconstrução e que precisa de todo talento possível para se tornar competidor na forte AFC East. Conseguir três escolhas de Draft por um quarterback que seria substituído de qualquer forma é muito bom; quando consideramos a produção de Darnold nos três anos em New York, o acordo fica melhor ainda. Excelente movimento de Douglas.

II) Zach Wilson: A troca praticamente assegura que Wilson será a segunda escolha geral do Draft, um boato que ganhou força desde que os 49ers subiram no recrutamento. Os rumores de que os Jets ainda confiavam em Darnold e podiam mantê-lo no elenco não existem mais, e com a liberdade de escolherem qualquer quarterback não-chamado Trevor Lawrence, a expectativa geral é de que Wilson, produto de BYU, será o novo líder da franquia. Resta torcer para que ele não tenha o mesmo destino que seu antecessor.

III) San Francisco 49ers e Las Vegas Raiders: Nenhuma dessas equipes teve participação na troca de hoje, porém, com Darnold deixando de ser opção, o mercado de troca por Jimmy Garoppolo e Marcus Mariota ganha força. Nenhum deles são grandes estrelas, mas já provaram no passado que são capazes de prover produção competente o suficiente na posição de quarterback. O preço para adquirir o serviço de ambos subiu mais um pouco.

IV) Sam Darnold: Inicialmente, minha ideia era colocar Darnold numa lista à parte com “eu não sei”. Mas o que ele tem a perder com essa troca? Ele ganha um novo começo numa equipe com mais talento, com uma comissão técnica de bom histórico trabalhando com quarterbacks e sem a pressão de New York. É claramente um desfecho favorável ao jogador, que não produziu bem na sua nova equipe e seria substituído de qualquer jeito.

Perdedores

I) Carolina Panthers: Não dá pra considerar esse acordo como um sucesso para os Panthers. É um negócio bem caro quando levamos em consideração o fato de que os Jets já haviam deixado claro que buscariam um novo quarterback na #2 e, principalmente, a produção que Darnold já apresentou na liga em seus três anos. Carolina está apostando no potencial do jogador e no fato de que, com Joe Brady, ele possa ter um salto de produção tal qual Ryan Tannehill após se livrar das garras de Adam Gase. Só que a tarefa será bem mais difícil.

II) Joe Brady: O coordenador ofensivo dos Panthers tem um ótimo histórico com quarterbacks. Certamente que Darnold está satisfeito em ser treinado por Brady, no entanto, o que pensar da recíproca? Os Panthers sonharam com Deshaun Watson, tentaram Matthew Stafford e terminaram com Sam Darnold. Não é o ideal para o comandante do ataque.

III) Futuro de Teddy Bridgewater: Os Panthers claramente se arrependeram da decisão de dar um contrato de 3 anos e 63 milhões de dólares para Bridgewater e a troca de hoje praticamente assegura que ele será movido da equipe em algumas semanas. Com algumas peças no tabuleiro de quarterbacks já movimentadas e com outras esperando o Draft, a chance do jogador ser titular de algum time no início da temporada fica cada vez menor.

IV) NFC East: É seguro afirmar que, com a troca por Darnold, os Panthers saem da briga por um quarterback com a oitava escolha geral no Draft – em outras palavras, escolherão um jogador de topo de outra posição. Isso é um problema para Dallas Cowboys, New York Giants e Philadelphia Eagles, que escolhem, respectivamente, da 10ª até a 12ª posição e não estavam necessariamente nesse mesmo mercado de quarterbacks. Na prática, é um talento de elite disponível a menos para essas equipes.

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